Quando a Gente Cresce Descobre Mario Quintana
Cavar um poço com você ninguém quer... Mas quando a água começa a jorrar, aparece gente de tudo quanto é canto para matar a sede.
Quando a gente comia comida de verdade, controlava a quantidade de
sal, açúcar e gordura dos alimentos. Hoje, não fazemos ideia do que tem
dentro de uma lasanha congelada que espera meses no supermercado para
ganhar um lar. De onde vem aquela carne? E o molho, é feito de que
exatamente? O assunto entrou definitivamente na conversa de chefes de Estado, já que essas doenças sobrecarregam o sistema de saúde e custam trilhões aos governos. Por outro lado, rendem um dinheirão para os convênios médicos, a indústria farmacêutica e os fabricantes de produtos alimentícios e de cápsulas com nutrientes salvadores – como vitaminas e sais minerais –, que pretendem repor o que nossa comida não traz mais.
As vezes a gente acha ser impossível, mas quando chegamos lá, percebemos que nós somos os nossos próprios limites.
A gente se perde quando busca uma resposta externa.
A gente se perde quando um turbilhão de sentimento vai pondo interrogações.
A gente se perde pela falta de clareza do que está acontecendo.
A gente se perde quando o autoconhecimento precisa ser reciclado.
A gente se perde quando um sentimento novo aparece de forma inesperada.
A gente se perde quando busca um sentido além da nossa extensão.
A gente se perde quando busca algo no mundo das incertezas.
A gente se perde quando a realidade nos leva para outra dimensão.
A gente se perde quando desequilibra as dimensões (bio, psico, social e espiritual).
A gente se perde quando se enquadra em "padrão" que foge aos desejos.
A gente se perde quando o coração aperta.
A gente se perde quando tem consciência de tudo isso e ainda continua se questionando...
Em tempos de Corona Vírus
Quando a gente é muito jovem tem o hábito de beber a vida no gargalo com a urgência das paixões adolescentes.
Com o passar do tempo descobrimos a importância e o sabor da vida e não desejamos mais que ela passe tão rápido, desaceleramos e começamos a saboreá-la devagar como se fosse uma taça de vinho tinto de uma safra rara dividida com uma boa companhia.
Cada segundo tem o gosto e o valor da eternidade escorrendo na ampulheta do tempo e a gente já não tem mais pressa de chegar a lugar nenhum que não seja nosso próprio interior.
Mas desde o aparecimento do corona vírus parece que o tempo ficou suspenso nessa atmosfera de medo, incertezas e angústias que ele trouxe.
A vida de repente ficou presa nas teias de um tempo que não existe. Tudo se tornou lento, monótono e sem graça. O medo tornou-se presença constante nas madrugadas frias de outono, nas manhãs vazias de domingo e o futuro tornou-se incerto.
Neste momento a vida novamente tornou-se urgente, ressignificou-se e tudo que eu quero é que o tempo passe rápido sem que eu tenha que disputar um respirador artificial com ninguém, sem que eu tenha que me despedir sem despedida de nenhuma pessoa que eu amo, sem que as águas de março retornem em forma de lágrimas no teto dos meus sentimentos.
Quero de volta a rotina, a felicidade dos encontros, o laço de braços dos abraços, a imperfeição dos dias perfeitos na companhia dos meus irmãos. Quero dias de esperança e o som dos risos nas esquinas da alegria.
Quero que meus entes queridos saiam ilesos dessa guerra com esse temido inimigo.
Então, senhor tempo pisa fundo que eu tenho um encontro marcado com a vida logo ali depois da curva perigosa dessa pandemia medonha.
*Um político engana muita gente, dois políticos enganam muito mais e quando todos reunidos naquilo que foi extinto querem voltar atrás!
Quando há no mundo tanta gente faminta, tanto mal a tratar, tanta violência em nome de um deus que destrói o outro e requer sacrifícios humanos pela guerra, não podemos dizer que suplantamos bem o homem das cavernas.
Toda mulher sabe quando a probabilidade de dar errado é grande. A gente conhece quais são os riscos de mergulhar em pessoa rasa, mas mesmo com todos os alertas de cuidado acionados pela intuição, a gente encara o trampolim da paixão e se joga como se estivesse em pleno mar. No fundo o que a gente tem é uma fé enorme no amor e uma esperança meio pueril de que a vida nos prove o contrário do que o nosso instinto feminino de sobrevivência está dizendo.
É tão bonito quando a oração amanhece junto com o dia dentro da gente. Tudo fica mais claro e a esperança reluz nos nossos olhos da mesma forma que o sol brilha lá fora. Bendito seja esse dia que acordou lindo e repleto de energia positiva, paz e luz!
E a gente sabe que o ciclo fechou, quando as perturbações dão lugar a paz, e os ensinamentos e aprendizados vem e ficam.
A gente percebe que está amadurecendo
quando reconhecemos os nossos erros sem
tentar justificá-los nos defeitos dos outros.
