Selar Amor
Vamos esquecer um pouco das cobranças, esquecer um pouco dos rancores, deixar de lados as desavenças, se jogar nas confetes de ternura, nadar nas confetes de alegria, principalmente fazer dos momentos descontraídos do carnaval, a pista de fraternidade. Banhados em confetes coloridas de amor.
A obcessão por fotos, inclusive selfies, sempre está ligada à baixa autoestima das pessoas superficiais. Principalmente quem as usam com o objetivo de se ostentar. Ostentação é um sentimento de inferioridade.
ACORDO (soneto)
Alegro... vejo a ventura em aclive e rama
Toda a sorte, que contenho na alma boa
Abarca-me em glória, e nada me atraiçoa
Pois, estou como os felizes: - sem drama!
Ama! Amo!... que seja pra qualquer pessoa
Sem o desdém que humilha, e que infama
Que põe a destruição como trágica chama
Tisnando a satisfação em ter fé. - Perdoa!
Perdoo... no bem, na piedade, amor e prece
Sem a irrisão que traz ao espírito penúria
Dor, e nenhum consolo... - então esquece!
Espinhos, que na maldade então escorre
Despreze, pois sem piedade se tem fúria
Nada leva. Na certeza da vida: - se morre!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
12 de janeiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Um simples "Oi" seria capaz de quebrar seu orgulho ?
Aquele velho e conhecido Oi que trocavamos quase que sempre e agora já não se faz mais presente.
Aquele Oi que foi o responsável por se iniciar toda uma história, até cheia de fantasias e sonhos não ditos.
Aquele velho e conhecido Oi vindo daquele velho e conhecido número.
Bom... Essas duas letras juntas foram responsáveis por tanto, por isso eu te pergunto:
Um simples "Oi" seria capaz de quebrar seu orgulho ?
Estar com ela era como estar à frente de uma alcateia, só não saberia dizer se a alcateia era ela, ou eu. Gostávamos de morrer juntos enquanto nossos lobos saciavam-se com nosso sangue e com a nossa carne até que não sobrasse mais nada de nós.
Hoje escrevemos cartas para ninguém.
Passamos horas e horas escrevendo textos ao vento.
As palavras vão se perdendo enquanto imaginamos se alguém chegará a ler.
Não existe mais um endereço e muito menos um amor.
Talvez um desabafo para lugar nenhum em um tempo qualquer.
Mas mesmo assim escrevemos.
Talvez seja a saudade de um tempo que palavras faziam sentido.
Um tempo onde o pensar era virtude.
Mas bem, mais uma carta ao nada, que talvez encontre um alguém que faça sentido.
O mundo me dói,
Como uma apunhalada pelas costas,
Nada mais faz sentido,
Perdi o juízo,
Tudo que cria perdeu-se,
Desconstruiu-se,
Escorreu como lágrima,
Molhou-me o rosto,
Desgosto,
Engarrafado,
Contido num maço,
Num posto,
Em março,
Se alastra,
São só fugas,
Entre copos, fumaça e corpos,
Me aperta o cardio,
Me enjoa,
Virá pó,
Me assola a Alma,
Tira-me a calma,
Que a cada respirar se esvai,
Fico trêmula,
Inerte,
Inútil,
Misturada à esse mundo fútil,
Rebordose,
Vivendo ao inverso dos versos que um dia fiz,
Da vida que eu quis,
Como dente-de-leão,
Sopro de "Bem me quer, mal me quer",
Esvoaçou,
Em partículas se tornou,
Fragmentou,
Desmoronou.
Eu sinto a sua falta, eu sei que errei muito com você, se eu pudesse voltar no tempo, te abraçaria por mais tempo aquela ultima vez, falaria o quanto eu te amo. Doeu muito ter que decidir me afastar de você mas é melhor assim. Eu te deixei ir, não porque eu não te amo, é por causa que eu te amo e nâo posso te fazer feliz
