Sobre o Xadrez
Quando um rei esta em Xeque, ele tenta atacar seu oponente de todos os lados.
Mas, depois de uma longa partida sem fazer nada, ele se da conta que seus movimentos são limitados. E sabe que sem aqueles que o protegiam o fim do jogo é inevitável.
O conto do nada
O poeta se dedicava a contar histórias, contar para si mesmo. Histórias sobre coisas que não existiam, que ele inventava na hora. É fantástico, criar o mundo como quem joga xadrez consigo próprio. As histórias são piadas alegres ou tristes, grosseiramente desenhadas. Histórias de espionagem, cheias de riscos e suspense. Todas têm brilho, para satisfazerem o bom contista. Na minha história ninguém morre, os mortos ressuscitam e o final é feliz. Não há chefes, nem ninguém superior ou inferior, nem existe começo ou fim, porque a liberdade o exige.
O personagem sofre com tentações e obstáculos na sua corrida para casa a fim de escrever a história, antes que ela desapareça da sua mente.
𝑻𝒂𝒃𝒖𝒍𝒆𝒊𝒓𝒐
Sobre a dramática mesa de mogno,
Esculpida com grifos estilizados,
Onde figuram criaturas míticas aladas
De estilo gótico
De peças pulcras, ouradas
Majestosamente disposto
Encontra-se o tabuleiro de xadrez
Sentados em lados opostos,
Dois senhores corpulentos,
Vestidos com tecidos nobres
Sobre suas cabeças, cartolas acinturadas
De rara seda de confecção francesa,
Ambos com uma das mãos apoiadas em bengalas,
ornadas com pedras preciosas
Guiados por suas paixões insensatas
Movem as peças com precisão,
Uma a uma
Peões contra peões
Quando, por ventura, algum destes se lança
Com sucesso,
Ameaçando o rei,
A torre, o bispo, o cavalo ou a rainha
Movem-se sem piedade:
Em punho, a lâmina do ataque amolada
O peão não queria outra coisa senão a vida,
Achava-a desejável,
Só queria saciar seu desejo,
A vontade ávida de vida
Mas cometeu seu erro fatal:
Passou a querer mais...
Quem espiava,
Jamais aceitaria um peão ascender
Quem comandava era a ganância,
Não havia lugar ao sol para o peão
O tabuleiro continuará a existir,
Como se o mundo fosse
O que não existirá mais será o peão sacado,
Para o escárnio do vencedor
Caberá aos peões,
Que não se opuseram à luta dos seus entre si,
Assistir, mais uma vez,
À vitória dos reis que comandam o jogo!
*𝘗𝘢𝘶𝘭𝘰 𝘑𝘰𝘴é 𝘉𝘳𝘢𝘤𝘩𝘵𝘷𝘰𝘨𝘦𝘭
Você deve levar seu oponente para uma floresta escura profunda, onde 2 + 2 = 5, e o caminho que conduz para fora é apenas largo o suficiente para um.
Por mais que seus familiares te amem, eles não poderão realizar seus sonhos por você, é você que tem que ir atrás e conquistar, para de ser peão na mão dos outros e se torna rei ou rainha de uma vez.
A morte além de uma certeza deveria ser uma consciência social, pois quando o jogo acaba, os peões, bispos e rei são colocados no mesmo lugar.
De que modo entender sua posição no tabuleiro se ele não fosse todo dividido equitativamente entre casas pretas e brancas? E como imaginar o jogo sem se ter definidas as dimensões das casas que o compõem, se cada peça as desenhasse buscando supremacia no espaço sobre as outras ao longo de toda a disputa?
Incontestável sinceridade, merecido desprendimento, falta de tempo para falsidade, prova de um amor próprio genuíno contra um sorriso falso, um querer fingido, desprovido de sentimentos, um olhar muito desconfiado de quem acha que sabe fingir, um relacionamento desgastado que não vale mais a pena, que felizmente chegou ao fim, mas não antes de uma última conversa.
"Você erroneamente me subestima, pensa que sabe mentir, que vou correr atrás, entretanto, a verdade explícita é que você blefa muito mal, eu já pude compreender o seu jogo, deixou as suas cartas expostas, vejo a insegurança se propagando através dos seus olhos, não precisa continuar mentindo, acho mais interessante o xadrez e este término será o meu xeque mate e para você, não foi dessa vez."
"Bem, o que me resta a fazer é aceitar que você me pegou, não deveria mesmo ter subestimado a sua esperteza, não tenho mais amor para satisfazer o seu coração, blefar estava cada vez mais difícil, jogar bem requer bastante atenção e eu pisquei, não tive a concentração necessária, errei da pior forma possível, lamentável a minha jogada, não cuidei das minhas cartas como deveria, aceito a minha derrota, adeus ou quem sabe, até um dia."
Agora, seguirão por caminhos separados, não existe mais sintonia, estão em lados opostos de um tabuleiro, porém, para a maturidade, tudo é válido, pelo menos para quem aproveita devidamente a oportunidade depois de cometer alguns erros, dando mais espaço a razão do que a uma emoção impulsiva, uma compensação pessoal bastante sensata, uma jogada quase perfeita, quando a perda é ressignificada.
Podemos tratar facilmente esta nossa relação como um tabuleiro de xadrez, uma instabilidade desafiante, saborosa e provocante, onde temos os nossos próprios interesses, nenhum pensa em ceder, nem abrir mão do gosto da vitória, mas nosso caso, talvez, ninguém saia derrotado de fato
Cada ação deve ser pensada, permitindo um pouco de impulsividade para tirar a graça, todas as peças tem seu grau de importância, um prestando bastante atenção no outro, então, o mundo a nossa volta não importa quando estamos focados, a propósito, estás encantadora.
Não duvides que observo atentamente as tuas formas e os teus movimentos, teu olhar atencioso, tua desenvoltura audaciosa e ainda ao teu respeito, tenho as minhas estratégias e acredito que tenhas as tuas, não te subestimo, claro, seria uma baita loucura e no mal sentido.
Nós em um jogo veemente de sedução, ofegantes e atentos, vivenciado momentos de muita tensão, sentimentos calorosos à flor da pele com segundas intenções de ambas as partes, atrevimentos e uma mesma finalidade, o ápice do êxtase, um tipo prazeroso de xeque-mate
Obviamente, somos desprovidos de qualquer ingenuidade e pelo jeito atrevido que me olhas, percebo que concordas que não devemos deixar os nossos instintos esperando, assim, admita, é uma ótima proposta e vem jogar comigo nesta noite, no mínimo, teremos uma partida maravilhosa.
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