Seca
In Memoriam (JP)
Partiu jovem demais,
Como um rio que seca,
Antes de chegar ao mar,
Deixando-nos a margem com pressa.
Partiste, mas ficaste,
No verso a rimar,
Numa história a se contar,
Na canção que não cessa.
Como um verso sem final,
Uma canção só de refrão,
Ecoa na memória,
Insiste em não parar.
O Lamento Incrédulo
Choro de pedra, de pó e de abismo,
lágrima seca na face do tempo,
um grito que rasga o véu do infinito,
mas Deus se esconde no entendimento.
As dores dos mortos pesam na carne,
vozes antigas sufocam o sono,
nas ruas, exércitos marcham sem glória,
resta-me o nada, o pó do abandono.
Abraço que afaga e logo desfaz-se,
esperança em cinzas, fé em ruína,
o beijo da culpa que arde na pele,
o pecado sem nome que nunca termina.
E se Deus não houver? Se tudo for sonho?
Se a dor for em vão, se o mundo for frio?
Sou sombra sem dono, sou noite sem astro,
cometa perdido no próprio vazio.
Por Evan do Carmo
A seca quando avança
não aduba o pé da serra
quando eu fui era criança
feito um cabrito que berra
e meu coração balança
sem perder a esperança
de voltar pra minha terra.
No seu jardim era sempre outono
Mas a folha seca não quer tombar,
E vive em uma eterna dança com uma borboleta amarela.
No coração fiel a Deus, flui o Ro da Graça Eterna que jamais seca, revelando o Amor que não tem fim, a Luz que não se apagará e a presença Daquele que nunca nos abandona.
Dilson Kutscher
ESPLENDOR DOS IPÊS
Meus olhos lacrimejam pó
Minha garganta seca dá dó
Minhas pernas trêmulas dão nó
No horizonte tênue, cinza e pó
Estamos em agosto, que desgosto!
Estação seca das arvores tortas
Das flores e folhas mortas!
Do céu sem nuvens, descem vendavais
Formam redemoinhos de poeiras infernais
Estalos de galhos soltos criam asas latentes
Balanceiam como peraltas ambulantes
A mercê das correntes constantes...
Olho a imensidão dos eixos Sul e Norte,
Que unem as extremidades das asas do Plano Piloto
Onde carros apressados passam sem perceber
Do seu interior a beleza efêmera e tênue dos Ipês!
O roxo e o rosa enchem as retinas, bonito de se ver,
O amarelo é ouro e atraí abelhas e beija-flores
O branco é o símbolo da paz, que colosso!
A natureza nos brinda com esplendor
O destaque denso e um colorido revelado
Que se escondem na noite de um céu estrelado
E na manhã seguinte, o espetáculo bonito de se ver,
As explosões coloridas dos exuberantes Ipês!
Só percebemos o valor da água
Quando a fonte seca
E no amor é a mesma coisa
Talvez ele esteja em sua frente
As vezes não conseguimos enxergar
Quando percebemos, muita água já rolou,
aí já é tarde
O que fica é um coração partido
Cheio de saudade
OCASO DA VIDA
Vai, folha seca, vai, desgarrada
Ao vento em fascinante magia
Vai, que o outono, já evidencia
No fatal balé, de poética toada
Cumpre o destino, meta sagrada
Mudada: sem cor, árida sinfonia
Sem viço, sem a gala da energia
E, a tua pálida força, já crestada
No tempo, a tua mocidade palia
Deixando-te no calor da saudade
Vai, folha delicada, doce poesia
Baila pelo ar desta final liberdade
Realizou a sua crucial biografia...
Ímpar e, cada um de nós há-de.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26 agosto 2024, 16’23” – Araguari, MG
Desde a Lei Seca nos Estados Unidos nos anos 1920 até hoje a regra para a segurança pública padrão é sempre a mesma. Quando algum grupo criminoso assassinava um policial ou um figurão político, a medida e a resposta mais rápida e próspera era sempre a mesma, atacar no âmbito do dinheiro, mandando fechar os principais pontos de venda clandestina de bebidas, os carteados e os puteiros. O próprio crime organizado com os prejuízos financeiros apresentam os assassinos e os mandantes em menos de 10 dias.
A folha no seu percurso natural seca e cai no chão,mas as vezes há um imprevisto e as folhas verdes também se desprendem.
ESPERA!
A seca tudo devora
não deixa a gente plantar
a chuva passa e demora
só cai em outro lugar
quem deixa a terra que mora
é todo dia que chora
pedindo a Deus pra voltar.
Seca, a figueira supunha que em data alguma viriam lhe visitar.
Nem era a estação de seus frutos.
Como arbusto, orgulhava-se ao vento por suas madeixas.
Um galileu faminto moveu-se até ela;
inquiriu-lhe dos frutos.
Sorriu matreira, se esquivou e silenciosa manteve-se.
No âmago, a fome não o deteve.
Saiu-lhe em palavras lançadas ao vento.
Cobriu suas folhas, desceu pelos ramos,
percorreu até o solo, achando suas raízes.
Raízes são a boca das plantas.
Ali, pôde o misterioso homem devolver-lhe a fome.
Ele segue; e ela, seca, testemunha o mal que é fingir-se alimento diante da fome de alguém.
Guerreiros
A poeira que levanta da terra amarga,
tão seca quanto as árvores retorcidas que alí vivem.
As nuvens vazias que atraem a esperança.
As lágrimas que inundam os olhos tristes,
daqueles que na terra esperam ver a vida renascer.
A caminhada exaustiva na busca pela vida,
onde o sol não perdoa, castiga.
A fé que os rege e que os guia.
A força e a coragem que os faz seguir em frente.
O sorriso alegre que esconde as marcas da vida,
as marcas de quem lutou, de quem acreditou.
São marcas de guerreiros,
guerreiros nordestinos.
Visto cara de coruja afoita
seca por beber de noite
versos noturnos de canudinho
nos períodos diurnos
Sô passarinho adormecido.
Até uma folha seca quando se desprende,Deus Tem determinado o seu tempo.Então é sábio não duvidar do poder de Deus.
Seca e cortante, é como as foices do sentir me sondam,
Não há mal no amar, não há mal no viver.
É preciso ter força para se sobressair
mas é preciso sanidade para não se perder.
Quem disse que aquelas pernas irão me enganar mais uma vez?
Meditando o sossego da existência
é a única utopia que ando alimentando.
Ora, vês! quem diria, logo esse mar de sensibilidade que fui.
Ora, vês! eu diria, sou por mim o sentimento mais inconstante, amanhã direi que de nada disso sabia.
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