Sempre Precisamos de um Amigo Brincalhao

Oh cruel vendaval!
Um bando de pequenos pardais
agarra-se à relva.

sussurro um ruído
(farfalhar de qualquer folha
ao pé de um ouvido)

Sobre a folha verde,
um movimento ondulante:
taturana verde.

a névoa dispersa
um boi muge
surge o Fuji

Um rastro de lua
Na rua de rastros
depois que a chuva parou.

surgidos do escuro,
somem na moita, na noite:
amores de um gato

gota na água
faz um furinho como
prego na tábua

um gaio levanta voo
ficamos sós
o pinhal e eu

O galo é um leão
furiosamente aberta
a sua juba de penas.

Passa um cão
com neve nas costas -
onde a leva?

no lago
um pato
toma banho de chuveiro

Um pombo no mar
traz ao bico verde ramo:
terra à vista?

Qualquer amor encerra um abismo, que é o prazer.

Um verde cobertor
todo trançado de relva
aquece a terra.

Um pouco de internacionalização afasta-nos da pátria, muito reconduz-nos a ela.

Crescem mais pêlos
Nas minhas orelhas -
Mais um ano chega ao fim...

Apenas um gesto
e o homem é capaz de vida -
reparto o caqui.

Se a minha mulher tiver de ser viúva um dia, preferia que fosse durante a minha vida.

Seja uma fonte, não um dreno.

Se os deuses conspirarem a favor, terei um novo surto de poesia e me tornarei um metafísico.