Reencontro na Morte
o enevitavel
Um poderoso rei condenou um humilde súdito à morte. O homem, prestes a ser executado, propôs e teve a concordância do rei, permiti-lo ensinar o cavalo real a voar. Caso não conseguisse, no prazo de um ano, então sua sentença Seria cumprida.
- “Por que adiar o inevitável?” perguntou-lhe um amigo.
- “Não é inevitável,” ele respondeu. “Dentro de um ano: O rei pode perder o trono, Eu posso Fugir, O Cavalo pode fugir, Eu posso ensinar o cavalo a voar.”
Frequentemente nos vemos diante de obstáculos difíceis e aparentemente impossíveis de transpor. Por mais que busquemos soluções, elas parecem não existir. o primeiro impulso nos convida a desistir, mas é preciso que jamais esqueçamos todas as coisas são possíveis.
Assim como o súdito de nossa estória, aprendamos a olhar a situação com otimismo.
Para cada possibilidade adversa, muitas favoráveis poderão ser encontradas, e, o que parecia impossível, logo será realidade.
Mesmo que tudo indique o contrário, creia: o seu cavalo pode voar!
E eu pensava que era a morte que nos tirava as pessoas. Hoje chego a uma conclusão: Nós já nascemos mortos, de fato não morremos como na ordem natural das coisas, mas sim, a vida que nos abandona.
Papo serio de gente viva.
Quem foi que inventou essa idiotice, essa tal “Até que a morte nos separe”? Cá entre nós, este energúmeno não sabia o que dizia, a morte n separa nada, ela destaca, ela apenas... Santifica uma pessoa, até, é claro.. Tudo que é vivo morrer.. E tudo um dia morre, e então, estaremos todos unidos de novo... A morte nos uni, paradoxalmente, ela nos uni.. Nos reduz a matéria inanimada, e nos maximiza ao apogeu de nossa existência, um espírito livre da dor e de todas as injurias desta terra. Quando penso em meus amigos mortos, por mais que me doa, ainda sim .. Penso em quão sortudos são, e quando poderei eu me esticar e sair por ai voando, livre, leve e solto..
A morte é uma folha em branco, não um ponto final. A morte é uma curva para a direita numa rodovia movimentada, não uma rua sem saída, ela nos traz a mente que devemos ser felizes em vida, para não nos arrepender depois. Sentir frio, sentir fome e cede, coisa idiota de gente viva, eu depois de morto, só quero saber de me aliviar, saber da brisa, do mel, da paz...
Mas o mundo dos vivos, este sim, tamanho sofrimento este proporciona a seus filhos, poderia ser melhor, se não fosse o medo irracional de morrer. Medo, o medo é uma das formas mais comuns de emoção dos pobres seres viventes, eles sentem medo, e tem medo de sentir medo, sobretudo medo dos outros vivos. Pudera, os vivos, acreditam que morrer é ruim, e eles tem uma convicção de que matar uma pessoa, é um castigo sem igual, sim.. O castigo existe, não para o morto ( sortudo ! ) mas para os amigos e familiares. Os vivos passam os seus dias como uma ladainha, um cântico de decepção com suas próprias vidas, então elas sofrem muito.. Os vivos sofrem com a saudade de quem já se foi, os vivos sofrem por causa de dinheiro, os vivos sofrem pelo amor de suas vidas, os vivos sofrem por doenças, os vivos sofrem por que são muito pobres, ou por que são muito ricos, não importa, parece que aflição é a contingência de quem vive... É na pobreza nordestina, ou num botãozinho vermelho na Coréia do norte, não importa, todo sofrimento tem a mesma raiz, o medo!
E o medo, o medo é da vida ficar insuportável, e a morte aparecer.. Pobres dos vivos, eles tem medo, do melhor que pode lhes ocorrer. Enquanto vivemos chorando, pelos nossos amigos mortos, nós... Fazemos, o que fazermos melhor, sofremos com a separação. O que nos resta entender, é que a morte pode até nos separar por alguns minutos ou anos, mas ela nos uni por uma eternidade, e isso faz a vida valer a pena.
A Morte-
É tão vasto, que ultrapassa qualquer entendimento.
É ao mesmo tempo tão ridícula, que talvez a afirmação seja esta, porque não existe uma explicação convincente.
Não tem como voltar e dizer como é,
Não tem como experimentar só por uma questão de prazer ou curiosidade.
É uma passagem de ida, e nem que você queira “Não existe volta!”.
Entristeço em saber que a cada dia que passa, para aqueles que ficam, o que basta é ser obrigado a aceitar. Não há escolha!
Relutamos cada dia por perdermos pessoas que tanto amamos, e que simplesmente nos deixam.
Para cada religião existe uma forma carinhosa de confortar a nós, os que sofrem.
Mas sabemos que quando a hora daqueles que amamos chega, ninguém sabe aceitar. É deprimente, triste.
E tentando levar em consideração aquele velho ditado: “Ninguém é insubstituível” levo a crer que há um grande equívoco nestas palavras. Existem SIM pessoas insubstituíveis, que quando nos deixam, nunca partem sós, deixam um pouco de si, e levam um bom pedaço de nós. Um pedaço tão grande que ficamos até sem ar, chão, rumo e direção.
A morte por si só, como diz um velho garjão “é uma piada pronta”, só que esta realmente não tem a mínima graça.
Ela não escolhe a vitima, é uma roleta russa com uma bala apenas, e quando você menos espera: O ESCOLHIDO é alguém que você jamais imaginou que partiria. Mas logo ele? Por quê?
E aí que a ficha não cai, e ninguém se conforma, nem você!
A principio a noticia parece sim uma brincadeira de mau gosto, muito mau gosto!
Mas a morte é assim: Um dia estamos festejando, no outro, estamos chorando sobre o caixão daquele amigo que a gente achava que teria uma vida inteira pela frente.
Que coisa mais horrível.
Nesta era em que os pais enterram os filhos, fica cada vez mais difícil acreditar em uma vida bem vivida.
Morre-se aos quinze, aos vinte, aos trinta... E ainda que seja tarde, é inegável que realmente seja cedo.
Cedo porque não deveria ser assim, mas fazer o que se ainda não inventaram a eternidade.
Morre-se por pouco, por dinheiro, por descuido, por depressão e ainda há aqueles que tiram a própria vida. Inaceitável!
Fracos e oprimidos, diante do mínimo problema esquecem o valor de uma vida.
Não adianta chorar e dizer bem daqueles que já se foram, a hora de dizer o que sentimos é agora, neste exato momento, enquanto ainda há tempo.
Aprendei a fazer o bem; praticai o que é reto, ajudai o oprimido, fazei justiça ao órfão, tratai da causa das viúvas.Vinde então, e argüi-me, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã.Se quizerdes, e ouvirdes, comereis o bem desta terra. Isaías 1:17-19"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu". (Eclesiastes 3:1)
O senhor guardará tua entrada e tua saída, desde agora e para sempre. Salmo 121:8
O silêncio não é a morte, pois as plantas estão por aí exalando o bem como qualquer criança, porém silenciar pode ser sim uma morte planejada, e em ambos os casos foram escolhidos para trazer sofrimentos em um espectro maior.
Quando não mais se precisar da morte para se valorizar a vida, a humanidade, então, terá dado um grande salto.
A morte de uma pessoa é uma tragédia. A de milhões, uma estatística.( Todas as noites o Jornal Nacional noticia os mortos de civis palestinos e uns poucos judeus nessa tragédia tão corriqueira...)
SOBRE O ANJO DA MORTE QUE ME RONDOU
O filósofo-educador Edgar Morin, autor de "O homem e a morte", lembra que a ciência que pesou o sol, continuou como que intimidada e trêmula diante do outro sol, a morte.
Não é o meu caso! Tenho uma hiper-consciência de minha finitude. Por isso não tenho medo da morte! Aprendi isso com meu pai que, antes de morrer me pediu , enfaticamente: “ Meu filho, coloque no meu túmulo esta frase ‘ aqui jaz alguém muito a contra gosto’”.
Digo isso como prelúdio a uma informação a meus amigos. Fui visitado esta semana pelo anjo da morte. Não morri como prova esta página que estou escrevendo!
Mas estive quatro dias nos porões do Hades, na UTI. Suspeita de enfarto, angina, veia entupida, seja lá o que for, problema cardíaco enfim!
Que cenário dantesco vivenciei! De um lado um irmão canceroso, de outro lado um irmão aidético. Ambos terminais! Eu no meio, como Jesus na cruz.
Com uma diferença: O da minha esquerda e o da minha direita já estão no paraíso!
Depois de minha infernal-purgação no hospital, com aparelhos-de-alta-técnica-e-alta-violação-a-este-vil-pecador, com mapeamentos-invasores-de-todas-minhas-intimidades, com exercícios-hercúleos-a-moda-do-Sísifo, o referido anjo resolveu me poupar. E me passou algumas lições:
Primeira delas:
- Amor e humor acima de tudo!
Obrigado meu alegre anjo, mas você sabe que isso faço com sucesso. Que o digam minha família, meus amigos de fé, meus camaradas!
Até aí estou aprovado! Conforme orientação de meus médicos este foi um dos segredos deste brasileiro-estatura-mediana-rubro-negro-de-coração, ainda estar vivo e ativo no planeta terra!
Segunda lição:
- Já que a vida é curta, curta cada momento da vida!
Sabedoria de Hipócrates: “Breve é a vida, longa a arte! Fugidio é o momento, difícil a decisão, sábia a escolha”!
Também sei disso meu sábio anjo! Vivo isso como filosofia de vida. Até aqui tenho nota dez!
Terceira lição:
- Trabalhe menos! Você não vai ficar rico! Faça só o que você gosta!
Esta lição ainda não aprendi meu prudente anjo! Estou reprovado!
Há muito tempo que não quero ficar rico, mas preciso pagar o de ontem! Que fazer?
Devo evocar Vinícius de Moraes?
“Depois faço a loteca com a patroa
Quem sabe o nosso dia vai chegar
E rio porque rico ri à toa
Também não custa nada imaginar”
Ou devo procurar ajuda de meus irmãos-de-fé-camaradas-de-vida-boa-sem-stress-sem-conta-pra-pagar???
Oh! Meus-gnomos-meus-elfos-meus-emos-meus-alquimistas-devotos-de-Onã-o-bárbaro:
Marcão, Reginaldo, Edmar, Alessandro, Jaime, Dr. Luiz Antonio, Mânfio, queiram me dar a fórmula...
Acho que nem vocês vão me ajudar!
O jeito é continuar driblando a morte!
Por enquanto, estou tendo sucesso!
Enquanto ela não me encontra, vou zombando dela.
Quando ela chegar, com suas carrancas, lembrarei do Tagore:
"No dia em que a morte bater a tua porta que lhe oferecerás?
Porei diante de minha hóspede
o vaso cheio de minha vida.
Não a deixarei ir de mãos vazias...'”
Anjo da morte!
Fique tranquilo, ainda não é chegada a minha hora!
Quero viver mais 200 anos...
(Aos amigos que torceram para que eu ficasse por aqui mesmo)
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