Saudade é uma Casinha
...e tem dias que é assim mesmo, bate aquela vontade de ter nascido numa casinha de caramujo, apertadinha, onde tudo o que importa é a gente e o nosso umbigo! Onde a única coisa que nos resta, é ficar ali, quietinha, em silêncio, ouvindo só o som do nosso coração, tum tum por tum tum, pra entender de uma vez por todas se o que precisa de ajuste é ele ou a gente!
Meu antigo lar.
A casinha hoje abatida
onde eu via o sol se pôr
hoje já meia esquecida
só resta saudade e dor
foi minha terra prometida
que passei parte da vida
nos braços do meu amor.
De vez em quando ela fica meio triste, meio chateadinha e se enfia na sua casinha de caramujo.
Mas ela sabe que não vai ficar lá pra sempre.
Só o tempo suficiente pra acalmar o coração e a alma.
Depois ela volta, linda, sorridente, curada... Não curada de tudo - porque ela sabe que já não há cura - mas curada pra mais um dia e outro e outro e outro.
Tantos dias quanto forem possíveis sobreviver.
O Amor...
Como um shopping em construção,
Ou a casinha do João de barro que é a mais pura perfeição,
Como uma cerca viva, linda, exuberante, toda florida,
O amor é um sentimento que tem que valer por toda uma vida.
03/01/2018
O seu coração é uma casinha que nem sempre vai caber todo o mundo, mas tem que caber o máximo de pessoas que te façam crescer.
Vou construir uma casinha de sapê
no mais alto daquelas
colinas.
Mas lá não haverá
cama e nem colchão
Tão pouco fogão
Nem se quer, ar condicionado.
Pois a minha rede pelos
pilares de madeira irá balangar
O meu fogo sobre brasas ei de me servir
A brisa gelada entre as fresta da janela,
ressoará.
Aquele riacho que há lá em baixo, a fome
e a sede nele cessarei
Para lá levarei a bela menina,
Dela meu horizonte á fará deusa.
Meu pai nasceu nessa casinha da pintura. Ela era exatamente igual esta retratada aí. Esse quadro foi pintado antes da casa virar ruínas e sempre que o olho, navego a um passado que me trás recordações quase vivas em minhas memórias.
Casa de tijolos de barro, piso de terra batida quase cinza, janelas e portas de madeira rústica entalhadas pelo formão e pelo machado, tranquilamente trancadas por tramelas. As madeiras do telhado eram feitas artesanalmente de majestosos troncos de árvores nativas da região e nas suas telhas de barro ainda podia se ver os rastros das mãos habilidosas de quem às fez.
Era linda. Arrumadinha. Fresquinha e cheirosa. Cheirava a rosas durante o dia e o perfume de jasmim invadia os cômodos à noite, com a sutileza que beirava a perfeição. Escondidos sobre a beleza da simplicidade os móveis pesados e robustos, arranjados com matéria prima que trazia mais vida ao lugar. As camas bem simples forradas com esteiras de talinhos dourados e pesados colchões de algodão cru, recheados ricamente com capim seco. Jarrinhos de flores, o pote, a moringa com água, o candeeiro com sua mancha de fumaça preta na parede e as imagens de Santos e Santas, faziam a decoração típica do interior da Bahia.
Nas recordações que meus sentidos me trazem, consigo sentir o cheirinho de café moendo, da panela de ferro cozinhando feijão catador, da lenha do fogão a lenha queimando, até o estalinhos eu consigo escutar. Ficava ali encostadinho observando aquelas cores vivas que o fogo improvisava, a dança louca das labaredas e imaginando que a fumaça que saia bailava ao comando de minhas pequenas mãos.
A visão pelas janelas me parecia quadros. As plantas, as árvores maiores, a vegetação nativa, tudo era encantador. O abacateiro grande e frondoso na lateral fazia sombra para o engenho de cana e o forno de farinha. Abacate, rapadura e farinha é a combinação perfeita. O pé de cereja com suas texturas, cheiros e cores era algo que se sobressaia no quintal, perto do rego de água, fazia sombra para as galinhas e aninhava passarinhos de todas as espécies que procuravam por seus deliciosos frutos. Eu era um desses passarinhos, com a habilidade de criança magricela escalava o mais alto que podia e ficava ali, vendo o tempo passar e comendo cerejas. A cerca que rodeava a casa era também por onde passavam várias pessoas a caminho de outros lugares e um cumprimento alegre era praxe. Toda criança que passava gritava um “Bença!” e ganhava um “Deus te abençoe” de cortesia e de coração.
Os sons ao redor da casa compuseram as melodias mais harmoniosas que já escutei. O radinho de pilha ligado em alguma estação, os pássaros livres e cantadores, as aves no quintal piando descompassadamente pra lá e pra cá, o barulhinho bom do rego de água que cortava fora a fora a linha do quintal, os berros do gado e dos bezerros, o relinchar dos cavalos acordando, os latidos dos cachorros mateiros, faziam daquilo tudo uma composição ímpar, transformavam a algazarra matinal em música pra mim.
Mas havia ainda o maestro. Calmo, porém opulente. Forte, todavia tranquilo. Imortal. O Arrojado! Aquele rio de águas doces, límpidas e frescas, era o que permitia se viver ali e o seu ronco, meio canto, meio barulho era ouvido de longe, de qualquer lugar. O arrojado como o próprio nome diz era destemido, cortava as terras desde o Gerais e levava vida a tudo e a todos. Era ele quem mandava.
Banhar nas águas daquele rio era um capítulo a parte, era a aventura maior de todas e ir além de onde se conseguia colocar o pé no chão, me exigia uma coragem sem tamanho. Com os pés flutuando meu coração ia à boca, de medo e de respeito pelo rio. “Rio não tem cabelo menino”, eu escutava dos mais velhos a advertência e assim procurava sempre respeitá-lo como se respeita um Mestre.
Várias lendas e histórias eram contadas a respeito das águas do Arrojado. Algumas pra rir, outras pra meter medo. Quem nunca ouviu falar do Nêgo D’àgua? Aquela criatura imaginária, folclórica e bagunceira deixava minha imaginação fértil. Sempre fui doido para vê-lo, ainda não tive a sorte.
A noite, sentado nas cadeiras no quintal da casa, podíamos ver o maior espetáculo do mundo: O céu!!! Que lua imponente e gigante, dava pra ver a luta de São Jorge com o Dragão todas as noites. Quantas estrelas vinham exibir seu suntuoso brilho. O céu era magnífico e eu ficava por horas, paralisado, olhando pra cima, desenhando coisas, ligando pontos, viajando pelo espaço daquela imensidão de pontinhos de diamantes. Somente os vagalumes, aquelas estrelinhas que voam perto de nós, quebrava o hipnotismo. As candeias disputavam a atenção com sua pequena chama laranjada e seu cheiro gostoso de querosene queimando. A luz mesmo estava era dentro daquelas pessoas: Luz Divina, era a luz de Deus que nos protegia, iluminava e acalentava a noite de sono.
Naquela casinha onde meu pai nasceu, passei bons momentos de minha vida, talvez por conta da dureza da vida e do aprendizado recebido, forjei um pouco do meu caráter, aliás, forjamos, pois somos uma família unida e numerosa e todos que beberam da água do Arrojado se tornaram homens e mulheres virtuosos e agradecidos por ter naquelas casinhas simples da região, um berço de sabedoria, humildade, simplicidade e amor pela vida.
A memória dentro de nós é um tesouro que estará sempre conosco, não pode ser roubado, não deve ser vendido e jamais deve ser esquecido.
À casinha e tudo que ela representa, meu muito obrigado!
Aos bichos e a natureza que vi e me viram crescer, muito obrigado!
Ao Arrojado, meu rio, meu muito obrigado!
Aos meus avós, pais, tios, primos e irmãos, muito obrigado mesmo, família é tudo!
Obrigado Deus, serei eternamente agradecido por viver isso tudo!
A VIDA NA ROÇA.
Uma casinha singela,
Ao lado de uma estradinha de chão,
Onde a vida é simples e bela,
Há paz de alma no coração.
Uma porteira na entrada,
Um mata-burro ao lado,
Um liberando a estrada,
O outro inibi a passagem do gado.
Construída ao pé do morro,
Roupas limpas no varal,
Com a casinha do cachorro,
E uma farta horta no quintal.
Não há luz elétrica e nem muro,
Mas tem lamparina e lampião,
Lá não se vive no escuro,
Lá não há poluição...
Meu casebre e palhoça,
Onde plantei a felicidade,
Eu não troco a minha roça,
Pelo conforto da cidade.
FELICIDADE.
Se for luxo aqui não tem
a casinha é bem pequena
o importante é viver bem
num lugar que vale a pena
sem dever nada a ninguém
pode morar mais de cem
que a felicidade é plena.
O humor refuta a arrogância.
Mesmo assim quando desenhar uma
casinha é necessário riscar um chão sob ela,
para que eles não digam sobre um enigma que talvez tenha.
Dizem que a felicidade mora
Em uma casinha bem distante
Onde o tempo não passa
Onde tudo é de todos, para todos...
Na verdade ela reside em coisas
Tão simples, gestos tão pequenos
Amor, respeito, confiança....
Saber ouvir, medir palavras
Porque essas, sim, ficam para sempre
Guardadas dentro de nós
Amar quem te ama? Muito fácil!
Agora amar quem te odeia
Isso é uma grandeza de Deus
E como humanos que somos
Apenas tentamos aprender
Com nossos erros
Para não fazer sofrer
Quem realmente está ao nosso lado
Realidade de um sonho
Outro dia sonhava
Morava numa casinha de veraneio
Onde haviam jardins e alguns canteiros
Ô terrinha boa de plantar
Salsinha, cebolinha... e umas florzinhas pra cheirar
Uma rede branca na varanda deixava a sesta boa
E o quintal com churrasqueira terminava na lagoa
Lá de dentro acordes do violão faziam o som
Nas mãos de uma leonina de timbre forte e ouvido bom
Amiga parceira, que por sorte, da vida ganhei
E então, daquele sonho despertei
Porém, me embalando na tal rede pude observar
Que tudo aquilo eu tinha, não estava a sonhar!
AMAR (AINDA) SOU EU
Meu modus operandi é um caos
que mora lá dentro de mim,
mas ô casinha bagunçada.
Meu sol é meu silêncio
de cabelos desgrenhados,
pés afundados e descalços.
Meu grito é meu corpo de bigorna
que trasforma tudo de peito aberto.
Meu amor é polido em bate papos virtuais,
transparente, indecente, complacente,
que fere a carne com seu corte de estampido
em meio ao congestionamento do trânsito,
promessas e mentiras que se tornaram reais.
Meu desejo é de molhar a cueca por apenas um sussurro,
mesmo que a vida se abra doente e impossível
como Narciso ávido e no cio.
E na passagem pela Estação do Inferno,
Pirajá ou Lapa, entre frestas, pouco importa,
pés descalços que lambem o vazio,
meu amor nunca se deixa abalar por alguém
cujo sobrenome pode ser lido de trás para a frente...
Amar é um relâmpago que se desfaz, um zero que gira.
Amar é um demônio louco que grita em meio à escuridão.
Amar é esta estranha sensação de músculos dilatados.
Amar é compartilhar o tempo, contornar o olhar,
mentir descaradamente para agradar...
Amar é sentir as entranhas desta condição
de verme torto com sede e fome de asas.
Amar perdidamente (e loucamente)
onde amaldiçou as pedras dos monumentos
feitos sobre nossos cadáveres que ninguém vê.
Amar amaldiçoando esta sociedade de afetação
que puni quem pensa com a própria cabeça,
mas que continua tendo aquele que ama
atravessado em sua garganta.
E mesmo quando eu já for um frio cadáver,
vou continuar amando loucamente...
pois a tevê propaga sempre o catarro
no nariz quebrado do morto apaixonado
e todos os rótulos dizem sempre que
os remédios genéricos são seguros,
que na capa da revista sou eu
e que o livro do último queridinho
vende aquilo que não é meu...
Cuidado, seus olhos podem estar escondendo
o que o seu coração precisa ver.
Tinha uma rosa
pássaros...
ninhos, beijas- flor.
No meu caminho
tinha uma casinha cor de neve,
tinha mel, adocicou.
Tinha árvores, arco-íris
tinha cores
borboletas, veredas
flores e riachos.
Tinha mares, jardins
espinhos,
espetou !
Tinha pedras, barrancos...
subidas,
descidas e altos
tinha sonhos,
no meu caminho tinha versos
belezura,
Tinha um garoto
menino,
homem encantador.
Tinha rios e riachos
águas,
cantos de amor.
É que você nasceu pra ser minha
Vamos dividir uma casinha
Uma cama dormir de conchinha
Deus abençoou nossa união♬
Uma casinha na beira do vale, umas vaquinhas de leite, uns pés de café para ajudar na renda, uma mulher para amar e dois filhos para sacramentar o casamento. É tudo, tudo que quis para ser feliz!
Tidão Fassina
Casinha de fazenda
Samambaia da colina
Nasce uma lenda
Vem à luz Tide Fassina
Era tempo dos bondes
Tide é apelido
Seu nome é Aristides
Ele já nasceu sabido
Descendente de italiano
Trabalho o ano inteiro
Vivenda novo plano
Cambiou Sítio Barreiro
Tinha um pé-de-paina
Prás bandas de Itatiba
Caboclo da Bocaina
Sombra da copaíba
Na lida era perfeito
Já tocava a carroça
Serviço malfeito
Levava uma coça
Preste atenção
Galo canta de manhã
Quantos Fassina são?
Seis irmãos e uma irmã
Saiba a verdade
Aristides Fassina
Aos dezessete de idade
Acordava três da matina
Tapete de geada
Cavalo tá selado
Tocava a boiada
Passo troteado
Amansador de burro bravo
O bornal leva a marmita
Comia mel de favo
O bondão era a cabrita
Para boi de corte
Faca de açougueiro
Novilha de porte
Munheca de leiteiro
Seu pai era João
Antonia mãe amada
Um sítio um casarão
Sousas virou morada
Havia muita fartura
Chapéu de boiadeiro
Cavalgava com bravura
Cabras Fazenda Jambeiro
Um homem se formou
Beleza singular
Rachel se apaixonou
Conduziu-a ao altar
Duas meninas dois meninos
Novo lar paternidade
Um pomar um pé-de-nozes
Prestígio na comunidade
Encerrou uma empreitada
Floreou a incerteza
Avistou grande jornada
A dor tem sua beleza
A vida é bailarina
O destino ninguém dita
Benvindos Rafael e Carolina
Casou-se com Rita
Vai longe essa história
Em vários casos é contada
Muita luta e muita glória
Mas não está acabada
Ói qui senhor freguês!
Quer saber mais do Tidão?
Perguntem a ele é sua vez
Porque eu não conto não
Na cidade pequenininha, havia uma casinha
Na casinha tinha uma pequena arvorezinha.
A arvorezinha deixou de ser pequenina
E virou um pé de bananinha.
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