Sertão
Na roça
Curtindo uma vida pacata
com essa gente hospitaleira
sentindo o cheiro da mata
ouvindo o som da cachoeira
e um cafezinho na hora exata
borbulhando na chaleira.
choverando
canta gota do céu corrente
chuverando o chão ressequido
em sonatas vorazmente
canta para o sono embalar
nina com sua água vertente
banhando o cerrado a sonhar
canta a canção das águas
mata a sede inteiramente
e leva contigo as mágoas
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
setembro de 2019
Araguari, Triângulo Mineiro
MEU INTERIOR
Eu banhava de cuia
E sabão d`cuada
O barro do riacho
Encardido ficava
Desnuda na praia
Só passava a boiada
Eu tibungava nos açudes
Saia da água renovada
Chovia em mim chuva de versos
Minha alma saia lavada
Nas ribanceiras caçava ingá
Manducava todo o jatobá
Depois eu pegava caminho
No atalho do carreirinho
Apreciava o casulo
E o ninho do passarinho
Atravessava a cerca de arame farpado
Pra catar canapum do mato
Quando eu chegava à casa de vó
Era hora do arroz pinicado
Parecia infindo o caminho do riacho
Era hora de acender as candeias.
Como eu vivia um lado avesso
Tudo em mim já estava aceso!
Até na seca Deus sabe desenhar... saudades desse lugar.
Nascido no mato, criado no concreto.... na simplicidade eu me encontro.
Há quem diga que não vive sem o luxo... no final de tudo todos estaremos mortos, cansados por correr atrás de coisas que não eram eternas...
A CAATINGA AMANHECEU EM FLOR
Você falou que iria voltar, para mim.
Você saiu e levou o sol.
Você guardou as estrelas, para se lembrar.
Quando eu fui tua mulher
Aqui nunca mais há luz
Aqui nunca mais foi dia
Ninguém veio terminar
O que na noite enfureceu
Você sumiu
E, a lua foi visitar o sol.
E deste amor veio o arrepio
Você me amou na cama
no nosso altar
E levou a menina, que vivia em mim.
Você brincou com meu coração
Me aprisionou na sua história
Cansada de esperar:
Morri para mim.
E de tanto chorar dissolvi em lágrimas o meu sofrer
Umedeci rio, alimentei a dor.
Transformei a caatinga em flor
Matei a sede
Da minha alma
E, a caatinga amanheceu em flor.
Meu mar invadiu o sertão
Deu cheia no rio
Meu mar invadiu o sertão
Umedeci rio, extravasei a dor.
Transformei a caatinga em flor
Vida Nordestina
Sou movido pela vida nordestina
Combustível inesgotável do meu ser,
Tenho a fé que um dia vai chover
Pra nascer de novo à plantação,
E colocar toda a fé no coração
Desse povo sofrido e humilhado.
Já escuto o vaqueiro apaixonado
Aboiando a canção do meu sofrer.
Minhas forças já estão quase esgotadas,
Foi embora minha saga e minha sina,
Sempre espero uma ave de rapina
Pra levar pra longe meu penar.
Um pouquinho de água pra tomar
É o fim da vida nordestina.
CADÊ VOCÊ.
Te esperei na primavera
prá regar minha plantação
já se foi outra quimera
não ouvi um só trovão
e a chuva quem me dera
dê um banho nessa fera
que maltrata o meu sertão.
Lugar onde a felicidade se esconde
Lugar onde o que você procura
Há de encontrar
Lugar que antes um cerrado
Numa cidade viera se transformar
Lugar de gente bonita e cultura invicta
Lugar de mineiro do queijo e
Gaúcho do chimarrão...
Tu és Chapada Gaúcha...
Cidade no meio do sertão.
Retrato de uma flor
Tão delicada era, que muitos julgavam ser feita de porcelana. Finos traços faziam dela única. Exoticamente bela simples era ela. Parecia pintada a mão, feita por um hábil artesão. Se dela fosse tirada uma fotografia, muitos diriam que aquela pequena rosa, era frágil, e só podia ter brotado na mais bem cuidada estufa. Mas só bastava, que o fotógrafo desse uns passos para traz, e capturasse o cenário no qual crescera a ternura. E todos se espantariam. Como é possível tão bela flor no sertão?
MEU NORDESTE
Eu nasci lá no nordeste,
poesia é a minha paixão,
serei sempre nordestino
de corpo, alma e coração.
Trago em minha essência,
a dor da minha ausência
e a poeira daquele chão.
ROLIÚDE NORDESTINA
Nesse canto isolado,
De uma aridez extrema,
Minisséries e novelas,
Atores entraram em cena.
Que se abram as cortinas!
Roliúde Nordestina,
É um lugar de cinema.
CATEDRAL DE PETROLINA
Tem lugar pra todo mundo
Nessa santa Catedral
Encravada em Petrolina
Tem salesiano vitral
A arquitetura é gótica
A beleza é bem exótica
Grandeza monumental
(Ser) tão
Quando, à tarde, o sol risca o céu de encarnado
E a vida debreia seu ritmo normal
Vejo advir um ser tão bonito
Com um jeito sincero, de um povo sereno
Onde falar sorrindo é tão natural
Ser tão realista, da cerva trincada
Do banho de rio, da alma lavada
Que pede conselho e não desafina
Como sanfoneiro em festa junina
Um ser tão livre, que anseia por mais
Que nunca desiste e não volta atrás
Mas luta e persiste, pegando a estrada
Na mala um sonho, sem rumo, sem nada
Qual flecha atirada, não voltam jamais.
A melhor cidade desse mundo
Tem um nome embaraçado
Dadivada por dois rios
Nossos vizinhos de lado
Bem verdade seja dita
A paisagem já foi mais bonita
E os rios mais preservados.
A melhor cidade desse mundo
Não é melhor por perfeição
Tá bem longe disso
Falta saúde, falta educação,
Tem é muito politiqueiro
Bem pouco político verdadeiro
mas é nossa Princesa do Sertão.
A melhor cidade desse mundo
Tem um povo muito vivido
Tem roda de conversa à noite
Tem feirinha com seu atrativo
A água do rio corda gelada
A cadeira na porta da calçada
A família e as brincadeiras de amigos.
A melhor cidade desse mundo
ensinou-me a respeitar a natureza
jogar pião, peteca e bola na rua
Sem ter mania de grandeza
Coisas de cidade do interior
Mas que levo com muito amor
Pois minha raiz é minha riqueza.
A melhor cidade desse mundo
Nos traz mais proximidade
Não tem tecnologia avançada
Mas tem gente de verdade
Que conversa e escuta
Sem modernidade fajuta
Morar nela é felicidade.
A melhor cidade desse mundo
É a que cada um gosta de morar
A minha escolha é Barra do Corda
Se me perco, encontro-me lá
A vida vai passando depressa
Quando me distancio ouço: regressa!
Você sabe que aqui é seu lugar.
Sentado á mesa, de frente para um prato de fava com farinha, minha tia me olha e diz: O menino come de tudo! e eu à respondo: Mas tia se eu for escolher eu vou ficar com fome!
Meu sertão.
Em um lugar esquecido com secas cíclicas no interior do nordeste
Uma população desesperada esperando um cabra da peste
Que irá salva-los da carência e da fome
Antônio conselheiro foi esse “home”
Fundando o arraial de canudos no interior da Bahia
Pobres miseráveis, ex-escravos e fanáticos religiosos ai vivia
Uma comunidade pacata vivendo com as próprias leis
Sem pagar impostos irritando os burguês
Após uma madeira não entregue começou os combate
Matando 150 sertanejos, foi mais um abate
Elite de Juazeiro se sentia ofendida
Com aquela gente pobre tendo uma boa vida
Considerando uma afronta atacaram canudos
Que tiveram 3 vitórias o que não deixou os jornais mudos
Fanáticos Monarquistas querem acabar com a republica
Querendo aplicar sua própria doutrina bíblica
Após pedidos do povo acionaram o poder federal
Euclides cunha jornalista atual, foi documentar os fatos
Testemunhou um massacre, todos foram aniquilados
Após essa desilusão escreveu um livro contando essa tragédia do sertão
Os Sertões foi o nome da obra que tocou milhões
Até hoje essa calamidade toca nossos corações
Esse final triste ainda choca
A revolta de canudos ficou pra história
No Ceará leva na caixola
O Humor no coração
Nascem com ele pronto
Isso é fato da região
Tem Chico Anysio!
Tom Cavalcante!
Tudo cria do sertão.
Vizinhos: Música country na casa ao lado
Já passava da meia noite
As botas batiam as solas no chão
O som do banjo soou alto
Um chapéu voou rumo ao sertão
Com seu cinto afivelado
O vizinho não pôde se conter
Ergueu logo seu laço
E seu quadril começou a remexer
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