Reencontro na Morte
O que é a vida senão um raio que cruza os céus e toca o chão, na mesma velocidade em que podemos piscar os olhos. A maioria das pessoas desconsidera a hipótese de refletir sobre o fim da vida, a “desconhecida” morte. Pouco se fala sobre isso, temos medo de “atraí-la”. Vemos alguns vivendo como se fossem durar para sempre, desperdiçando a grandiosa oportunidade de viver. Por que viver causando mal ao estar ao próximo? Por que viver querendo ter a vida, a família ou o patrimônio do outro? Ou até mesmo, por que viver desejando o mal para outras pessoas? Se houvesse preocupação com a própria vida e as próprias atitudes, muitos se tornariam seres “mais evoluídos” e pessoas melhores. Mais aqui estamos, jogando nossas vidas fora, dia após dia, gastando nossa saúde e energia admirando o que a maioria diz ser o melhor, a verdade absoluta. Além disso, passamos anos nos preparando para ganhar espaço na elite social, e encher nossos bolsos com dinheiro. Patrimônio esse que de nada adianta se não tivermos equilíbrio, sabedoria e saúde. Pois bem, sempre há tempo para mudarmos nossas concepções, desde que haja vida, vida para ser vivida.
Satanás oferece deslumbramento na satisfação de desejos carnais, a ponto de fazer a pessoa pular de pecado em pecado, sempre se atolando mais fundo na lama, como quem busca, sem parar, uma saciedade ilusória, que nunca virá. No fim desse caminho só há o salário do pecado. Morte.
SOLTO UM ESPECTRO 🌺
Solto um espectro de falecidas
Sombras noturnas tristes
Uma pausa sem forma tocada
Um espírito que murmura só
Uma dúbia luz no negrume
Uma cruz pesada de mármore
Um ser vivo sem saber
Que mora dentro de mim
Uma alma perdida num nevoeiro mar
Uma ópera cantada em silêncio
De alguém que morreu sem saber
Nos lençois rasgados num olhar
Lirios que voam de cruel temporal
Nos sonhos de ambição morte
Na fugitiva eternidade cega
Sepulcro perdido lá em cima na serra
Reza de joelhos na escura noite
Sombra de si mesmo murmurava
No fim um espectro de falecidos sonhos
Meus, teus, nossos, mas quem sabe
As trevas sabiam das lágrimas choradas
Perdidas de falecidas dores de morte
Dos sacrifícios feitos pelos vivos
Pois dos mortos nada sabem nem querem saber
REMENDO 💘
O meu corpo ferido
Visto-me de poesia
Onde coso e remendo
Com as linhas da lua
Coso com amor
Coso com paciência
Coso todos os trapos
Que me cobrem o corpo
Coso, remendo, rasgo
Esta desalinhada mente
Enquanto coso
Vou-me encostando a ti
Para não coser sozinha
Neste meu remendado passo
Das insónias em ponto cruz
Coso rasgo e remendo
Enquanto me deito contigo.
O homem nasce com duas certezas na vida
A primeira é que algum dia ele vai amar!
E a segunda é que algum dia ele vai morrer!
Trabalho chato, dias mornos e noites frias em companhias amenas é tudo que não se precisa, na verdade isso não é viver é esperar a morte.
Estou morto, todos estamos, faltamos com humanidade a cada vez que nos alegramos, sorrindo comendo e bebendo, em quanto pessoas por falta disso estão morrendo,livre-me disso, livre-me de mim, não quero ser mais esse lixo.
ENTRA A LUZ ❤
Entra a luz pelas cortinas do quarto
Com a solidão desarruma a minha alma
Na vontade sentida, desfolha as pétalas
Das rosas na jarra, como se do meu cabelo
Se tratasse, em longos sonhos esquecidos
Pensamentos no vazio de um rochedo
No aconchego dos limos entre as algas
Para adormecer nos tentáculos tenebrosos
Na vastidão da minha mente já doente
Olho as cortinas que balançam sem parar
Tento amar para não mergulhar no vazio
Nesta transparente vidraça onde se reflete
A minha pobre mente doente recolhida
Entre a sensibilidade sem autoconhecimento
Pobre alma moribunda esta a minha
Neste lugar onde me encontro no meu quarto
Percorro as amarguras dos dias, das noites
Sem saber onde estou, só tu meu salvador
Me salvas deste meu caminho do inferno
Pesadelo esquecido nos teus fortes braços.
3. Pés
Num velório vi pés
Pés vivos
Pés mortos
Passos rápidos
Passos lentos
Passos rastejantes
Passos desfilantes
Passos e mais Passos
Sorviam à minha vista
De cabeça baixa num velório
Vi pés
...
Pés de pobre
Pés de rico
Pés inchados
Pés sofridos
Pés rachados
Pés delicados
Pés descalços
Pés calçados
...
Num velório vi pés
Que sustentam corpos
Pés que direcionam à caminhos.
Pés que correm
Pés que tropeçam
Pés que caminham devagar
Pés de corça
Pés que pulam
Pés traiçoeiros que dão rasteiras
Pés teimosos
Pés inquietos
Pés de criança
Pés de velho
Pés de princesa
Pés de senhora
Pés vi muitos pés
Não sabem que um dia toparão com ela?
- Passos da morte.
Intrusa traiçoeira insiste
Em cruzar existências
Toldar caminhos
Interromper belos ou sofridos Passos.
Andem! Corram! Dancem! pensava eu;
Num velório de cabeça baixa
Eu via pés.
Acenderei mil velas e farei penitências
Queimarei meus lábios com vinagre e abrirei meu peito
com mil navalhas.
Meus olhos arrancarei e atirarei aos corvos.
Eloi! Eloi! Derramei uma lágrima de meu sangue impuro sobre o pó da estrada.
Eloi! Não vejo tua face.
Cuspirei no chão, farei lodo e cobrirei minhas chagas.
Eloi! Meu peito inflama e minha alma abrasa.
Eloí, Eloí, lemá sabaktani?
O ser humano é capaz de desenvolver métodos de sucesso financeiro, ditar regras de felicidade conjugal e familiar, criar tecnologia de ponta, escrever centenas de livros, resolver cálculos matemáticos, e por meio da química e da física responder muitos dilemas. É capaz de desenvolver músicas nos mais variados sons angelicais, de inovar, desenvolver a cura de doenças, e medicamentos para evitar centenas de outras enfermidades. Foi capaz de produzir transportes e meios de comunicação inimagináveis poucos séculos atrás, fontes de energia, acessibilidade, e melhor qualidade de vida, ou melhor, comodidade.
Mas, nunca, em toda sua existência, ser humano algum foi capaz de solucionar a maior mazela da vida, sua própria contradição, a morte.
Na noite
encontramos o desejo,
o calor,
o toque,
o beijo
que acelera nosso coração.
A mão
que percorre o corpo,
o desejo
de sentir,
de gritar,
de ouvir.
O corpo
cada vez mais perto,
mais único,
mais entrelaçados
pelo abraço
que nos tornava um
Nos passos da morte,
no toque frio
da noite escura
todos definhamos,
a passos lerdos
do inevitável.
As noites em
solidão,
cheias de paixão.
Os vestígios tem
cheiro,
do amor eterno.
Aos poucos
vem a morte de quem eu amo
e a felicidade de quem eu desprezo.
"Um pedido de ajuda"
Isso tudo não é culpa minha
Isso tudo não é culpa de ninguém
É uma fase ruim eu sei
Fases ruins existem
Como as boas existem também
Mas não foi escolha minha
Eu só quero ficar bem
Posso estar sendo egoísta
Mas no final tudo ficará bem
É tão fácil ir embora
Por que é tão difícil pra mim?
A morte me chama agora
Mas a vida vem me impedir
Queria ser mais forte, queria compreender
Por que a morte me chama sendo que eu tenho a vida toda pra viver?
Talvez seja melhor assim
Talvez eu deva morrer
Talvez eu deva pedir ajuda
Mas eu sinto que eu gosto de sofrer
A dor me liberta
A tristeza me satisfaz
Mas o medo me apavora
Deixando a morte para trás
No dia que a morte vencer
Minha dor irá desaparecer
E só restará esse poema
Para ninguém esquecer
Da menina que sofria
E com a morte parou de sofrer
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