Renato Russo Poemas sobre a Vida
Carta à Mãe ( sobre o cancro) -
Estou diante de um velho espelho e vejo a minha imagem turva. Estou sozinha mas viva, e isso vale por mil companhias. Lá no fundo brilha uma esperança de futuro, de vida, de cura, ainda que vaga … o que não apaga tudo aquilo que vivi e senti. Agora quero acreditar em Deus, sinto que mereço acreditar nele e no seu poder de Equilíbrio … porque acreditar em Deus é acreditar na Vida. Vida que ainda sinto, que ainda respiro, que ainda me habita. Vida que nunca ninguém em tempo algum me poderá tirar … agora Sei! Agora Sinto-o!
O cancro é um mal que entra no corpo sem se dar por ele. É um estranho negro que começa a viver lá, a virar a nova casa em que habita contra si mesma. Esta é a fatalidade do cancro. Ele começa por ser um invasor mas torna-se uno com o invadido forçando-nos a destrui-lo. Destruição que nos destrói, dor que gera dor, fim que nos aniquila. É a presença do diabo! O tratamento é o exorcismo da ciência.
Mãe … espero que nestes termos o Ames a ele e a mim porque os dois formamos um só. Espero que aceites este estranho que muitos conhecem mas que poucos conseguem expulsar completamente … e se ao leres isto que escrevi, a escuridão me tiver engolido, não podes pensar que fizeste pouco por nós. E apesar de sempre termos alcançado tudo juntas, este ultimo percurso tem de ser feito obrigatoriamente por mim, e só por mim. Perdoa-me o individualismo mas é assim que a Vida quer! O passado dos nossos sorrisos parece ter-se afastado, parece ter-se evadido … sinto o presente tão doloroso na Alma e no Espírito que o futuro se torna numa incógnita fatal.
Que o teu Coração de mãe se acalme com a recordação do nosso Amor porque o meu está em Paz … e se eu tiver que partir mãe, nessa hora de partida, levarei impressa no meu Ser a tua Alma de Mulher.
in Uma Alma de Mulher
Do mesmo autor
Não perturbe meu silêncio
Porque você não sabe nada sobre ele,
Porque, enquanto eu falava, você não quis me ouvir;
Agora ele tomou dimensões descomunais,
Sutil, sem fúria.
Criou tentáculos entre os quais me abrigo sentindo a pulsão de sua profundidade, a viscosidade de sua pele.
Vocẽ já não consegue alcançar minhas mãos, nem eu as suas.
Lágrimas silenciosas descem, evaporam, drenam meu corpo, pouco a pouco...
Você conhece o poço dos silenciados?
Nele conversamos nossas dores sem falar.
Lá, o tempo se divide em dois,
E você poderá ouvir os ecos da mudez do mundo.
Feita de/para/sobre
(Poeta Bucano)
Após a tormenta da tarde
Um nó turvo ficou muito claro
Agora, tenho que me permitir
E vou mergulhar nisso
sem o peso das ressalvas
Derrubei, depois de uma metade de vida, as cortes que poderiam me julgar
Artistas não deveriam ser condenados
Qual é a acusação? Sentir o que sentem?
A natureza do sentimento
é a excludente da culpa
Porque esse é o fogo que concebe suas vidas.
Então, que nos venha livre essa doce loucura, azeitando as vírgulas desse destino -
Esse é o meu veredito!
O calor da minha respiração
anseia pelo sabor dessa aventura
E esperar-te-ei sentado à mesa da reciprocidade
No menu do silêncio, de entrada,
serás servida com qualquer obra de arte
singular, em par,
feita de/para/sobre nós
E assim viver-te-ei, Arte,
respeitando os limites de cada estrofe, mas em estilo livre.
"Quando tu necessitas fazer ressalvas a cada afirmação tua sobre um assunto, duas coisas podem estar acontecendo:
Ou tu não sabes do que falas e estás inseguro.
Ou existe um cruel cerceamento do "livre pensar" na sociedade em que vives e, tu temes represálias."
Sergio Junior
Na "brincadeira" muitas pessoas dizem o que pensam sobre você, de modo que se você não gostar do que ouvir elas possam dissimular, dizendo que estavam brincando quando na verdade é o pensam verdadeiramente.
É por isso que eu não dou liberdade de brincadeiras para quem eu não conheço o suficiente. E não faço brincadeiras com os que não me conhecem minimamente.
Existem pessoas "sem noção", mas há muita maldade disfarçada de ingenuidade ou de "humor".
É nas brincadeiras que fazem, que muitas pessoas mostram o que são.
"Sobre Trens e Leis"
Uma locomotiva pode trafegar lentamente ou muito rápido. Pode levar poucos ou muitos vagões. Essas variáveis não interferem no que ela é, desde que rode sobre trilhos, continuará sendo uma locomotiva. Os trilhos são o que lhe confere estabilidade, é o caminho imutável, a trajetória inescapável.
As leis são os trilhos de um país. Assim como a locomotiva tem variáveis, um país também as tem, como economia e segurança. Quando alguma variável vai mal, a última medida a ser tomada deve (ou pelo menos deveria) ser mudar as leis, pois assim como trilhos foram postos meticulosamente onde estão, as leis foram debatidas e sopesadas antes de vigorarem.
Infelizmente não tem sido assim, pois temos assistido mudanças legais ao menor sinal de desarranjo, que poderia ser solucionado por vias executivas, tal como o maquinista aumenta ou diminui a velocidade da locomotiva, a depender do traçado dos trilhos ou da quantidade de vagões. A única questão é se o maquinista tem a habilidade e a lucidez necessárias e, sendo o caso, não mudem os trilhos, contudo, não sendo o caso, também não mudem os trilhos, mas o maquinista.
Sobre os filhos.💙💚
Quando dizem:
Eles crescem rápido.
Acredite, é a mais pura das verdades.
E tudo bem reclamar das paredes rabiscadas, as marquinhas de pezinho e mãozinhas por todo lado, isso faz parte do nosso processo quando aprendizes de mães.
Afinal, nenhum filho vem ao mundo com manual de instrução, e nem uma mãe consegue ser 100% perfeita, né!
Vamos errar, mas em uma busca incansável de sermos a melhor mãe possível.
Nós nos doamos todos os dias para os nossos pequenos "serzinhos", sem querer nada em troca, e isso é ser mãe.
A nossa maior recompensa da vida é ver aquele outro alguém sorrir, e isso é ser mãe.
Nos anulamos muitas vezes, sem nem cogitar questionar, isso também é ser mãe.
E se erramos às vezes, nos culpamos tão loucamente, nos sentimos fracassadas, pois nessas horas esquecemos que somos mães, e mães também erram.
"Vou ser a melhor mãe do mundo, pois sou a única.
Mas vou errar, pois sou humana". (Vanessa Camargo)
Dois amigos caminham tranquilamente sobre uma ponte. Um deles pergunta:
— Sabia que existem milhares de crianças passando fome?
— Sim, eu sei.
— Os políticos luxam com o dinheiro que daria pra comprar comida pra elas.
— Porque são corruptos, pois eles não têm amor no coração, eles próprios sabem que recebem mais do que merecem receber.
— Tu tem inveja de político?
— Não, até porque não sou cego. Eu simplesmente não concordo com as injustiças causadas por eles.
— Nem eu, nem vou.
TENTAÇÃO
Enfeitava-se de lantejoulas
E vestia uma espécie de ceroulas
Sobre um corpo muito moreno
Pequeno,
Quase ao chocolate negro,
De púbis atena
Com cheiros de açucena
Muito farfalhuda
Negra, barbuda
Como as do pirata
Primata
Dos sete mares
Sentidos
Mas não percorridos.
Nestes meus invividos
Ares
Altares
Sem fé de sentir
O doce do fruto maduro
Sem ser só pão duro
Neste mundo inexplicável
Por tanto inextricável
Do que foi
E do que está para vir
Como um boi
Puxa a carroça da troça
Doente, por não poder fugir.
E a pequena esfinge
Egipciana
Era uma mulher que finge
Estar comigo na cama
Da ilusão,
Apenas, cruel tentação!
(Carlos De Castro, in Poesia num País Sem Censura, em 10-08-2022)
CONVERSANDO SOBRE O MUNDO
Dois amigos estão na beira do rio conversando sobre o mundo enquanto apreciam o sol surgindo no horizonte. Um deles pergunta:
— Já percebeu que a maioria das pessoas confunde vingança humana com justiça divina?
— Sim, já percebi — responde o outro, mostrando sinais de que tem uma mente saudável. — Se Deus faz mal aos que fazem mal, que diferença Deus terá dos que fazem mal?
— O mal provém da ignorância do povo em conjunto com o mau-caratismo dos seus governantes.
— Ainda bem que, mesmo em meio a essa bagunça, acontecem coisas maravilhosas, e é nessas que a tua alma precisa focar, pra não se desgastar com perspectivas decepcionantes.
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Quando demasiadamente falas sobre o que fazes
Quando procuras saber sobre o que os outros fazem
Mas pouco ou nada dizes sobre o que és
Ou nada sabes sobre os que os outros são
Prepara-te para saber que não te conheces
E acumulas fraqueza e escuridão na tua autoconstrução.
Limites
Minhas mãos deslizam sobre o tecido leve
De cetim, seda e poliéster
Na minha pele remendada
Se tais contornos que lembram a falha nas placas
Também é limite a minha alma vinda do Himalaia
Não pense que eu esqueci
Do seu riso detalhado
Agora que está marcado em mim
Toda a vasta natureza para ti
Suprema e delicada,
Todos os limites, cânions e vales são para ti
Águas quentes e vales verdes
Verdes piscinas e grutas douradas
Se banhe nessa água
Que para nós poetas foi dada
Lábios úmidos e suspiros
Beijos rápidos e gelados
Feitos de livres ventos e amassos
Dedos deslizam sobre o tecido
Do seu coração remendado
Em transe
DELÍRIO
Pensando em você, rolava sobre o lençol
Corpo arrepiado pedindo para ser explorado.
Meus dedos decididos, toca todas as dobras,
De cada parte do meu corpo em chamas.
Rosto no travesseiro, boca mordendo lábios
Mãos friccionando, atiçando meu íntimo.
Lava quente subindo em meu corpo, liquido viscoso brotando por entre virilhas e coxas.
Olhos abertos, delírio, um grito silencioso de prazer. Assim sou eu pensando em você.
SOBRE ADIAR O SEU REENCONTRO
O cuidado demasiado com o outro
Pode ser na mesma medida
Fuga de si
Por vezes... o peso nos ombros da demanda alheia
É mais suportável
Que a carga pesada do cuidar-se!
E sobre o autocuidado
Adiar pode parecer viável paliativamente
E é ilusão que se cria
Pois o que não dá pra se evitar
É vivenciar esse encontro um dia!
#Mysteriouswolf
"Talvez hoje seja as últimas palavras sobre você, dessa vez não vai haver vírgulas ou interrogações, será o ponto final dessa história sobre nós.
Sempre me recusei a acreditar no seu Adeus, deixei meu coração se enganar causando a ilusão que você sempre ficaria.
Já faz tempo que ouço apenas barulho do vazio que sobrou dentro de mim, pois o tempo foi passando e tive que ir me adaptando as mudanças que sofri em meu interior.Guardei tantas coisas bonitas de nós dois por tanto tempo, mas tudo está se desfazendo, sendo corroído pela força do tempo.
Hoje destruí o pouco que havia de nós dentro de meu coração, apaguei suas palavras de meus ouvidos, sua imagem ceguei em meus olhos, e os momentos de amor e desejos carnais arranquei sem dó de minha carne.
Nossa história cairá no esquecimento, porque não há como reescrever outro final para esse amor que guardei em mim por tanto tempo, mas se eu disser que estou feliz com certeza estou mentindo.
Foi preciso matar o amor, sacrificar muitas coisas em nome da razão, não há tempo e nunca haverá registros sobre nós, porque existe coisas que apenas o coração pode registrar e a mente pode fotografar."
-Roseane Rodrigues
Mais reflexões sobre meios e fins
Ideias simples produzem medidas simples. Resultados avançados de medidas simples são poderosos, mas embora o poder seja sempre referência, o valor do compromisso se atrela sempre além no processo e não na entrega.
Sobre o fanatismo
A auto-sabotagem passa necessariamente pelo apego exacerbado em coisas cujas fragilidades funcionais nós negligenciamos, esquecemos ou ignoramos.
"Não é sobre quem segura a sua mão,
é sobre quem não quer soltar.
Não é sobre quem está com você,
é sobre quem acredita em você.
Não é sobre quem te conhece,
é sobre quem te reconhece,
valoriza e não quer te perder.
Não é sobre quem escolhe ficar,
mas quem nunca mais deseja partir."
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Conversem!
Conversem sempre
sobre tudo!
Porque o silêncio são pedras.
E pedras são muros, e muros dividem.
Pessoas pequenas falam sobre os outros, fofocam e espalham discórdia.
Pessoas boas falam sobre acontecimentos bons, motivam.
Pessoas excelentes falam sobre idéias boas, dão as mãos e fazem acontecer.
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