Sertão
Minha sorte!
Terra seca e rachada
não tem quase nada
que alimente o sertão
é a sorte que vaga
sem ter quem lhe traga
um pedaço de pão!
No sertão!
Aqui tem felicidade
tem aperto de mão
tem amor e amizade
um bom dia do irmão
lugar de simplicidade
e o agito da cidade
passa longe do sertão.
Criança do sertão!
O café puro bem cedo
é de apertar o coração
e não se muda o enredo
que vive aqui no sertão
criança cresce com medo
sem ter escola e brinquedo
sem ter direito a um pão.
Êita vida
Vivida com métrica e medida.
Chão de pedra sabão
Som do mar nas geraes, sertão.
Irregular saudade de você
Que está aqui do lado
Aos beijos no largo do enforcado
Entre inconfidentes sorrisos morenos
Brejeiros baianos
Em passagem entre mineiros.
O tempo está sertão! Um espelho de nós, talvez. Mas repare bem, cuidadosamente... há milhares de folhas no chão. Um outono fora de época.
"Os olhos negros ficaram cor de luto. A boca seca como o sertão arrido. A sua expressão uma arte sem escola. O coração batia feito sino."
Maldita seca que racha o chão de meu querido sertão
Que afasta seus filhos
Dor tão doida de deixar a terra natal
Terra tão querida
Ao mesmo tempo tão árida
Árida como os rostos que vejo nas janelas
A olhar o céu...
INHAMBU
No amanhecer do sertão
O inhambu com o gavião
Colorindo o céu, que nuvens
Cinza ficará azul.
O sol que ao bater o chão,
Coleirinho e o sabiá branco
Ticou-me meus olhos azuis.
FOLHAS EM POEMAS
Espelhos quebrados no
sertão em meus olhos
emaranhado de folhas
em poemas.
Papeis brancos e rascunhos
escritos entre as fissuras
das folhas verdes.
O rio em córrego em
notas musicais pelas
volutas da noite a
escuridão.
VERÃO SERTANEJO
O coro das aves do sertão
trina e grasna em um
curto espaço do vento
Seu vôo curto no céu no
verão quente perdidos e
sem rumo sem deixar rastro
em braile.
O sol quente do sertão
arqueia em minhas veias
e cada leito do rio como
cristais brilhos.
Eu Sertão
Meu corpo ferido
cicatrizado pela
remoção da poeira.
Verão pela estrada
a pele queimada de
carvão.
SOZINHU I SEM CARINHU
Ficu aqui nu meu sertâo
Sozinhu i sem carinhu
I guanu a noiti veim
Eu chóru baxim
Soluçanu cum as solidão
A lua quânu si achêga
Derramânu sua luiz
Si dismancha tudinha
Ao vê minhas tristeza
Qui nas noite inté reluiz
To aqui sozinhu
Nessi mundão
Oianu ao longi essa imensidão
Ah! Solidão qui martrata
Tantu esse solitáru coração
Intão, sinhá Mariquinha
Óie pra essi seu Caipirinha
Que fica ancim tão sozinhu
Esperanu por essa doci minina
Vô ti mandá meu retrato
Pra se vê se tudo dá certo
I ocê intão se arresórve
Casá mais ieu di uma vêiz
Inté, intão!
E fique logo boazinha!
Mariquinha du coração!
REZA PRA SINHÁ MARIQUINHA
Nossa Sinhora du Sertão
Atendi minhas oração, Santinha!
Nois tudo tá cum sodade dela
Cure logo a sinhá Mariquinha
Santu Antônho
Padruêro das muié sortêra e incalhada
Trati di cunsertá logo a sinhá
Que só farta ela sará
Pra nois dois si casá
São Pedru e São Juão
Padruêro das festa junina e dus quentão
Vê se arruma logo a bichinha
Pra nois dançá quadrilha
E sortá balão
Nossa Sinhora dus Bom Zóios
Cuidi das vista da Mariquinha
Ela tem di ficá bão de logo
Pra modi as borbulêta pudê oiá
E pros iscrito do praneta cumentá
Ocês tudo, Santu e Santa!
Trati di iscurta meus pidido!
Oiá bem o que ocês faiz!
Quero se casá cum a Mariquinha
Tê duas minina
E treis rapaiz
Ocês tome tento! Vice!
Inté, intão!
Os canibais fazem a gente sentir vergonha do sertão, pois os canibais dizem que lá só tem seca e mizéria, desvie o pensamento dos canibais e você será um sabio
Você é o sol dos meus dias nublados , a lua nas minha noites escuras a chuva no meu sertão...e é por isso que eu te dou meu coração.
Guanambi o sertão baiano te acolhe
Como terra de gente nobre
e de deslumbre encantador
Beija-Flor que aos pés de Santo Antônio
Foi criada e adorada por um povo sonhador
A cidade cresceu Guanambi se tornou!
Nome dado pelos indios que aqui morou
A beleza dessa cidade
nunca foi vista por aqui
Salve!Salve!
A nossa querida e belissima Guanambi!
És aqui autores,pintores e escritores...
Banhado pela sabedoria dessa terra!
Teu horizonte é lindo
E teu sol guarda um brilho especial
Teus montes,teus rios
E ate tua seca me encanta
Oh Guanambi tua beleza me espanta!
Beija-flor!Beija-flor!
São os gritos dados por aqui
Teu céu azul nos direciona a ir,
Ir lutar por trabalho,
Ir lutar com amor
Te amaremos sempre
minha querida!
"Beija-fulôr"
Do sol escaldante do sertão,
solo rachado,
terra escura,
nasci à prova que o Deus existe.
pingos de graças,
sorriso no rosto,
forró ao entardecer,
benção antes de dormir,
homem que vivi para cuidar da natureza,
assim é o mundo, o mundo do sertão,
dos homens que sabem que depois que a chuva cai na terra,
é hora, hora de depositar no solo sua esperança,
sua riqueza que alimenta a nação.
Água no sertão é como o sol que brilha no horizonte na beira de uma praia, encanta os olhos e massageia o coração dos amantes apaixonados.
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