Reencontro na Morte
Para que negá-lo? Também já vi gente que fugia da morte, impressionada de antemão pelo confronto. Mas é bom que vos desenganeis: aquele que morre, nunca eu o vi amedrontar-se. Se assim é, para que os hei de lastimar? Para que chorar o seu acabamento? A perfeição dos mortos! Não conheço eu outra coisa.
Nada se leva desta vida, apenas deixa-se, as boas ações e atitudes... Após a morte, só o que é bom prevalece.
Não se devem esquecer os velhos de corpos estragados, os velhos que estão pertinho de uma morte em que os jovens não querem pensar, a inexistente alegria dessas derradeiras horas que deveriam ser aproveitadas a fundo e que são padecidas no tédio, na amargura e na repetição. Não se deve esquecer que o corpo definha, que os amigos morrem, que todos nos esquecem, que o fim é a solidão. Esquecer muito menos que esses velhos foram jovens, que o tempo de uma vida é irrisório, que um dia temos vinte anos e, no dia seguinte, oitenta. [...] Mas entendi muito bem que vida passa num tempinho a à-toa, olhando para os adultos ao meu redor, tão apressados, tão estressados por causa do prazo de vencimento, tão ávidos de agora para não pensarem no amanhã... Mas, se tememos o amanhã, é porque não sabemos construir o presente e, quando não sabemos construir o presente, contamos que amanhã saberemos e nos ferramos, porque amanhã acaba sempre por se tornar hoje, não é mesmo? [...] É preciso viver viver com essa certeza de que envelheceremos e não será bonito, nem bom, nem alegre. E pensar que é agora que importa: construir agora, alguma coisa, a qualquer preço, com todas as nossas forças. Sempre ter na cabeça o asilo de idosos a fim de nos superarmos a cada dia, para tornar cada dia imperecível. Escalar passo a passo nosso próprio Everest e fazê-lo de tal modo que cada passo seja um pouco de eternidade.
O futuro serve para isto: para construir o presente com verdadeiros projetos de pessoas vivas.
Há muito tempo venho arquitetando a minha morte. Há muito tempo venho tentando encontrar um meio de me libertar desse corpo, dessa vida, desse mundo. Cortar os pulsos, pular de um prédio, muitos foram os planos. Mas eu nunca tinha percebido que o plano perfeito eu já estava colocando em prática há muito tempo… não saber viver é uma forma de se matar. E eu venho me matando aos poucos todos os dias da minha vida. É uma morte lenta, dolorosa, silenciosa. A pior de todas as mortes.
Deixam rastro as cinzentas,
De Azrael, Arcanjo da morte,
E ainda assim, se as almas que Azrael carrega
Atravéz da escuridão gelada,
olharem embaixo de suas asas dobradas,
verão que suas faces são douradas.
O fim nem sempre é o final, mas pode ser um sinal de renovar e/ou renascer... A morte é só uma viagem, pra vida ela é a passagem... Pode não ser tão ruim...Porque tudo aqui tem preço, porque todo recomeço vem sempre depois de um fim."
O encontro com Deus exige a morte do seu eu. Quem tem muito de si, tem nada de Deus. É necessário que Ele cresça em nós para termos tudo de Deus.
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando:
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
Nota: Trecho do livro "Os Lusíadas" de Luís de Camões
O sentimento de amizade é o que importa, seja em vida ou seja em morte!
Amizade verdadeira nunca morre, mesmo que a vida não seja mais igual aquela que estávamos acostumados a viver...
Equilíbrio só existe na morte, a vida é um continuo desequilíbrio, tudo muda, tudo se transforma, devemos aprender a caminhar no desequilíbrio, como se andássemos num cabo de aço nas alturas, sentindo e conhecendo os fatores que desequilibram, até porque somos regidos pelo imponderável e pelo imprevisível.
Oscar Niemeyer ainda vive!
Hoje, 5 de dezembro, é em teoria o aniversário de morte de Oscar Niemeyer, e há muitos comentários a respeito do falecimento do gênio. Um ano sem Oscar? Eu não acredito nisso. Certa vez, li em algum lugar uma frase que dizia: “a pessoa morre quando seus feitos forem esquecidos”. Oscar nunca vai morrer. A cada linha curva, a cada estrutura ligada totalmente com forma, a cada detalhe imprevisível, bate o coração de Oscar. A Arquitetura é mais do que cabe em uma vida. Assim como o amor, a Arquitetura é eterna.
Cuidar é escutar a demanda da vida. É não tratar
como morte o que é vida e como coisa o que é gente
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