Silenciosa
"Cada ato sincero de transformação em sua vida será uma pregação silenciosa que ecoará para sempre."
A VOZ DA SOLIDÃO
No vão da noite sombria, deserta
Tão silenciosa, envolta em arrelia
O repouso torna a cena irrequieta
Em um tenso sussurro de agonia
A enodoada alta noite terrificante
Povoada de uma vontade, irradia
Aperto, onde não há o que cante
Nem o poema sem a melancolia
Na treva da escuridão a coruja pia
Rompendo o vazio no tom dolente
Tal um cântico de acerba sensação
O pensamento da gente silencia
O coração arrepia tão vorazmente
E, merencória fala a voz da solidão.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
20 abril, 2024, 13’58” – Araguari, MG
MADRUGADA
Do fundo do meu quarto no cerrado
Ouço a madrugada, de tão silenciosa
Que faz do vento trautear desentoado
E do canto do galo... prece religiosa!
Ouço a noite cochichar ao meu lado
Fuxico escusado da hora vagarosa
Sem dó nem piedade, nem agrado
Despetalando a solidão tal uma rosa...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Mês de maio, 2017
Cerrado goiano
Na estória a doce loucura teórica
Confabulada em silenciosa retórica
De paixão, desilusão, recordação
Pois a vida passa... A alma não...
RONDA SILENCIOSA
Solidão cerrada, aquietada, escura
Afora a janela, o cerrado tão calado
Na imensidade do céu não fulgura
Um só brado, um ermo imaculado
Cá dentro, a mudez flébil murmura
E a melancolia no vento é fustigado
Escoriando a alma, áspera candura
Em um rasgar do silêncio denodado
Ecoa surdamente sôfrega bofetada
De escora frouxa, completamente
Aflando ali a apertura tão abafada
E, a letargia, assim, vorazmente
Faz tácitos claustros de morada
Em ronda silenciosa, lentamente
© Luciano Spagnol- poeta do cerrado
Cerrado goiano, 5 de dezembro, 2019
Olavobilaquiando
Existe uma guerra silenciosa entre algoritmos civilizados e algoritmos selvagens. O simples usuário está no meio do fogo cruzado.
PÔR DO DIA
Na hora silenciosa do sol poente
Na fleuma do cessar em melodia
Encenava a voz da prosa reluzente
Que no ocaso do cerrado ali jazia
No olhar, a divagação presente
Na sensação, a imaginação ardia
E a ilusão em um tom crescente
Rezava no horizonte uma litania
E o depois, sei lá do que o depois
Pois, fiquei comovido, e nós dois
Eu e a noite, admirados, bramia
E na incitação maior do agreste
Apenas sei que o que me deste
Evidente, foi um belo pôr do dia
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21/10/2020, 09’29” – Araguari, MG
IN SOLITUDINE ...
Quando o cerrado se ensombra, desce
a noite, numa silenciosa negra vastidão
sinto que o atroz tormento reaparece
em uma sensação de aperto no coração
Vejo o teu penoso volto, em pura ilusão
estou assim, queixa posta, numa prece
e o pensamento desprezado na solidão
tento esquecer o que não se esquece
Passaste pelo meu sentido sem o ver
Se o teve, agora não mais, hoje findo
contentar-me?... se triste é o meu ser
E, por te desejar vivamente, no gueto
o sentir, seco, ermo. Vou prosseguindo
“in solitudine”, com arrimo do soneto...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20/02/2021, 18’18” – Triângulo Mineiro
"Tédio é uma doença silenciosa,
que cresce dentro da rotina,
aonde você contraiu, deixando a vida te levar para o vazio." (29/06/22)
Coração
Dilacerado ele chora, a dor silenciosa;
Derretido ele implora, o alívio da memória;
Machucado ele anda, o caminho do perdido;
Mal-curado ele senti, o vazio do esquecido;
Sangrando ele bate, com a vontade de parar;
Surrado ele desperta, com o desejo de voltar;
Ferido ele sorri, na intenção de se curar;
Feliz ele retorna, num coração de se pulsar.
(28/04/24)
Moça que sonha, que ri e encanta.
Ora tão silenciosa por fora, mas por dentro uma barulheira quase transbordando.
Ora fala pelos cotovelos; que quem tá do lado, se morde de vontade de mandar calar a boca.
Ora é tão confiante; noutra não consegue nem encarar o espelho.
Ora sente o coração transbordar esperanças; noutras pede forças para continuar.
Ora é tão valente e sem medo segue em frente; noutras só quer dormir pra chegar logo outro dia.
Ora tão sentimental; que chora só do jeito que alguém fala com ela; noutras responde na ponta da língua.
Só uma coisa que ela ainda não conseguiu;
é agir pela razão, emoção é o que a move para tudo.
"Ela parece um girassol; o girassol se volta para o sol e ela se volta ao coração."
Essa moça já caiu várias vezes e floresceu amor em si; em todas quedas.
Dizem uns e outros que ela é doida; mas ela nem dá ouvidos; continua seu trajeto enchendo seu coração de afeto.
"Ora moça; sonhe, sorria, se encante, que a vida sempre te dá mais uma chance."
#Autora #Andrea_Domingues ©
Direitos autorais reservados 14/10/2018
“A Senhora Morte é como uma “amiga” silenciosa e sinistra que, em alguns momentos parece seduzir o coração assustado e cansado de existir; em outros, revela sua face mais assustadora - a impotência humana diante desse último e definitivo abraço.
E quando ela arranca pessoas amadas da nossa Vida, de repente, sem aviso, sem a preparação dolorosa e lenta, que nos faz saborear seu gosto amargo por longos dias... Como entender isso como um ponto final, se um ponto de interrogação parece rasgar o coração assustado?
Gosto de coisas claras e simples
Gosto de ternura e de doce compreensão silenciosa
Gosto de Beleza e de Verdade ...
Gosto de escutar o canto amoroso da simplicidade
Gosto de refletir sobre a pureza da alma...
A inocência corre de mãos dadas com a sabedoria.
Triste é a vida pusilânime, silenciosa, aquela que nem cheira e nem fede para não desagradar. O receio de incomodar os covardes que testam a força que acham que têm nas fraquezas dos que se limitam.
✍️
"A paisagem
possuí uma linguagem
suavemente silenciosa, que, apenas o poeta percebe e absorve na sua poesia."
***
DEUS É BOM O TEMPO TODO
Se me permito ver a dor silenciosa das calçadas, coloco num rogar a Deus
o muito ou o pouco que já
posso e finjo que não posso;
e continuo mentindo pra mim,
sentindo-me incapacitada.