Coleção pessoal de NHETOMIL

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⁠"Aprovando os caminhos sem sentir as tensões, o homem padece no final minutos antes da chegada. Assim ele é ultrapassado pela tartaruga que lá atrás avisado-lhe tinha que caminhos não foram feitos para serem seguidos ou que suas funções sejam ligar dois pontos distantes. Os caminhos foram feitos para serem escolhidos. E como a aposta não podia ser outra, a lebre ao perdê-la, transformado foi pelo sapo no bicho homem."

As lágrimas do poeta escrevem o seu ser.

Elas fazem do menino o homem ancião.

Criam momentos que se imortalizarão.

E vestem de azul os negros olhos de minha escuridão.

Nos caminhos que percorremos, vimos muitos troféus perdidos. Muitas conquistas frustradas, sapatos de corrida sem cadarços e apenas sandálias novas. Vidas cheias de vácuo e a abundantes em emoticons.

A paz contemporânea que desejo, envolve meu passado. Dos dois lados do disco, só toca o lado B. Hoje, de tanto escuta-lo, sei as músicas decor. Estou à procura de um toca discos que toque o lado A desse meu disco. Quero poder saber as canções que sempre estiveram lá e eu nunca tive tempo - disposto - a escutar.

E o presente daquela manhã, foi um pequeno pássaro, na verdade um filhote de sabiá, recém retirado da natureza. O motivo? Ela gosta de sons melodiosos, vibrantes e suaves ao ouvido em consonância à sua partitura de viver. Embora muitos pássaros possuía, e todos eram mui belos em suas cantorias, o menino notara que eles viviam engaiolados, e talvez um canto belo era para disfarçar a falta de liberdade... Ele se arriscou, entrou sozinho na floresta, percorreu as copas das árvores, com seus olhos mais negros que a noite, ele avistou um canto, a mãe sabiá, saiu para buscar alimentos a seus filhotes. O menino raciocinou: ela tem os mais belos e vibrantes cantores, mas todos são presos, à primeira oportunidade de abrir a gaiola, eles alçarão voo para longe em busca de liberdade. Se levar esse filhote para ela, não estará eu cometendo uma mesma escravidão realizada por muitos? Após muito pensar, ele concluiu que se a pequena ave fosse criada sem gaiolas, desde filhote, na presença de amor e carinho, além de se tornar uma grande cantora ela seria livre para ir e vir, mas continuaria a ficar porque sentiria-se em casa. O presente foi magnífico, ela adorou, e o filhote teve um altar especial, um lugar sem grades - que muitos de nós desejam. Mas quando ele foi cantar, o que se ouvia eram grunhidos desafinados que arranhavam todos os ouvidos alheios. Um lindo presente, inocente e bem intencionado, mas por parva experiência, o menino não preveu que os mais belos cantos sempre advêm da crescente experiência e não da juventude inicial. A menina entendeu a boa ação do rapaz, não o julgou, pois sabia que com o tempo, o canto suave viria para alegrar seus dias. O tempo passou, as folhas caíam e viam, o pequeno pássaro adquiriu maravilhosas penugens mais vibrantes que as cores do arco-íris, e enfim ele cantou, encheu o peito e a todos emocionou. O pássaro agora adulto cantou tanto que seu olhar sempre voltado ao céu - como sempre fizera desde filhote - brilhou mais nítido do que nunca dessa vez. Nos intervalos de cada canto e após cada suspiro era no silêncio da plateia que ele ouvia seus próprios ecos lhe retornarem. Seus olhos sempre brilhavam embaçados ao ouvir seus ecos, pois eles eram singulares, únicos embora solitários. Mas como dito, o tempo passou, a plateia crescia pois todos queriam ouvir aquele canto único - que muitos diziam ser de um pássaro do Olimpo - de um pássaro mui belo. E o menino que sempre tinham em seu objetivo olhos nítidos, agora passava a tê-los embebecidos em lágrimas, pois sabia que a menina se emocionava a cada nota sonora provinda dente aqueles bicos semi-colcheados de sol, lua e tempestades de marte e ondas leves, breves e constantes...E que lágrimas vertiam dos olhos dela de tanta emoção. O presente era único e ele sabia disso desde o inicio. Nenhum dos pássaros ali presentes ousava desafiar o pequeno guerreiro pois sabiam que desafinados ficariam ante sua presença. E a diferença entre os cantos eram as grades - talvez as grades - pois mesmo sendo um excelente cantor, ele era ávido planador e explorados. Todas as manhãs eles aos primeiros raios de sol, sem dó rasgava os orvalhos da celestina manhã e buscava horizonte, e muitos criam que ele uma hora ia embora, mas o menino e a menina ante toda a desconfiança nunca acreditaram nessa possibilidade acontecer. E mais uma vez, em cima daquele mesmo tempo que passou, um novo tempo aconteceu. Nitidez, isso era o que igualavam todos. Mas ao passo que as crianças de olhos nítidos passam a embaça-los com lágrima, de lágrimas que embaçavam seus olhos a plena limpidez lhe veio. Enfim, de tanto fitar os céus, e no silêncio de tudo e de todos esperar ouvir seus ecos singulares, ele ouviu e viu e sentiu. Seus olhos estão enxutos, seu peito cheio de ar, suas penugens sem orvalhos, e tudo isso porque os ecos dessa nova manhã se singulares passaram a ser plurais. Seus ecos lhe retornaram, numa consonância perfeita junto à novos ecos iguais aos deles, únicos como os deles, singulares como os dele. Eram os cantos de seus pares, seus semelhantes. O eco que há tempo ele esperava escutar, não era o som perfeito e sim uma orquestra reunida de sua família, um coral perdido entre árvores, rios, dizeres humanos e ações animalescas. E quando a emoção de todos tomou conta, eles não enxergavam mais nada, pois não precisavam mais ver a beleza do canto, eles aprenderam a senti-la. E o pássaro voou para longe de todos e para perto de poucos que sempre lhe esperavam. O menino se entristeceu. O pássaro junto a sua familia se alegrou. E a menina compreendeu que um dia - embora não acreditasse nisso - que a hora tinha chegado. Ela sabia que todo pássaro criado livre sempre vai embora, mas ele só vai embora quando seu canto deixa de ser singular e passa a ser plural. Alguns voam de encontro à suas famílias e outros de encontro aos seus pares. Entres ações destras todos apreciam o caminho canhoto.

FAçamos o seguinte: Cantemos a canção, unamos as mãos, critiquemos a nação, sorriremos d'ante o canhão, deitaremos sobre o amanhã e respirar-se-ão os males bem vindos e as conquistas perdidas.

São tantos o quinhões, digo em veras: maiores ainda as decepções.

O vulcão descansa em paz até o bafejar outrora nunca esperado. Os que ousam desafiar não são heróes e nem tolos desvairados: são homens e mulheres em busca do "não sei", se o fogo cria, que este leve minha alma de enxurrada.

Liamamos o apogeu dos nossos tempos. Ceifamos as liberdades cativas e semeamos o AMOR, grandiosa obra perene em ascendente celeste.

Este nos move sempre a querer mais. Não olhes para trás, mas, também nunca esqueça a tua história.

O dragão de quem tanto falam reside ao lado, mas a espada está cingida na justiça do destino: você!

Tom Rick

Teus sinais me confundem da cabeça aos pés, mas por dentro eu te devoro. Teu olhar não me diz exato quem tu és, mesmo assim eu te devoro. De frases róseas ditas por uma boca de mel, embebo-me desse cálice o qual não apto estou a perceber as velhas e amargas raízes desse licor tão doce. Junto-me ao frenesi poético das penas e das tintas que querem marcar o mais desejado dos papéis. Vejo flores em você e entre essas flores mando novas flores feitas de pétalas do mais puro desejo, botões velados do anseio de em dia de chuva brotar raiz em teu peito e em dia de sol desabrochar breve, suave e constante sobre sua bela face. Entre tantas perguntas, livros mal lidos por falta de concentração e pequenas e brandas mentiras, sinto que às vezes esconde de mim as poeiras de tua vida marciana. Muitas vezes me faz cera ao ignorar minhas candências. Se ouso, dissuade-me. Se atrevo, inibi-me. Se falo, cala-me. Dissuadiste-me sem nada dizer. Inibistes-me em puro silêncio. Por que não cala-me estas palavras com um som onomatopéico de um beijo?

Valerá à pena a espera, pois duras são as penas do poeta que criam o início de um fim com poucas algumas gotas rubras de tinta úmida advindas dos corações marcianos.

Tinta de caneta num prisma de papel

Certo dia a caneta disse ao papel:
_Ei papel, eu sou melhor que você! Sabia?
O papel respondeu:
_Ah é! E porque você acha isso?
_É que eu sou o instrumento que os poetas usam para escrever o que estão sentindo. Palavras são só palavras se não tiverem tinta para serem vistas. Eu tenho a tinta que elas necessitam - o fluido necessário para a combustão.
_Muito bem minha querida caneta. Pode ate ser você quem da cor e vida às palavras dos poetas e dos profetas. Mas sou eu quem as eternizam. É em mim que as profecias ficam registradas. É em mim que as poesias são pinceladas. Sou em que os diversos dedos alheios tocam, pegam e levam-me à altura dos olhos. É você que eles enxergam, ou melhor, sua tinta; mas sou eu quem é dobrado com carinho e guardado lá no meio do livro, da bíblia ou do diário.
Rick Almeida Reis (17.04.12)

Moral: "Nós - canetas - escrevemos todos os dias no papel - a vida - que DEUS nos dá. Escolha bem as suas palavras, porque um dia a tinta pode acabar ou não haver mais espaço no papel"

O péssimo momento de uma flor é quando ela desabrocha e farta a terra com o seu sangue. Desse ato surge o o mais singelo fato: o fruto semente serpente será e do homem ela nascerá.

Hoje, um de meus escritos, não o importante, mas nem por isso insignificante, viajou para longe de mim. Entre risos na sua leitura, partículas de pele morta respingavam aos ouvidos atentos, de quem me viam a brilhar, porém como concreto reto, seco, áspero e calculista. Agora,mais tardar vejo mudanças de pensar, não mais brilho numa concreticitude plena como a manhã, mas sou às vistas algo um tanto lúgebre em minhas volúpias, ser noturno, antagonismo esvoaçante na fumaça da vida.

Saboreando um café com Jorge, escrever é (sobre a vida):
...mostrar os detalhes do cotidiano, as aflições e as surpresas de viver entre humanos e ser humano, isto é a vida.
...pois a vida, um livro aberto como ela é, quer ela seja escrita em tinta e às vezes sem papel, apenas com o movimento das horas e das notas e rodapés do ancião barbudo chamado Tempo, grita, chama e pede por penas que escrevam as espadas e sempre busquem uma nova vírgula, para uma nova sequência a ser vivida.

Nas naus, marinheiro que é marinheiro salga a boca com o úmido do mar e esquenta o coração com a leveza dos ventos.

Mares que vem à bem
Só o sol é capaz de testemunhar minha dor. A noite calada trouxe consigo o silêncio. E o sono roubou-me a lucidez. Os sonhos se tornaram meu ser. Não sentia enquanto via. Não consegui me achar frente ao espelho. Tudo que meu consciente falho reservoou durante o dia, os sonhos embaralharam, e , sem fim e começo me encontro todos os dias ao despertar-me com pequenas faíscas da manhã que se anuncia. O silêncio fica cada vez mais longe. Ouço minha própria respiração. Os pássaros começam a voar para tirar de suas penas o orvalho da noite. E eu à duras penas tento aliviar o orvalho desses meus olhos chorosos cerrando-os em meio à escuridão e meia luz.

Ao doce o sal
Não escrevo em pares e muito menos por partes. Escrevo à mansidão o seu pequeno recato. À insuficiência a sua grande abadia. Ao contriste os galhos secos de uma linda árvore. Às pessoas comuns o excepcionalíssimo momento atual. Agora é a hora de afofar as lágrimas nas gotas de água que caem do céu e nos afogam pouco a pouco como aquelas preces que nunca chegam a serem atendidas.

Outono em sol
Se eu sou uma primavera sem flor, e você é o inverno a me machucar, em qual estação de verão me cansarei desse outono?

No ponto ao ponto
Parada na esquina, esquecida, hipotérmica e febril está minha linda amiga fé. Ela está lá no ponto, solitária e aguando olhos passados e transeuntes cílios cíclicos que sempre voltam ao mesmo lugar e nunca chegam a ponto algum.

Olhos encovados
Faltou-me tu, e eu nem notei que as vinte e quatro horas já tinham se passado. De forma aguda você se foi, sem delongas, apenas tchau, até mais, a gente se vê por aí...e nunca mais nos vimos.

Meus olhos se curvaram, meus cílios se amedrontaram e não querem mais ver o céu, assim como a minha face não quer mais o sol.

Hoje vivo nas sombras, sedento, cansado de tatear rastros, de unhas as paredes do poço árido que me encontro.

Qual rei nunca viu suas mucosas mudarem de cor constantemente ao observá-las do trono?

Meus olhos encovados sedentos de te ver, fecham-se vagarosamente a cada imagem tua projetada numa teia de pensamentos que nunca formarão um tear.

Compromisso
As missões dadas nem sempre são vencidas. Pelos caminhos os medos morrem. As vidas ressurgem. O objeto retorna. O compromisso nasce.

"Seus lábios são como fio escarlate e sua fala é deleitável. Sua boca está escorrendo mel, mel de favo estão debaixo de tua língua. Fizeste meu coração palpitar com um só dos teus olhos. Bela como a lua cheia, pura como o sol és tu meu amor."