Seca
Cada rasgo no meu peito, de sofrimento, e para cada lágrima seca, velada... aquieto-me; pois vivo a certeza, que um dia, eu serei muito mais, que meras lembranças de dor (...).
O nordestino é de valor
se levanta a cada baque
vive na seca e na dor
mas não tem um de araque
pode ir por onde for
mesmo para o exterior
que não perde seu sotaque.
NÃO NEGO!
Sou nordestino e não nego
sou cria desse lugar
na seca nunca me entrego
só saio se Deus mandar
e esse orgulho eu carrego
e nesse chão só sossego
quando essa chuva voltar.
CADÊ VOCÊ?
A seca é predominante
não tem uma flor plantada
a escola está distante
e a saúde prejudicada
sai e entra governante
e a pobreza é alarmante
nessa terra abandonada.
Não maltrate o nordestino
que sofre desde menino
sem ter água pra beber...
tem a seca que castiga
tem o oco na barriga
e quase nada pra comer.
SIMPLES!
A renda é muito pequena
como é tão pequeno o leito
sem chuva a seca é plena
mas a gente dá um jeito
não carece sentir pena
só precisa ter respeito.
Auto algozes...
Saudade de ti Poesia!
Saudade dos versos ferinos;
dos versos sem seca ou denodo,
eivados de tons destemidos...
Cansei de escutar “céu azul”;
chamarem legal o ruim.
Zumbis se sucedem, eu vejo!
Tirando os tapetes dos pés,
entregam aos maus o pavês.
Eis! Lambem os pés, são pisados
e abanam rabinhos usados.
Nossa manhã.
Sua visita é bem vinda
aqui na nossa região
a seca maltrata ainda
mas já com moderação
e quando a noite se finda
a manhã nasce mais linda
nas cidades do sertão.
Um forte.
Essa é a nossa trajetória
a seca, a fome e a morte
a sobrevivência é a glória
que transforma fraco em forte
o nordestino faz a história
não espera pela sorte.
Sabe aquele momento que parece ter muitas borboletas sambando no teu estômago, que a boca fica seca, que a visão fica turva e que dá uma sensação de desmaio? Calma, é pressão baixa!
Tenho Fé!
E
quando a
chuva chegou...
Deixei-me molhar.
Refresquei a pele seca.
Tinha sede.
Sede desse mar
que vem do céu.
Agradeci a Deus.
E vi quão forte
é o amor D'ele por nós!
Terra molhada.
Brotos das árvores.
Rios cheios.
Corpo fresco.
Ar umedecido...
Agora é só esperança,
pulsando no coração!
Tempos bons virão.
Tenho fé!
A MINHA
A minha alma está seca
De lentes quadradas
De soltas alegrias
De risos perdidos
De vazios insondáveis
De sonhos violáveis
Doi-me o corpo que mendiga
Perdão, perdão que não consegue
Alcançar de tanto procurar
Nos sonhos perdidos
De uma alma seca, a minha claro.
Na caatinga seca árida de vegetação rala de palma a terra seca rachada de baixo do sol quente no meio do céu limpo sem nenhuma nuvem se quer
Caminha o caatingueiro com a inchada no lombo sem desanimar agradecido guarda o sorriso junto com a esperança que alimenta a fome de fartura em dias de abundância de água que mata a sede e umedece a terra rachada o caatingueiro que sobrevive com pouco mas,se enche de fé e esperança
As vezes é preciso sonhar
E acreditar que amanhã será diferente
Com sol quente ,ou muita chuva
No pouco ou na fartura
O viver é um dia após o outro
Na árides se aprende que paciência e vontade Caminha juntas e só para pra descansar encostada na arueira pra beber sua água na cabaça...
A caatinga
Você está incendiando meus pensamentos mais que fogo em palha seca.
Tá! Invadindo um campo minado.
Tá! Brincando com o perigo...
Quando estiver nos meus braços, vai pagar o preço pelos, os teus atos.
Vou te castigar com os meus lábios.
Vie
Minha boca, seca,
não fala mais como antes,
acho que não tenho mais jeito,
de comunicar-se à toda essa gente.
Será este o fim?
Que se aproxima de mim?
Andar por essa cidade da garoa,
agora só me deixa à toa.
C'est la vie,*¹
tomara que isso te alivie.
De lá para cá, houve certa evolução,
mas não o suficiente para causar a revolução.
A briga se instaurou,
e nada mudou.
Com tudo que a sociedade pode nos proporcionar,
tudo continua a mesma zona.
Dizem que mudam-se as coisas,
mas os ruídos são semelhantes,
esses ruídos são loucos,
e um tanto chocantes.
E todo mundo,
parece mudo,
Quoi*², c'est la vie,
ma chérie*³, c'est la vie...
*¹ é a vida
*² que
*³ minha querida
SEGUE A VIDA.
O nordestino é conhecido
pela fama de valente
com a seca tem sofrido
sem o grão de uma semente
segue a vida destemido
mas não existe um bandido
por aí falando Oxente.
