Quanto mais me Conheco Fernando Pessoa

Também não vale a pena fingir um equilíbrio que eu não tenho.

No fim você coloca um sorriso no rosto e finge que é sincero, até que a vida o faça realmente ser.

É tudo tão bonito que me dói e me pesa.

Quando um religioso me diz que tem pena por eu ser ateu, eu me sinto obrigado a responder da seguinte maneira.
Eu é que tenho pena de você, é você que se deixa escravizar por uma realidade inexistente que te da toda a liberdade que você quiser.

Eles foram intensamente felizes enquanto nada acontecia.

E à noite eu ainda te espero, mesmo quando sei que você não virá, só para ter saudade.

E tudo é natural, basta não teres medos excessivos – trata-se apenas de preservar o azul das tuas asas.

Hoje eu saí de casa tão feliz, que nem me lembrei que em algumas horas a tristeza bate, me sacode e me faz sentir dores que eu não imaginava que continuavam ali.

Vou ser feliz, sem me importar com o que isso irá causar aos outros… o importante é que não estou fazendo mal a ninguém, pelo contrário! Estou apenas enterrando as impurezas e toxinas da minha vida e deixando brotar uma bela e frutífera árvore.

Você é uma possibilidade minha, menino. Possibilidade não verbalizada. Como um sentimento sem nome, feito de uma palavra estranha. Palavra que nunca vai caber em dicionário nenhum, e que ninguém nunca vai inventar.

Depois de um tempo, você ainda vai lembrar dessa ferida que rasgou fundo o teu peito. Mas vai saber também, que foi apenas uma página do capítulo passado. E que o capítulo que você está agora. Ah, esse sim é o mais interessante.

Não se alcança o coração de alguém com pressa.

De repente tinha-se tornado questão de vida ou morte conseguir aquilo. De vida ou morte era exagero, mas de sanidade ou loucura, não.

Mas gosto, gosto das pessoas. Não sei me comunicar com elas, mas gosto de vê-las, de estar a seu lado, saber suas tristezas, suas esperas, suas vidas...

E tem gente maravilhosa que, de repente, vai ficando longe, difícil de ver – e aí dança.

Contidamente, continuamos. E substituímos expressões fatais como “não resistirei” por outras mais mansas, como “sei que vai passar".

Não fomos felizes para sempre. Nem infelizes!

Tenho repetido que, no que depender de mim, me recuso a ser infeliz.

Aconteceu outra coisa que, como Deus, eu pensava que não existia. Imagino que isso que chamamos de amor. Algo assim.

Vou te procurar entre as estrelas e os satélites distraídos, que confusos me ditaram caminhos errados e esparsos. Eu irei caminhar por trajetos errados em diferentes passos. Em destinos errantes nas mais estranhas pegadas na areia. E vou te encontrar em um planeta abandonado no curto espaço entre nós dois. Em nossos abraços, em seus sorrisos largos.