Renato Russo Poemas sobre a Vida
Só havia três coisas sagradas na vida: a infância, o amor e a doença. Tudo se podia atraiçoar no mundo, menos uma criança, o ser que nos ama e um enfermo. Em todos esses casos a pessoa está indefesa.
Nunca cometi um erro na minha vida, pelo menos um que eu próprio, mais tarde, não pudesse explicar.
O amor, que não é mais do que um episódio na vida dos homens, é a história inteira da vida das mulheres.
Mais um ano. Mais um palmo a separar-me dos outros, já que a vida não passa de um progressivo distanciamento de tudo e de todos, que a morte remata.
O amor não é uma futilidade ou um divertimento; é um sentimento profundo, que decide de uma vida. Não há o direito de o falsificar.
Ironia da vida: a mulher dá-se como prêmio ao fraco e apoio ao forte, e nunca ninguém tem o que precisa.
A vida humana não tem só um nascimento, só uma infância, é feita de vários renascimentos, de várias infâncias.
No fundo, sinto que a minha vida é sempre governada por uma fé que já não tenho. A fé tem isto em particular: mesmo quando desaparece, continua a agir.
A esperança, enganadora como é, serve contudo para nos levar ao fim da vida pelos caminhos mais agradáveis.
Não há homem completo que não tenha viajado muito, que não tenha mudado vinte vezes de vida e de maneira de pensar.