Rondo Poesia de Cora Coralina

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⁠Enrolado em seus caracóis
Jurando que se ela disser que me ama hoje eu mudo de vida
Já pensou, bem? Se 'cê vem, bem-vinda
Pensando na primeira vez que te vi
Engraçado eu não ter notado que o que eu procurava tava bem ali

SIMPLES ASSIM

Por que amo escrever?
Amo escrever porque é
Mais que um ofício, é
Um vício, porque sinto
Que a poesia não tem
Fim em mim, e o porquê
Bem, eu não sei te dizer,
Mas talvez seja porque
O escrever para mim
Significa mais que viver,
Significa jamais morrer!
Guria da Poesia Gaúcha

Não vejo a menor possibilidade até porque
não tenho boa vontade e nem disponibilidade
para quem não me merece, já que igual não
me oferece a mesma prioridade de verdade!
Guria da Poesia Gaúcha

Quero acorda um dia em seu olhar,
Quero acordar um dia com um bom dia,
Quero acordar um dia com seu beijo,
Quero acordar um dia com seu cheiro,

GRAÇA SOBERANA

"Amor que não se descreve,
Amor que não se vê;
Sublime atitude de um Deus soberano,
Entregou seu unigênito por amor a mim;
Imerecidamente me salvou,
Soberanamente me regenerou;
Autor da salvação, meu amado Senhor,
Jesus Cristo, o Salvador."

ATÉ BREVE

Quando estamos apaixonados a vida fica tão
leve e bonita que nem mesmo na partida um
até breve vira em sinônimo de despedida !

ILUSÃO

Ilusão eu achar que família é assim,
Um por todos, todos por um, sempre,
Sempre que preciso for, independente
Se o objetivo que une é de amor ou dor.

Afinal, foi pura ilusão eu achar que ao
Valorizar lar, que ao honrar a raça teria
A graça de igual ser tratada pelo homem
Que tem meu sangue e igual sobrenome.

Ah como eu quisera orgulhar-me agora de
Não ser anônima, de ser mais uma em uma
Família, dos tantos loucos uns pelos outros,
Do que menos uma numa família de poucos.

Ah! Que triste ilusão eu achar que por teres a
Mesma origem pudesses um dia evitar que eu
Tivesse vertigem e achar que porque viemos do
Mesmo ventre fôssemos mesmo gente da gente.

Mas, não, não foi ilusão quando usei a palavra
Mano e não vi a tua mão estendida, quando eu
Gritei a palavra irmão e não fui ouvida, quando
Toquei o teu coração e vi o teu trocado em vida.

Ah! Que desilusão senti quando não pude contar
Contigo como amigo, afinal vi o ledo engano até
Do cartório que registrou o igual sobrenome num
Homem desumano neste plano como meu mano!
Pedaços de Mim, página 46, 1999

Deite-Se Sobre Meu Peito e Ouça Meu Coração...
Você irá Notar que à Cada Batida,
Ele Sussura Seu Nome...

Cora coralina

Que desde menina
Mesmo sem ser muito letrada
Conseguiu abismar a moçada educada

Seus versos simples !!
Como de uma cabocla
Desse imenso Brasil
Varonil

Monstrou a todos nós ,
Que as mulheres
Desse pais continental
Que ela é a tal

Inteligente ......simples
Bem humorada
Deixou....... imaculada
Saudades em nossos corações

Cora Coralina

Minha doce Ana
humildade que encanta
das suas mãos
a doce profissão.

Transformou a doçura em palavras
e palavras em poesia
e poesia em sentimentos
e sentimentos em pessoas.

Sem se importar com gramáticas
com escolas literárias
priorizou a mensagem
para a forma virar simplicidade.

Dos becos históricos de Goiás
o cotidiano da nossa gente
canônica eternamente
doceira das palavras.

Leva o Prêmio Juca Pato
com o carinho da sua gente
Ana, Aninha
nossa doce Cora Coralina.

Inserida por danielliokamura

Desistir... eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a sério; é que tem mais chão nos meus olhos do que o cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos meus passos, do que tristeza nos meus ombros, mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça.

Letícia Lanz (Geraldo Eustáquio de Souza)

Nota: A autoria do pensamento tem vindo a ser erroneamente atribuída a Cora Coralina.

O mundo meu é pequeno, Senhor.
Tem um rio e um pouco de árvores.
Nossa casa foi feita de costas para o rio.
Formigas recortam roseiras da avó.
Nos fundos do quintal há um menino e suas latas
maravilhosas.
Seu olho exagera o azul.
Todas as coisas deste lugar já estão comprometidas
com aves.
Aqui, se o horizonte enrubesce um pouco, os
besouros pensam que estão no incêndio.
Quando o rio está começando um peixe,
Ele me coisa
Ele me rã
Ele me árvore.
De tarde um velho tocará sua flauta para inverter
os ocasos.

Manoel de Barros
BARROS, M. Poesia Completa. São Paulo: Leya, 2011.

Tarde

Na hora dolorosa e roxa das emoções silenciosas
Meu espírito te sentiu
Ele te sentiu imensamente triste
Imensamente sem Deus
Na tragédia da carne desfeita.

Ele te quis, hora sem tempo
Porque tu era a sua imagem ,sem Deus e sem tempo.

Ele te amou
E te plasmou na visão da manhã e do dia
Na visão de todas as horas...
Ó hora dolorosa e roxa das emoções silenciosas

Mulher, ó mulher,
Pudesse eu recomeçar este mundo,
inventaria de criar-te primeiro,
e somente depois retiraria Adão de tuas costelas.

Padre Fábio de Melo

Nota: Mulheres de Aço e de Flores

O homem, bicho da Terra tão pequeno
chateia-se na Terra
lugar de muita miséria e pouca diversão,
faz um foguete, uma cápsula, um módulo
toca para a Lua
desce cauteloso na Lua
pisa na Lua
planta bandeirola na Lua
experimenta a Lua
coloniza a Lua
civiliza a Lua
humaniza a Lua.

Lua humanizada: tão igual à Terra.
O homem chateia-se na Lua.
Vamos para Marte — ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em Marte
pisa em Marte
experimenta
coloniza
civiliza
humaniza Marte com engenho e arte.

Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro — diz o engenho
sofisticado e dócil.
Vamos a Vênus.
O homem põe o pé em Vênus,
vê o visto — é isto?
idem
idem
idem.

O homem funde a cuca se não for a Júpiter
proclamar justiça junto com injustiça
repetir a fossa
repetir o inquieto
repetitório.

Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira Terra-a-terra.
O homem chega ao Sol ou dá uma volta
só para tever?
Não-vê que ele inventa
roupa insiderável de viver no Sol.
Põe o pé e:
mas que chato é o Sol, falso touro
espanhol domado.

Restam outros sistemas fora
do solar a col-
onizar.
Ao acabarem todos
só resta ao homem
(estará equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de con-viver.

E ao me sentir ausente
Me busque novamente - e se deixes a dormir
Quando, pacificado, eu tiver de partir.

A beleza da vida se multiplica cada vez
Que a gente partilha com alguém que a gente ama...
Se você quiser multiplicar a vida...
Você precisa dividi-la.

O Homem Escrito

Ainda está vivo ou
virou peça de arquivo
sua vida é papel
a fingir de jornal?

Dele faz-se bom uso
seu texto é confuso?
Numa velha gaveta
o esquecem, a caneta?

Após tantos escapes
arredonda-se em lápis?
Essa indelével tinta
é para que não minta
mas do que o necessário
é uma sigla no armário?

Recobre-se de letras
ou são apenas tretas?
Entrará em catálogo
a custa de monólogo?

Terá número, barra
e borra de carimbo?
Afinal, ele é gente
ou registro pungente?

O coração é um solo. Vale onde brotam as paixões, como os outros vales da natureza inanimada, ele tem suas estações, suas quadras de aridez ou de seiva, de esterilidade ou de abundância.
Depois das grandes borrascas e chuvas, os calores do sol produzem na terra uma fermentação, que forma o húmus, a semente, caindo aí, brota com rapidez. Depois das grandes dores e de lágrimas torrenciais, forma-se também no coração do homem um húmus poderoso, uma exuberância de sentimento que precisa expandir-se. Então um olhar, um sorriso, que aí penetre, é semente de paixão e pulula com vigor extremo.

José de Alencar
A Pata da Gazela

{...)- Os compromissos rompem-se dum momento para outro.
- É exato; Ás vezes ocorrem circunstâncias que desatam as mais solenes obrigações.
Mas entre as razões que movem a conciência não se conta o interesse; Ele daria ao arrependimento a feição de uma transação.

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