Se quer ser Amado Ame

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Eu não posso causar mal nenhum a não ser a mim mesmo.

Com que inocência demito-me de ser
eu que antes era e me sabia
tão diverso dos outros, tão mim-mesmo,
ser pensante, sentinte e solidário
com outros seres diversos e conscientes
Da sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio, ora vulgar ora bizarro,
em língua nacional ou em qualquer língua
(qualquer, principalmente).
E nisto me comprazo, tiro glória
de minha anulação.

E, mesmo, quem já não desejou possuir um ser humano só para si?

Clarice Lispector
Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

E se perguntassem o que vem a ser o certo, Gabriela olharia com a cabeça torta como a de um cachorro quando parece não compreender o que se passa. O olhar de repente vidrado de quem tem sede de entender as coisas que acontecem ao redor. E no meio dessa imensa individualidade onde ninguém podia entristecê-la sempre cresciam espinhos. Espinhos para machucar aqueles que a machucavam, então assim não a tocavam. Não tocava porque o medo da mágoa não deixava que lhe tocassem, ou então havia medo porque não haviam tocado fundo o suficiente para que o medo não existisse. Que triste então estava sendo, mas Gabriela parecia acostumada. Acostumada e fria porque depois de tantas lágrimas, ela finalmente parecia ter secado. Seus olhos eram de desilusão, de cansaço. Cansada de construir sonhos, planos, fantasias. E depois da desilusão ter de destruir uma a uma, como se nada daquilo tivesse um dia existido, só para olhar para trás e não sentir nada do que sentira antes. (...) E nessa de cuidar, vou cuidar de mim. De mim, do meu coração e dessa minha mania de amar demais, de querer demais, de esperar demais. Dessa minha mania tão boba de amar errado.

Parei de lutar para ser perfeita, pois esse conceito já não me interessa. Agora só quero sair bem nas fotos.

Não precisa ser em um lugar perfeito, nem de um modo perfeito, mas tem que ser com você.

É incômodo ser dois: eu para mim e eu para os outros.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Que prazer mais egoísta
O de cuidar de um outro ser
Mesmo se dando mais
Do que se tem pra receber
E é por isso que eu te chamo
Minha flor, meu bebê
Minha flor, meu bebê

Quero ser tua, quero que você seja meu.

"O quão sagrado é ser absurdamente feliz mesmo sabendo a dor que vem depois. O quão sagrado é ver pureza em tudo o que você faz, ainda que você faça tudo sendo um grande safado. O quão sagrado é abrir mão de evoluir só porque andar pra trás é poder cruzar com você de novo.Não é amor não. É mais que isso, é mais que amor. Porque pra te amar mais, eu tenho que te amar menos. Porque pra morrer de amor por você, eu tive que não morrer."

Tão secreta é a verdadeira vida que nem a mim, que morro dela, me pode ser confiada a senha, morro sem saber de quê. E o segredo é tal que, somente se a missão chegar a se cumprir é que, por um relance, percebo que nasci incumbida – toda vida é uma missão secreta.

Clarice Lispector
A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Não se prenda a mim, não se limite, não pare de olhar para fora. Daqui a pouco vai ser muito tarde, eu sei que é assim porque eu sinto isso.

E se perguntassem o que vem a ser o certo, Gabriela olharia com a cabeça torta como a de um cachorro quando parece não compreender o que se passa. O olhar de repente vidrado de quem tem sede de entender as coisas que acontecem ao redor. Ela não sabia amar, talvez. Então mais um amor havia ido embora, mais um amor havia chegado ao fim. Nessa imensa individualidade onde ninguém podia entristecê-la sempre cresciam espinhos. Espinhos para machucar aqueles que a machucavam, então assim não a tocavam. Não tocava porque o medo da mágoa não deixava que lhe tocassem, ou então havia medo porque não haviam tocado fundo o suficiente para que o medo não existisse. Que triste então estava sendo, mas Gabriela parecia acostumada. Acostumada e fria porque depois de tantas lágrimas, ela finalmente parecia ter secado. A maquiagem borrada em volta dos olhos tinha sido limpa na noite anterior. Quando Antônio e ela se encontraram; ela parecia inteira. Inteira porque não tinha ficado nada dela para trás. Seus olhos eram de desilusão, de cansaço. Cansada de construir sonhos, planos, fantasias. E depois da desilusão ter de destruir uma a uma, como se nada daquilo tivesse um dia existido, só para olhar para trás e não sentir nada do que sentira antes. Era mais um fim doído, choroso, arrastado.

O amor não precisa ser perfeito para ser amor...
Ou não seria um sentimento humano,
seria algo apenas ao alcance de Deus.

E, mesmo, quem já não desejou possuir um ser humano só para si? O que, é verdade, nem sempre seria cômodo, há horas em que não se quer ter sentimentos.

Clarice Lispector
Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Bom mesmo é ser um cão. Ninguém se confunde com o seu latido.

Tornar-se uma pessoa melhor é uma busca que muitas vezes só pode ser feita com a ajuda de teu próximo.

Bons pais dão presentes, pais brilhantes dão seu próprio ser

Este hábito dos pais brilhantes contribui para desenvolver em seus filhos: auto-estima, proteção da emoção, capacidade de trabalhar perdas e frustrações, de filtrar estímulos estressantes, de dialogar, de ouvir.

Bons pais atendem, dentro das suas condições, os desejos dos seus filhos. Fazem festas de aniversário, compram tênis, roupas, produtos eletrônicos, proporcionam viagens. Pais brilhantes dão algo incomparavelmente mais valioso aos filhos. Algo que todo o dinheiro do mundo não pode comprar: o seu ser, a sua história, as suas experiências, as suas lágrimas, o seu tempo.

Pais brilhantes, quando têm condições, dão presentes materiais para seus filhos, mas não os estimulam a ser consumistas, pois sabem que o consumismo pode esmagar a estabilidade emocional, gerar tensão e prazeres superficiais. Os pais que vivem em função de dar presentes para seus filhos são lembrados por um momento. Os pais que se preocupam em dar a sua história aos filhos se tornam inesquecíveis.

Você quer ser um pai ou uma mãe brilhante? Tenha coragem de falar sobre os dias mais tristes da sua vida com seus filhos.

Tenha ousadia de contar sobre suas dificuldades do passado. Fale das suas aventuras, dos seus sonhos e dos momentos mais alegres de sua existência. Humanize-se. Transforme a relação com seus filhos numa aventura. Tenha consciência de que educar é penetrar um no mundo do outro.

Muitos pais trabalham para dar o mundo aos filhos, mas se esquecem de abrir o livro da sua vida para eles.

Infelizmente, seus filhos só vão admirá-los no dia em que eles morrerem. Por que é fundamental para a formação da personalidade dos filhos que os pais se deixem conhecer?

Porque esta é a única maneira de educar a emoção e criar vínculos sólidos e profundos. Quanto mais inferior é a vida de um animal, menos dependente ele é dos seus progenitores. Nos mamíferos há uma dependência grande dos filhos em relação aos pais, pois eles necessitam não apenas do instinto, mas de aprender experiências com seus pais para poderem sobreviver.

Na nossa espécie essa dependência é intensa. Por quê? Porque as experiências aprendidas são mais importantes do que as instintivas. Uma criança de sete anos é muito imatura e dependente dos seus pais, enquanto muitos animais com a mesma idade já são idosos.

Como ocorre esse aprendizado? Eu poderia escrever centenas de páginas sobre o assunto, mas neste livro comentarei apenas alguns fenômenos envolvidos no processo. O aprendizado depende do registro diário de milhares de estímulos externos (visuais, auditivos, táteis) e internos (pensamentos e reações emocionais) nas matrizes da memória. Anualmente arquivamos milhões de experiências. Diferentemente dos computadores, o registro em nossa memória é involuntário, produzido pelo fenômeno RAM (registro automático da memória).

Nos computadores, decidimos o que registrar; na memória humana, o registro não depende da vontade humana. Todas as imagens que captamos são registradas automaticamente. Todos os pensamentos e emoções - negativos ou saudáveis - são registrados involuntariamente pelo fenômeno RAM.

Augusto Cury

Nota: Trecho de Pais Brilhantes, Professores Fascinados

A mais premente necessidade de um ser humano era tornar-se um humano

Clarice Lispector
Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

O nosso coração deve ser habitado pelas coisas de Deus. Somente Ele pode nos trazer felicidade, paz e harmonia. Que todos os dias possamos nos esvaziar do nosso eu, do nosso rancor e da nossa pressa e nos encher da bondade e da sabedoria divina. Que mudemos hoje. Do amanhã ninguém sabe...