Rato
aspectos
as coisas são
como estão?
o cão vê o gato
bem diferente do rato
(questão de defesa e ataque)
aurora e crepúsculo
são noite dia ou mestiços?
(depende do ponto de vista)
o sol é para todos
e a chuva?
Muitas das vezes o rato é comparado como um ser inferior,desprezível e absolutamente incapaz de um bem alheio. Só que em certas situações precisamos ser um rato,pois é na surdina que vemos todas as sujeiras que os benfeitores escondem,devemos andar em silêncio, espionar as fraquezas do nosso alvo,e roubar dele o que mais teme,seu tesouro.
Morte, heroína do fim
Em meu lar, uma cobra
Rastejando humilde e lenta
Arrastando um rato e sua sobra
Rato que, pela própria vida, não lamenta
A solidão da vida
Carregava sua carcaça já decomposta
Facilitando apenas sua ida
Acompanhada da morte feliz e disposta
Salvação que chegara no lar
Onde uma deplorável mente morava
Sozinha e sem lugar
Enquanto com o fim caminhava
Um rato tem de caçar o suficiente para alimentar um elefante!
Eis a lógica da sociedade democrática!
Se diz "cria de Pirapora", mas não tira o rato da campana e "paga pau" para ex prefeito ladrão - seu político corrupto de estimação...
Tu És Um Homem...
Tu és um homem, não um pobre rato —
tu vieste do sonho para a vida,
da vida com o dom de renascida,
da vida que é um poema e não relato.
Tu és um homem, não um coelho ou pato —
tu vieste da Mão que te convida
ao retorno genial da mais subida
estirpe do nascido: além do fato.
Tu és um homem, esse vasto sonho —
o sopro constelado (sonho inconho)
na argila pelo próprio Criador.
Tu és um homem, cujo dom descansa
na luz eterna de perene amor —
brilhas mais que a mais plácida esperança.
LA
O homem foi capaz de inventar a bomba atômica, mas nenhum rato no mundo criaria a própria ratoeira.
O rato roeu a roupa do rei de Roma
O rato roeu a roupa do rei de Roma
O rato continuou a roer a roupa
Até não ter mais roupa para se roer
O rato na batedeira
Todos os dias ele entra
Todos os dias ele adentra pelas noites, como ladrão
E ele rouba não só a dispensa
Ele rouba a minha paz, e a minha sanidade
Ele me lembra dos meus traumas e da minha solidão
Pra muitos ele não representa nada
Mas pra mim ele é como um mau agouro ou uma lembrança ruim
Todos os dias ele adentra pelas noites, como um ladrão
E ele rouba não só a dispensa,
Ele me rouba de mim, me arrasta pelo esgoto, me humilha e me expõe de uma forma que ninguém deveria ser exposto
Ele curiosamente conhece meus horários, e observa minha rotina
Ele rouba a minha paz, e a minha sanidade
Eu me opus por um período, tentei me impor, gritei, xinguei, usei a violência... mas eu fui vencida pelo medo da solidão
Ele agora entra a todo momento
Me desafia
Me mostra a minha pequeneza, literalmente, menor que um rato!
Agora mesmo eu fui a cozinha, e ele tá lá na batedeira.
Ser livre
Se nas asas do pássaro não consigo voar
Nem do mesmo rato consigo me alimentar
Dormir !
Mas como ? se não tenho uma cama para descansar .
Cremar ! No fogo do tártaro livre não quero estar.
<Coca-Cola com veneno de rato e limão capeta>
Morri aos quinze anos de idade.
Não me lembro muito bem do motivo da minha morte na ocasião.
Na noite daquele fatídico domingo,
abraçado com a enorme dor que me consumia,
saltei umas dez vezes do cume mais escuro da minha existência.
Enquanto eu caía,
pude sentir as dores nas vozes gritadas
e o sofrimento nas distorções das guitarras insensíveis e frias
que ressoavam tristes enquanto vibravam e reverberavam
através dos meus fones de ouvido.
Os mesmos fones que me protegeram em vida
e que se espatifaram mudos na solidão do meu travesseiro,
na agonia da minha jornada de pesadelos madrugada adentro,
até o desembocar na segurança da manhã seguinte,
quando o sol veio me consolar.
De todas as dores sentidas à época, a de segunda-feira,
dia seguinte ao incidente, foi a mais dolorida.
Mais até do que a dor da véspera, em tom de despedida.
Pareceu-me a morte, pareceu-me que não pararia, pareceu, parecia...
Nada comparado às feridas de agora, é claro, nem à escuridão de ontem.
E pra minha infelicidade, duas décadas depois, o meu corpo ainda está em queda livre.
E a escuridão que me habitava as noites, jamais se fez luz, um diazinho sequer.
Pior... Agora dá expediente também durante o dia.
Hoje, faz vinte e um anos que morri pela primeira vez,
e desde a minha última partida, essa é a primeira vez que comemoro em vida.
O rato que escrevia poesias
Dentro de um buraco moravam vários ratos. Uma família de ratos, ratos amigos, parentes ratos, era um ninho de ratos. Nesse ninho todos se sentiam felizes e confortáveis, alguns estavam ali por não ter outro lugar para ir, outros por conta que no antigo ninho haviam gatos, e alguns porque nasceram lá e nunca pensaram em sair. Mas em um certo dia um pequeno rato começou a pensar em se distanciar dos ratos que moravam com ele, talvez ir embora daquele ninho, decidiu que deveria ir. O conforto era bom, estar com sua família também, com seus parentes e amigos, ele se sentia especial, e gostava da segurança, mas o pequeno rato necessitava de privacidade, queria um ninho somente para ele, mesmo sabendo que poderia correr perigo com possíveis gatos, ou que o faltasse aquele velho queijo parmesão para suprir sua fome, mas a ideia ainda permanecia pairando ao ar.
Ao contar sua ideia aos outros ratos houve uma rebelião no ninho, nenhum dos ratos conviventes naquele ambiente deu total apoio a fuga do pequeno rato. Todos discutiam decepcionados, não entendiam o que podia lhe faltar para existir a necessidade em ir embora, tinha de tudo, segurança, queijo, e ratos que o amavam, não o entendiam, mas o amavam. Pobres! Não compreendiam que o pequeno rato precisava mesmo era de um lugar no qual pudesse comer suas sobras e escrever suas poesias. Um poeta pode ser louco, mas nem todo louco é um poeta, e o pequeno rato tem um pouco dos dois. Mas o bichano sabia muito bem disfarçar sua loucura, sempre soube. Ao completar vinte fugas de ratoeiras sentiu que algo mudou, a necessidade em escrever poesias o dominou, ter um lugar propício a isso se tornou uma necessidade. O pequeno rato falhou em esconder totalmente sua loucura e contou um pouco sobre sua necessidade para os bichanos conviventes com ele.
Disseram que se caso saísse do ninho nunca mais teria alguma ajuda se quer, teria que tomar conta de si, e proibiram de realizar essa vontade a pena de ser deserdado por todos. Ao pensar nas consequências passou a frequentar buracos em paredes sujas, com bebidas e bitucas, por algumas mesas escreveu suas melhores poesias em alguns pedaços de guardanapos. Aprendeu a falar sobre tudo que sua vida sempre se baseou, paixões, bebidas e loucura. Mas por falta de coragem em se distanciar do conforto e segurança de seu ninho decidiu continuar se virando por lá. Talvez pudesse melhorar e driblar um pouco sua falta de inspiração naquele lugar, talvez pudesse aprender a amar mais os outros ratos, talvez pudesse continuar a sobreviver.
Alguns meses se passaram e eu soube que o pequeno rato continua escrevendo poesias, bebendo e escondendo sua loucura daqueles que o rodeia. O pequeno rato fracassou mais uma vez.
"De todos os humanos que falam mal do rato, por fuçar lixeiras e valas de esgoto,
eu destacaria que muitos desses são piores que o roedor.
Se o irracional está na lixeira apenas pela busca de alimentos, há pessoas que se sujam por prazer, verdadeiros ratos pensantes, que estragam a vida das outras deixando-as, sem arrependimento, em
grandes lixeiras emocionais..."
Você pode dar um castelo para um rato, mas ele não entende, sempre vai procurar um esgoto. E não é que ele não tenha suas ambições, claro que tem, mas não são nem de longe dignas de honra. Ao contrário, é apenas um oportunista buscando aventura e prazer, o queijinho de hoje e mais nada. Então, defino: ratos não podem ser reis, não dê poder há eles! O rei precisa pensar em governo, em disputas genuínas em busca do fortalecimento do seu povo e de seu império, o rei precisa pensar em grandeza. Ratos, no entanto, gostam do inóspito, são aventureiros medrosos, são tão sagazes quanto sujos. E nem adianta tanta esperteza, afinal, o fim é sempre o mesmo, o esgoto. Se der um castelo a este bicho ligeiro, vai logo perceber que o trono e um cedro não transformam sua natureza, precisaria bem mais que isso. Teria de dar a ele uma mente, coração e ensinar-lhe sobre caráter.
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