Rádio
Fui fã do Zé Béttio e via-o, não somente como um extraordinário comunicador do rádio - ele foi a identidade do homem do campo, da fazenda, da roça, da zona rural ... E das cidades também. Ele foi uma voz inspiradora de anônimo - divertindo e alegrando os seus fãs - com boa música e informações relevantes; um craque semeador de vida.
Lembranças de 1993
Uma bicicleta virada de rodas pra cima e um dínamo ligado a um pequeno rádio.
Era a música que fazia renascer em nós a esperança de que quando a guerra acabasse, voltaríamos de facto pra perto das nossas famílias e dar sequência a nossa adolescência roubada pela guerra.
As feridas provocadas pela fome, doíam no interior do estômago de cada guerreiro que embora pequeno, carregava nas veias a coragem para enfrentar a morte e vencer.
Os meninos bem como os adultos, precisam de esperança e Jacinto Tchipa, apontava o caminho que nos levava a sonhar com o colo das nossas mães que distantes, choravam as mortes de filhos vivos e esperavam por filhos que já não respeitavam.
Onde a fome cantava o soprano, contralto, tenor e baixo, Jacinto Tchipa cantava a esperança do regresso de um grande guerreiro à casa, sem muitas vezes saber que a sua mamãezinha já se não falava, não via, não respirava e muito menos podia ouvir Jacinto Tchipa cantar.
A rádio do meu coração não está sintonizada na frequência do Mundo, mas nas ondas do Eterno Amor de Deus, pois o Senhor é a Única Torre que transmite a Salvação ao Mundo inteiro!
RÁDIO SANTIAGO
Com galhardia ecoa no pago
Desde a hora do meu mate amargo
Todos ficam com o "olho vivo"
A informar o indivíduo
E é com muita serenidade
Belas mensagens do "atualidade"
É uma turma que é nota dez
Com todas as notícias da vez
Aqui nesse torrão que é amado
Na voz do nosso "jornal falado"
E tantas outras programações
Verdadeiro "show" de emoções
Aos que foram e aos radicados
Vida longa à Rádio Santiago!
O Rádio: O velhinho, com seus cabelos brancos e olhos cansados, segurava o velho rádio com carinho. Por muitos anos, aquele aparelho havia sido seu companheiro fiel, trazendo música e notícias para sua vida solitária. Mas, com o passar do tempo, o rádio havia parado de funcionar, silenciando as melodias que outrora enchiam seu coração de alegria.
Um dia, decidido a reviver aqueles momentos, o velhinho levou o rádio ao conserto. O técnico, com mãos habilidosas, conseguiu ressuscitar o velho aparelho. Quando o velhinho o ligou, a música começou a tocar, e ele foi transportado para um passado distante.
Com o rádio nas mãos, o velhinho começou a dançar pelas ruas, sorrindo de orelha a orelha. A música era uma valsa antiga, que ele lembrava de ouvir em sua juventude. Ele girava e rodopiava, sentindo-se jovem novamente.
As pessoas nas ruas paravam para olhar, surpresas com a alegria do velhinho. Alguns sorriam, outros aplaudiam, e alguns até começaram a dançar junto com ele. O velhinho não se importava com o que os outros pensavam; ele estava perdido na música e nas memórias.
Com o rádio apertado contra o peito, ele dançava como se estivesse em um sonho. A música parecia ter despertado uma parte dele que havia sido esquecida por anos. Ele sentia-se vivo, sentia-se feliz.
Quando a música acabou, o velhinho parou de dançar, sorrindo ainda. Ele olhou em volta, vendo as pessoas sorrindo para ele, e sentiu uma sensação de gratidão. Ele sabia que, por um momento, havia compartilhado sua alegria com os outros.
O velhinho voltou para casa, ainda segurando o rádio, e o colocou na mesa. Ele se sentou ao lado, olhando para o aparelho com carinho. Ele sabia que, enquanto o rádio funcionasse, ele teria música para dançar e memórias para reviver.
"Quanto mais despercebido você passa pela Vida ,mais tempo tem para ter contato com o que realmente importa !"