Coleção pessoal de autran1956

1 - 20 do total de 37 pensamentos na coleção de autran1956

A minha máscara se colou tanto à minha pele que virou o meu outro eu visto de dentro. Vale a ambiguidade.

De antemão não sei escrever qualquer coisa, vou no vai-da-pena.

O que não é um mal em si, pode até se transformar numa virtude.

Nada é igual nas aparências, mas tudo se identifica.

O autor lê sempre a (sua) mesma obra?

A obra escreve o seu autor?

O leitor perfeito é um autor em gestação.

Quem é que se escolhe, o autor ou a obra?

A obra é um mito, fio de meada em direção ao incógnito final. O autor nunca vê, senão como um sonho (mito de um mito), o panorama do que fez.

Em cada autor há uma série de pequenos autores. O produto final é uma incógnita - o próprio autor, a suma.

A única coisa que um autor tem de verdadeiramente próprio é o corpo; o seu texto talvez não passe de paródias entrelaçadas, acumuladas...

Entre a obra e o autor se faz um mundo.

Se, após a escrita, um autor diz alguma coisa sobre o que escreveu, nada mais está fazendo do que um novo escrever.

Um autor só é autor no momento exato em que escreve. Depois, passa a ser um leitor a mais de sua própria obra.

Não adianta se esconder sob mil disfarces, a realidade sempre aparece.

Ser antigo é para mim um estado de espírito, um pensamento desejoso. Cada um deseja o que pode.

Sou dividido, ora sou platônico, ora aristotélico.

Às vezes vou escrevendo tão calmo e tão vagaroso, tão simples e silenciosamente, que penso atingir a morte, a nulificação, o Nirvana oriental.

Nosso idioma é um manancial inesgotável.

Escrevo para entender a loucura humana em geral e a loucura particular que é Minas Gerais.