Sertão
NOSSO CHÃO.
É assim no meu sertão
é na casa do vaqueiro
pode ser a do patrão
ou no lar de um roceiro
pra valorizar o chão
basta ter educação
não precisa ter dinheiro.
VIOLEIRO DO SERTÃO – João Nunes Ventura-02/2020
Canta na sua viola
O violeiro do sertão,
Canta nos verdes campos
Com sua alma e o coração,
E leva a sua esperança
No canto de sua canção.
Como o passarinho no ninho
Como o orvalho na flor
Ao luar num beijo ardente,
O sabiá canta contente
E eu choro a minha dor.
O violeiro me consola
Com a sua canção de amor,
Vejo o jardim florido
Espalhando seu esplendor,
Meu bem na primavera se foi
Sem adeus ela me deixou.
Não quero mais viver aqui
Para distante eu vou partir
Saudade dói meu coração,
O perfume ela deixou na sacola
Agora comigo chora na viola
O violeiro do sertão.
SOU !
Sou sertão, sou vida dura
sou as vias do destino
sou o mel da rapadura
sou o gibão de Virgulino
sou vaqueiro raça pura
sou suor da agricultura
sou raiz, sou nordestino!
São memórias que habitam o peito meu
No cenário poético do Sertão.
Vira lata no quintal sem coleira
Vigiando um burrego desnutrido
Um boi velho cantando seus mugidos
Carcarás nos farpados da porteira
Uma lebre fugindo nas carreiras
Um tum tum de batidas no pilão
Se mistura ao estampido de um trovão
Passar vela nas mãos de quem morreu
São memórias que habitam o peito meu
No cenário poético do Sertão.
Pés cansados calçando uma alparcata
Em fragelos os punhos de uma rede
Lagartixas desfilam nas paredes
No coreto matuta enfeitada.
Com perfume Almíscar perfumada
Um casal namorando no portão
Um vaqueiro , uma espora e um gibão
Procurando uma rês que se perdeu
São memórias que habitam o peito meu
No cenário poético do Sertão.
Um bruguelo chorando desgosto
E um velho tocando realejo
Faz comércio de doce quebra queixo
sacudir o pirrai que tomou o choro
Procissão de boiada dando estouro
Benzedeira vendendo oração
Lapeadas de folha de peão
Ver visagem de alguém que já morreu
São memórias que habitam o peito meu
No cenário poético do Sertão.
Pr Jardel Cavalcante
Eu sou da caatinga do sertão do nordeste, sou da garoa do sudeste, sou do cerrado do centro oeste, sou dos pampas do sul, sou da selva do norte, eu sou BRASILEIRO
Você me pergunta de onde sou?
Eu sou do sertão! Do Seridó, do Cariri, do Pajeu, sou lá do Araripe, da Caatinga.
Sou da Amazônia, do Cerrado, da Mata Atlântica, dos Pampas, do Pantanal. Eu sou do BRASIL.
IDA DE LÁ.
A seca assola o sertão
a tempo a chuva não cai
sem verde na plantação
o nordestino se vai
leva na mala o gibão
mas dentro do coração
a esperança é quem vai.
LUA CHEIA NO SERTÃO
"À noite é eminente ao entardecer onde dentro dela à lua é tenaz, o seu deslumbre extrapola todas as expectativas. Com grande profundidade e êxtase , confabulamos à sua beleza inerte em seu âmago. O amor a aprecia com sussurros quase inaudível, de afinco inabalável não contrastando com sua claridade"
Moro em Pedra Redonda
Município de São João
Sitío querido do meu sertão
Meu pedacinho de chão
Lá tem muita história para contar
Pelos habitantes que passam por lá
Em 2017 completou 100 anos
Tendo como uma pedra o seu patrimônio
LÍMPIDAS.
A nordestina é diferente
do sertão ou do agreste
no sotaque tem oxente
e a renda quando se veste
brilha como água corrente
tem a pureza da nascente
das riquezas do Nordeste.
"Do Brasil
Composição: Vander Lee
Falar do Brasil sem ouvir o sertão
É como estar cego em pleno clarão
Olhar o Brasil e não ver o sertão
É como negar o queijo com a faca na mão
Esse gigante em movimento
Movido a tijolo e cimento
Precisa de arroz com feijão
Que tenha comida na mesa
Que agradeça sempre a grandeza
De cada pedaço de pão
Agradeça a Clemente
Que leva a semente
Em seu embornal
Zezé e o penoso balé
De pisar no cacau
Maria que amanhece o dia
Lá no milharal
Joana que ama na cama do canavial
João que carrega
A esperança em seu caminhão
Pra capital
Lembrar do Brasil sem pensar no sertão
É como negar o alicerce de uma construção
Amar o Brasil sem louvar o sertão
É dar o tiro no escuro
Errar no futuro
Da nossa nação
Esse gigante em movimento
Movido a tijolo e cimento
Precisa de arroz com feijão
Que tenha comida na mesa
Que agradeça sempre a grandeza
De cada pedaço de pão
Agradeça a Tião
Que conduz a boiada do pasto ao brotão
Quitéria que colhe miséria
Quando não chove no chão
Pereira que grita na feira
O valor do pregão
Zé coco, viola, rabeca, folia e canção
Zé coco, viola, rabeca, folia e canção
Amar o Brasil é fazer
Do sertão a capital...
Com a beleza de uma flor
Que cresce nesse chão
Sertania é a princesa
E o seu trono é o sertão
Cidadezinha pacata, onde o comércio fecha para o dono ir almoçar
E sempre quando morre alguém, o carro passa na rua pro velório anunciar
Refrão
Quando se anda pelas ruas, não se vê ninguém com pressa
E o povo ainda se encontra, em praças, velório, nas novenas e nas rezas
Refrão
Se você não acreditou, que venha logo ver
No coração de Sertânia cabe a mim e a você
No coração de Sertânia cabe a mim e a você
Refrão
No coração de Sertânia cabe a mim e a você
No coração de Sertânia cabe a mim e a você
EU SOU NORDESTINO E EU SOU SERTÃO - João Nunes Ventura-03/2019
Sou nordestino hoje vivo no Ceará
Embarquei pelo rio São Francisco,
Quem sabe cantando eu levo você
E se for do sul venha meu coração,
Eu sou nordestino e eu sou sertão
A terra amada sonho do meu viver.
NORDESTE LAR.
Nordeste Deus quem fez
nossa terra prometida
no sertão tem escassez
no litoral água fluída
e que vem com sensatez
passa férias uma vez
e quer ficar pra toda vida.
bendição
o chão molhado
de um perfume ímpar
no sertão do cerrado
exala por todo o ar
o cheiro sagrado...
chove chuva, é salutar!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
25/09/2019
Araguari, Triângulo Mineiro
perdição
no outono
tal as folhas secas
perdição. Entono!
o sertão perde a cor
o pequizeiro o sono
o cerrado vira pecador...
a poeira perde o rumo
a chuva vira escassez
o vento se torna insumo
e a vida se perde no talvez...
pra noutro ano, perder-se
outra vez!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
26 de setembro de 2019
Araguari, Triângulo Mineiro
Doutor do sertão
Sou poeta, agricultor e vaqueiro
Sou mais um filho desse nordeste brasileiro,
Da palma verde ao solo rachado
Pense num Nordeste caprichado!
Bebi água de pote e me furei na macambira,
Desde criança era de baladeira
que eu treinava minha mira.
fachear era brincadeira de infância
ô saudade arretada daquele tempo de esperança.
A terra secava que chegava a rachar
Mas eu era moleque e só pensava em brincar.
Baixinha de corpo magrin, mainha mata um leão por dia
E eu comendo meus passarim, só agradecia.
A vida parecia ser pequena, mas nordestino é batalhador
Fui para a cidade grande, me inventei de virar doutor
Ô sofrimento da gota serena,
Trabalhei mais que beata fazendo oração,
Mas só de lembrar do meu sertão, já me corta o coração
Saber que eu tenho água nos canos,
E mainha ainda tá trabalhando as 18 horas do dia
Carregando água pra dar de beber a nossa famia.
Painho eu nunca vi, o Pai de cima levou de mim,
Mas de herança, papai deixou a enxada
Que muito já me servia, era pra ajeitar a terra e limpar o feijão
E foi com isso que mainha nos deu educação.
E hoje, lembrando do meu sertão,
Senti foi falta do meu cuscuz,
Mas tenho fé em meu Jesus
Que um dia eu consigo voltar.
Vou ligar pra minha véia e dizer que me achei
Perdido em outros estados vou dizer quem me tornei;
Sou poeta, doutor e serei sempre vaqueiro
Sou mais um filho desse nordeste brasileiro.
@CarvalhoEscrito
- Relacionados
- Frases nordestinas carregadas de cultura e sabedoria popular
- Frases de natureza que nos conectam com a sua beleza
- Frases da roça que exaltam a simplicidade do interior
- 54 frases de bom dia especial para acordar com o pé direito ☀️
- Guimarães Rosa Sertão Veredas
- O grande Sertão Veredas
- Frases de Guimarães Rosa sobre Sertão
