Rondo Poesia de Cora Coralina

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PIANO

SEMPRE que eu ouço o aveludado som do Piano ao pé do meu ouvido
Eu me lembro do seu sorriso sincero,
E me dizendo coisas que eu nunca imaginei ouvir.
Sinto bem perto o calor do fogo que nos incendiava;
A pouca luz que alumiava a escuridão como uma vela.
Lembro dos teus olhos de anjo
Olhar que misturava paixão com prazer.
Doce amor de uma magia Divina.
Ainda sinto o amor que me movia naquelas noites com chuvas.
Posso ver esculpido no teu rosto a inocência de uma Flor;
E a malicia de uma menina;
Ainda me lembro bem das promessas daquela noite.
Ao som de Piano misturando o sabor do teu beijo com vinho e sedução;
Som que invade a alma, beijo que me enlouquece de prazer,
Amor de uma paixão incandescente;
Luz e calor de uma mulher.
Mulher que eu amo.
Mas ela já se foi;
Mas vive em mim, sempre.
Sempre que ouço o aveludado som do Piano.

Ditirambo

Meu amor me ensinou a ser simples
Como um largo de igreja
Onde não há nem um sino
Nem um lápis
Nem uma sensualidade...

Oswald de Andrade
ANDRADE, O. Trechos escolhidos, Volume 91. Rio de Janeiro: Agir, 1967.

Ame como se tivesse conhecido o amor nesse instante.
Ame a cada dia, sem se preocupar com o amanhã, pois o amor se desgasta quando armazenado.

Estranhamento

Estranho
que depois dos 40
esteja aprendendo
o que é o amor.
Que tolo então eu era
achando
que já sabia tudo de cor
pensando
que nesta matéria
não sentiria mais dor
pois dor e alegria me abalam
e humilde
- reaprendo quem sou.

Talvez pensasse
já ter resolvido a questão
quando na adolescência
morto de amor
vivi a ressurreição.
Mas o amor revém
com seu mistério sobre o homem
que em breve
será velho. Revém
e me humilha. Me humilha
e glorifica
me deixa doce perplexo
enquanto minha carne
se estremece
- e maravilha.

Eu sempre falei: Por homem eu não choro!E muito menos por amor! (...)

... E tantas foram às vezes que eu chorei por eles.

"A grande causa de esquecimento, a responsável pela pouca contrição da gente e a pouca constância no arrependimento, é o tempo, é o tempo não ser, como o espaço, uma coisa onde se possa ir e vir, sair e voltar... O que se passa no tempo, some-se, anda para longe e não volta nunca, pior do que se estivesse do outro lado de terra e mar.

Afinal, quem pode manter, num espelho, uma imagem que fugiu?"

Soneto

Tanta lágrima hei já, senhora minha,
Derramado dos olhos sofredores,
Que se foram com elas meus ardores
E ânsia de amar que de teus dons me vinha.

Todo o pranto chorei. Todo o que eu tinha,
caiu-me ao peito cheio de esplendores,
E em vez de aí formar terras melhores,
Tornou minha alma sáfara e maninha.

E foi tal o chorar por mim vertido,
E tais as dores, tantas as tristezas
Que me arrancou do peito vossa graça,

Que de muito perder, tudo hei perdido!
Não vejo mais surpresas nas surpresas
E nem chorar sei mais, por mor desgraça!

Mário de Andrade
ANDRADE, M. Poesias completas: Volume 2, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2014

Ponho-me a escrever teu nome
com letras de macarrão.
No prato, a sopa esfria, cheia de escamas
e debruçadas na mesa todos contemplam
esse romântico trabalho.

Desgraçadamente falta uma letra,
uma letra somente
para acabar teu nome!

- Está sonhando? Olhe que a sopa esfria!

Eu estava sonhando...
E há em todas as consciências um cartaz amarelo:
"Neste país é proibido sonhar."

Carlos Drummond de Andrade

O silêncio é a linguagem de quem ama;
é melhor que a palavra humana
renuncie e se exprima
com afeto.

Somente a alma, na sua
linguagem silenciosa,
consegue fazer o que sentimos.

O ELEFANTINHO

Onde vais, elefantinho
Correndo pelo caminho
Assim tão desconsolado?
Andas perdido, bichinho
Espetaste o pé no espinho
Que sentes, pobre coitado?

— Estou com um medo danado
Encontrei um passarinho!

Seja ético, faça a sua parte.
Seja ético, sempre com amor e dignidade.
Seja ético no trabalho, na vida, até a eternidade.

“Uma vez, li em um livro de poesias antigo, que Yelda é o nome que se dá para uma noite sem estrelas, na qual aqueles que sofrem por um amor perdido ou distante permanecem acordados, suportando e encarando a escuridão interminável da noite esperando pelo nascer do sol, na expectativa de que seu amor reapareça junto com ele. Depois que te conheci, todas as noites da semana passaram a ser Yelda para mim.”

O pássaro é livre
na prisão do ar.
O espírito é livre
na prisão do corpo.
Mas livre, bem livre,
é mesmo estar morto.

o desespero de amar alguém que não te faz bem é tão grande que chega a sufocar.
o peito pesa, afunda, arranha.
te amei com todo o meu ser enquanto jogava toda a minha essência no lixo só pra servir no molde que você montou pra mim.
cansei.
cansei de tentar ser quem não sou para agradar alguém que não se importa.
por que essa necessidade de mudar alguém se todos somos diferentes?
não consigo acreditar que habitei tanto tempo na sua atmosfera tóxica.
se eu te dissesse que não penso em você todos os dias,
eu mentiria.
se eu te dissesse que vai ser assim pra sempre,
eu mentiria também.

"Deixamos algo de nós para trás ao deixarmos um lugar, permanecemos lá apesar de termos partido.
E há coisas em nós que só reencontramos lá voltando.
Viajamos ao encontro de nós ao irmos a um lugar onde vivemos uma parte da vida, por muito breve que tenha ela sido."

Há pessoas que marcam a nossa vida e depois há pessoas que são a nossa vida.
Essa é a melhor forma que encontrei de descrever quão importante você é para mim.
Desejo que você sempre faça parte da minha vida, para que a minha alegria seja completa!
Obrigada por nunca desistir de mim e da nossa amizade, mesmo quando eu não te tratei como você merecia!
Parabéns para você, minha querida amiga! Continue sempre assim!

Poema à Mãe

No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe

Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos.

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha — queres ouvir-me? —
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;

ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;

ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal...

Mas — tu sabes — a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber,

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves.

Eugénio de Andrade
ANDRADE, E., Os Amantes sem Dinheiro, 1950

Sou chamada de antissocial o tempo todo.
Apenas por ser calada, quieta e discreta.
Porém, prefiro ser assim.
Porque para sermos aceitos pela sociedade de hoje precisamos gritar, xingar, dar dedo, se exibir, ser nojenta, grossa e ignorante.
Então, sinceramente prefiro ser como sou.
Uma pessoa calada, mas quando explorada, se encontra uma pessoa doce, amiga, sincera e verdadeira.
Se isso for ser antissocial, tenho orgulho de ser isso.

Carrego no bolso um punhado de esperança.
E dentro das manhãs, que me despertam,
uma fé que não cabe em mim.

A mulher era tão feia, tão feia, mas tão feia que São Jorge quando a avistou, deixou o cavalo, a espada e saiu correndo.

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