Quarto Privacidade
A Infância,
Tenho saudade dela. De quando as paredes do quarto eram cor azul marinho,
De quando o guarda roupa era arrumado pela minha mãe, modéstia parte muito bem, diga-se de passagem, as roupas pela qual vestia eram escolhidas por ela também, e os sapatos na época eram engraxados em casa mesmo.
De quando o horário de ir para cama era pré- determinado e não havia ato rebelde que o reprimisse, 22:00 no máximo, isso nos fins de semana, claro.
Saudade de quando acordava às sete da manhã de um domingo, pegava as cobertas da cama, e corria para ver os desenhos na parabólica nova que meu pai comprara.
De quando “refri”, sempre coca- cola, como de costume, era coisa rara, isso para não sair da dieta. Só nos fins de semana, especialmente nos domingos, quando íamos almoçar na casa de minha avó, feijoada nesse tempo era clichê piegas.
Saudade de quando conversas forjadas virtualmente pela internet não chegavam nem perto de substituir as tardes de brincadeiras incansáveis, afinal, computador nem sequer existia em nosso vocabulário.
Saudade de quando nas raras vezes meu pai comprara os potes de sorvete , geralmente nas férias, quando meus primos de Curvelo vinham com mais freqüência para cá, e corríamos para o antigo salão de festas no segundo andar da casa, que passara a ser agora utilizado como refúgio de brinquedos e nosso humilde “parque de diversões” onde também deliciávamos o pote inteiro, que variava de napolitano com chiclete, ou puramente chocolate com creme.
Saudade de quando andar de bicicleta demorava para ser aprendido, mas deste tal já se tornava regra obrigatória para todo final de semana, e não nos cansávamos.
Confesso, joelhos ralados ou roupas sujas de terra não ‘doíam” tanto como decepções, corações partidos e ilusões atuais.
Saudade de quando ler era aventura completa, quando se tratava de heróis e princesas, cavaleiros e suas espadas. Admito. Na época tinha louca admiração e fanatismo por Rei Arthur com sua espada de Excalibur tirada da pedra e dada pela Dama do Lago.
Saudade de quando levávamos Bob, nosso cachorro, para passear, e quando as brincadeiras de polícia e ladrão substituíam as brigas de irmãs de hoje.
Eu tenho saudade de tudo que é puro, e ficou eternizado.
Nossa infância marca, e jamais pode se dar ao direito de ser esquecida tampouco desprezada.
É única, excepcional, exclusiva e sem outra definição menos merecedora.
Eu me recordo muito bem desses tempos, desde os divertimentos até os dolorosos “puxões de orelha” do meu pai .
Um tempo em que APROVEITAR era princípio básico de sobrevivência da espécie, e que não havia muita importância em seguir regras ou padrões de sociedade já impostos, pois estávamos bons e felizes como estávamos.
Saudade de quando o “ser” era mais importante que o “ter”,
De quando os amigos se contavam nos dedos,
De quando lágrimas eram verdadeiras e não apenas borravam maquiagens. Saudade tranqüila mas um pouco dolorosa, pungente.
Saudade sim.
Saudade que lhe diz: “Olha, não faça-me apenas uma mera boa lembrança. Me faça um marco. Um fato. Uma história que você, jovem adolescente louca, é e foi o sujeito principal.
Não me faça substantivo, mas um verbo intransitivo.
Não me esqueça, mas eternize-me.”
Tal como ela é, e sem mais delongas, infância é infância e não há como negar.
Blog: http://bolgdoano.blogspot.com/
Todos os dias recolha-te em teu quarto, feche a porta, e converse com seu coração, pergunte sobre qualquer coisa, da mais fútil e passageira, a mais importante e eterna, e não te preocupes com a resposta, se ela virá ou quando virá, mas podes ter a certeza que ela virá, e será verdadeira, pois o coração não mente. Este é o verdadeiro dízimo, e a verdadeira recompensa.
Kairo Nunes 05/06/2009.
...e ontem eu me lembrei daquelas nossas conversas jogadas fora na varanda do meu quarto, me lembrei de como as palavras pareciam fluir mais rápido; de como nossos laços eram fortes e intocáveis.
Ontem eu me lembrei que você me acordava com um telefonema todos os dias – e do meu sorriso ao te ouvir falar. Ontem eu me lembrei que aos fins de semana você costumava me levar a lugares lindos – lugares que só você me levava.
Ontem eu me lembrei que um sorriso teu, irradiava todo o meu dia, que um beijo teu me trazia toda a felicidade que o mundo abrigava.
...ontem eu me lembrei que a minha vida só tinha sentido quando eu tinha você – apenas você, e nada mais.
COMO 2+2 SÃO 4 (parte II)
Mais uma noite no meo quarto deito, paro, penso e faço uma frase, e mais uma ves olho da minha janela e vejo refletindo o verdadeiro mundo, so por um momento de inspiraçao penso se Deus nos feis pra nos "amar" ou para "condenar" a nós mesmo.E agora eu vejo que disso nao passaremos todos os anos da minha vida igualmente monótonos mais espero morrer feliz de um dia ter sido mais um simples humano que subiu aos céus e ficar ajoelhado em pedras diante o senhor e esperando sua simples condenaçao e pensando que um dia fiquei deitado parado e pensando...
"É como se trancar no quarto e botar uma unica bala no tambor da maquina,apagar as luzes e girar, pra ver se o sangue corre mais rápido dentro de mim."
[...]
E mesmo depois de tanto tempo,
nem q florisse no meu quarto
um jardim de belas flores,
quando acordar...
meus olhos não teriam o mesmo brilho
que tinham ao te olhar.
[...]
Vendo Filme na Cama...
A TV ligada, ilumina o quarto.
Eu, ligado na TV, plena madrugada...
Iluminado, sob teus braços...
Desejos
No silêncio do meu quarto
Tudo fica tão triste
Me sinto tão sozinha
Mas sei que você existe
Não são pensamentos fúteis
É a mais sincera verdade
Queria tanto te ter nos meus braços
E matar a minha vontade
Beijar a sua boca
Te amar loucamente
Te envolver em meus carinhos
Te querer eternamente
E desse beijo sentir o gosto
Gosto úmido do querer
Esses lábios que me beijam
E me faz enlouquecer
O meu corpo quer o seu
O meu amor quero te dar
Te matar só de desejos
Não me deixe a esperar
Hoje me dei conta que as aranhas que, por preguiça, deixei ficar no meu quarto, estão exageradamente visíveis.
Troquei de doméstica duas vezes, mas nenhumas percebeu a presença delas ali. Ou, fingiram que nãO, já que na época elas eram meio grandinhas.
Agora, estão grandonas. Mas, não sinto vontade de tirá-las daí, não estãO causando mau algum. Acontece que, aranhas, ratos e baratas, mais do que qualquer outro ser vivo, aparentam SUJEIRA.
Onde existirem estes seres, obrigatoriamente, é um lugar sujo! Que precisa ser interditado pela saúde pública. Mas, perceba. Meu quarto é um lugar, na maioria das vezes, limpo. O engraçado é que, o dia que as pessoas vêm visitar, é o dia que se encontra mais sujo. Enfim, essa não é a questão.
Meu quarto tem uma teia de aranhas, mas, é limpo. O que isso significa, afinal? Algumas pessoass criam aqueles ratinhos brancos, porque dizem que é limpo. Mas, isso é hipocrisia, náo é?
A verdadeira razão se dá pelo fato dos branquinhos serem, necessariamente mais bonitos. Mas... Bonitos? Afinal, quem decidiu o que é bonito?
Ter uma teia de aranha no meu quarto é bonito ou feio? Por que nunca olhamos todos os tons de cinza, ao invés de nos apegarmos totalmente no branco ou preto? O que uma teia de aranha significaria no meio de um quarto limpo?
Uma exceção. Dicionário Sacconi - Exceção: 1. Desvio da regra geral; 2.Tudo aquilo que fica à parte dos princípios gerais.
Então, a regra geral é não deixar teias de aranha no quarto, mas, eu deixei. Uma exceção. A regra geral, de certa forma, nos impõe um ritmo de vida "perfeito". Mas, se todos têm alguma exceção, por que existe a regra geral?
Veja bem, se ninguém é perfeito... Como as pessoas julgam o que é normal ou não? Com que direito as pessoas julgam umas as outras, se nenhuma delas cumpre a regra geral corretamente?
Se toda regra tem uma exceção, qual é a exceção para essa regra? A exceção torna-se regra, então, se todas as coisas devem ter uma exceção, qual é o sentido das regras?
Por que insistem em manter esse julgamento utópico, se todas as regras, POR REGRA, devem ser quebradas? Isso prova que não importa o que as pessoas falem ou façam... Entre o certo e o errado, existe uma vida inteira para ser vivida...
Quer ser um grande poderoso? Comece limpando seu quarto.
Quer ser um homem respeitado? Comece respeitando os outros.
Quer ser popular? Comece com simpatia.
Quer ser feliz? Viva a vida com alegria.
Por tanto tempo, dentro de um quarto escuro, resolvi por fim, abrir a janela, parar de me preocupar, com o mal lá fora, com os mistérios dos ventos, das pessoas.
E vi a luz do sol, batendo em meu rosto, senti naquele momento um medo, voltei rapidamente, mais podia ouvir as pessoas lá fora, brincando, correndo, sorrindo.
E eu lá, atrás daquela cortina com medo.
Até que um dia, passei a noite inteira acordado, e decidi por um fim nisso.
Dormi, e tive um sonho, nesse sonho eu tinha morrido aos 13 anos, estava me vendo dentro de um caixão, e apenas uma pessoa lá, chorando ao lado. Acordo assustado e coloco um ponto final, foda-se o medo!
Levantei e abri a janela! Deixei a luz entrar, e enfim vi a luz entrando em meu quarto.
Lá estava eu, vestindo a melhor roupa e me preparando para sair... Vou à sala, abro a porta sem medo, e por um segundo penso ( Não vou conseguir ) e minha perna trava...
No mesmo momento, a porta ao lado abre, e dela sai uma garota. Meu sub consciente diz: VOLTE! VOLTE! VOLTE!. Mas meu coração acelera, e meus olhos fixam nela.
E começo a dar passos longos, se distanciando de minha casa, sento na calçada e fico lá, por cinco minutos. Levanto e vou dar uma volta no quarteirão. Quando volto vejo ela, sentada lá na porta de sua casa, com a cabeça baixa, fico estático ao vê-la
Tento me aproximar, indo contra meu medo de correr para casa. Meu desejo de ajudar era maior. E fui até ela, me ajoelhei e perguntei. ( Está tudo bem ? ) e imediatamente ela me responde com os olhos inchados e cheio de lagrimas, vermelha como uma maçã, ( Não, estou passando o pior momento da minha vida ) eu seguro as mãos dela e digo: Vou está com você daqui pra frente “ Muito tímido “ e ela me responde com um abraço longo, e demorado...
Daquele dia em diante, minha vida nunca mais foi a mesma, comecei a escrever bobagens, como “ Um dia lindo, só terá final feliz se deixar pelo menos um rosto alegre ao te ver. “ e assim, todos os dias, rabiscando nos cadernos, na parede do quarto, em minha cama.
Ela me incentivava a fazer coisas, que nunca teria coragem, me levava ao parque, e ficamos lá por horas e horas.
Fui entender o significado de um amor. Não lendo sobre, mais vivendo ele. Sentindo.
Me armei com carinhos, com palavras de amor, e com uma atitude especial. Me tornar presente, companheiro, amigo.
Conheci outras pessoas, mais o dia que jamais vou esquecer, foi o dia em que desmaiei no banho. Cai e bati a cabeça, tive que ir rapidamente ao hospital, por sorte não teve nada grave, mais descobri, que tinha uma doença sem cura. E me restavam apenas 35 dias de vida...
Me espantei, e voltei a ficar no quarto, nos 29 dias que restavam, ela voltou a bater na porta, minha mãe abre a porta, e ela pergunta sobre mim, minha mãe começa a chorar e explica tudo, sem ela terminar ela corre para o quarto, olha nos meus olhos e diz. Você vem comigo.
Contra minha vontade, fui. E ela me levou ao parque, ficamos lá o dia inteiro conversando sobre coisas que jamais teríamos conversado, e por fim ela me disse que teria algo pra me contar, mais não seria ali. Me levou para casa, e ficamos sentados na calçada, a mesma que a conheci. Lá ela me disse que, a vida é feita para superar medos, superar dores, superar adversidades, superar tudo o que é colocado a frente. E se eu me superei para sair do quarto, ela iria se superar e dizer que me amava muito, e que mesmo com pouco tempo de vida, me pediu em namoro. Não acreditei, e aceitei com um sorriso enorme no rosto. Ela me beija, e foi um beijo de 10 minutos, mais durou 5 anos.
Sabe, naquele momento percebi, que não tinha vivido o tanto quanto os outros, e também não tinha beijado tantas bocas como todos. Sim, era um garoto sem experiência alguma. Mais vi algo, eu amei, e fui amado de verdade, ouvi palavras sinceras, tive um beijo único e ultimo.
10 dias de vida, resolvi dar uma festa, e convidei todos, me perguntei, nunca tive amigos, mais vamos ver quem vem.
Inacreditavelmente vieram 150 pessoas para uma festa em casa, com piscina, churrasco, e musica alta. Fiquei feliz, todos vieram conversar comigo, meninas queriam me beijar, mais não quis ninguém, por volta das 23:46 do dia 20/05/2003 a festa vai acabando, e todos vão embora, e apenas eu e ela lá, sentados na borda da piscina conversando sobre nossos pés dentro d’água.
No dia seguinte, passo mal e preciso ser internado na UTI vi meu lado bom, e vi que não tinha mais ninguém ao meu redor. Absolutamente ninguém. Fico triste, choro e meus batimentos param. No outro dia, todos ficam sabendo da minha morte, porem ninguém vai, e ela, que tanto dizia me amar, não foi se despedir de mim. Pela ultima vez, ver meu rosto do mesmo modo que a conheci. Estático, pálido e sem reações.
mais ela, pensava de um modo diferente, exatos 15 anos depois ela vai até o cemitério me visitar. Leva rosas e uma carta, nela ela leu em prantos as seguintes frases...
“ Meu anjo, queria lhe agradecer por toda sua companhia, sua alegria trazida a mim, jamais irei esquecer tais palavras. Você tornou uma noite em dia, um dia em manha, você merece muito mais do que o beijo, eu não tinha palavras, mais essas alianças simbolizam o nosso começo, e acho que você vai aceitar realmente, casar comigo. Sim somos jovens ainda, mais quero você para sempre do meu lado. Hoje, dia 19/05/2003 estou ansiosa para festa de amanha, vou querer mostrar a ti, obrigada por tudo. ps: Eu te amo “
... Não percam oportunidades, de dizer coisas que precisam dizer, de abraçar a quem querem abraçar ou ser abraçado(a), pense que uma palavra de carinho alegra um dia, e uma palavra mal colocada sem explicação, acaba perdendo um coração, não diga muitas palavras, mais tenha atitudes de tomar iniciativas. Gosta, demonstra. Pois irá faltar o que queria tanto de alguém, se não tentar com quem acha possível realizar.
Viva, mais não tenha medo do amanha, só não cometa os mesmos erros do hoje.
03:18 da manha, e eu vendo estrelas no céu, vou dormir com uma em minha direção. Acho que ainda à tempo de encontrar por aqui....
"A luz de velas no quarto vazio vou te fazer delirar
Quer me ouvir sussurrar?...Ahã... vou confessar!
Essa noite quero te mostrar o que meu corpo tem para te dar!
Sim vou provocar!Roubar o teu ar!Matar tua sede me saciar!
De desejos suspirar!Assim!Fique a me olhar, pois não poderá me tocar!"
O silêncio nesse quarto cheio de lembranças é apavorante. As inúmeras perguntas que começam a aparecer em minha mente começam a incomodar. E aí junta o silêncio com as perguntas e eu me desespero. O que você vai fazer quando o que restou de nós dois desaparecer? Essa é uma das questões que a resposta me assombra, independente de qual seja. É. O silêncio desse quarto infelizmente vai comigo aonde quer que eu vá.
Quando o sol acorda nos seus olhos
Estrelando nosso quarto,
Recomeça uma alegria.
É tanto prazer, é tanto amar,
Mais um desejo em nosso olhar:
Um beijo vem dizer bom-dia.
Deixo-me levar nessa poesia
E até o sol se delícia
No menino dos seus olhos.
Fica tão difícil resistir
E a gente tem que permitir
Coisas que o corpo já conhece.
Vem, que os olhos seus vão explodir
E os olhos meus querem sentir
Que o nosso olhar não envelhece.
Ultimamente, eu não tenho mais nada a dizer. Prefiro ficar aqui, no meu quarto do que sair por aí, caçando aventuras e desilusões. Prefiro ficar no escuro, do que ir lá fora e ver o sol. Não sei o que acontece. Não sei o que há de errado comigo. A chuva está mais forte. Paro, olho o janela. Gotas vão se formando, vão caindo. E eu me imagino com uma gota. Me formei, aos poucos caí, e agora fiquei no chão. É, por aí isso. Não quero ser dramática, nem ser uma atriz mexicana. Esse é o meu jeito. Eu sou assim. Com dramas e fases. Com dramas e textos. Mas não se importe mais. Não me importo mais com isso.
E todas as vezes em que me via só naquele quarto, era como se algo me guiasse a ele. Meu pensamento ia longe e tudo voltava, como agora.
