Preguiça
Eu queria tanto, mas tanto não ser desse jeito. Esse poço de inseguranças constantes, de preguiça com o mundo social e de emocional instável. Sabe, apesar dos pesares, fui uma criança tão feliz, nada disso me incomodava, quando tudo mudou? Por favor me diga, não consigo lembrar de tal momento e, ainda sim, aqui estou: tendo outro colapso nervoso. Esses momentos passam e sempre acho que sou uma pessoa melhor e que tudo vai melhorar, mas aí vem outro. E outro; e outro; e mais um ainda. É como um pires lascado, não está quebrado e não é impossivel de ser utilizado, mas o lascado ainda está ali e a tendência é só piorar.
Uma cadeira preguicosa para estar..para sonhar...
Momento de relaxar...de se ausentar...
Delicadeza...gentileza...e ficar..ai..quietinha...ausente do mundo!
Brisa que murmura...natureza que sussurra...vida que fermenta!
Ah...so isso!sim...basta!Agora...
"Bom dia! Hora de acordar e espantar a preguiça. Vamos atrás do que é nosso, as oportunidades acontecem quando o sol começa a sorrir."
-Aline Lopes
E aí tenho preguiça do que não mexe com todas as células do meu corpo, de quem não brinca com a adrenalina, porque quando não é assim, pra que sair do comodismo? Eu tenho repulsa por tudo que pareça mecânico e tenha cheiro de passageiro.
Se você tem MESMO preguiça de desenvolver sua consciência, tem a OBRIGAÇÃO ESTRITA de contentar-se com um posto baixo e humilde na sociedade. Muitos deputados, senadores, ministros e professores universitários poderiam ganhar a vida honestamente como ascensoristas e engraxates.
A preguiça de inúmeras pessoas faz com que elas prefiram seguir as pegadas dos outros a mobilizar as forças de seu próprio entendimento, semelhantes pessoas só se podem tornar cópias de outras e se todos fossem dessa espécie o mundo permaneceria sempre em um único e mesmo lugar.
Presta atenção...
Se você for previsível, as pessoas terão preguiça de você.
Se você for um mistério, vão querer te desvendar.
E não preciso nem explicar o motivo, pois toda mulher esperta sabe que é necessário ser fria pra ser rainha.
Grande mulher nada evasiva...
Ter disciplina é conseguir obedecer a si mesmo, controlar seus impulsos, superar a preguiça e entender verdadeiramente a importância do que você deve fazer. É, mesmo com tantas opções mais legais do que se fazer, executar aquilo que precisa ser executado e ignorar todo o resto. É saber respeitar o seu próprio crescimento, seu propósito, e agir alinhado com seus objetivos, deixando de lado tudo que é secundário e menos relevante. É executar as tarefas que você se propôs a executar sem se utilizar de desculpas, mesmo que elas sejam verdadeiras.
Existem companhias que é semelhante a uma rede preguiçosa, te balança pro lado e pro outro, mas não te leva há lugar algum.
Desejo a você
Vida real e fantasia
Dias corridos e tardes preguiçosas
Calmaria e tempestade
Confusão e certeza
Frio e calor
Perguntas e respostas
Fins e recomeços
Canetas, lápis, borrachas
Inspiração e aspiração
Grandeza e simplicidade
Silêncio e tumulto
Música e dança
Solidão e companhia
Papéis e desenhos
Clássicos e populares
Inusitado e cautela
Loucura e lucidez
Tensões e relaxamentos
Fragâncias e sabores
Linhas em branco e folhas preenchidas
Crime e castigo
Violão e violino
Descolorido e pinturas
Van Gogh e Gauiguin
Desejo e pudor
Shakespeare e Machado de Assis
Ilhas e cidades
Céu e terra
Dias de chuva e manhãs de sol
A sedução do Arlequim
Malandro, preguiçoso, astuto e dado a ser fanfarrão: eis a figura do Arlequim. Ele surge com sua roupa de losangos no teatro popular italiano (commedia dell’arte). Sedutor, ele tenta roubar a namorada do Pierrot, a Colombina. Vejo que meu texto começa a parecer marchinha saudosista de carnaval...
Há certa dignidade na personagem. Cézanne e Picasso usaram seu talento para representá-lo. O espanhol foi mais longe: retratou seu filho Paulo em pose cândida e roupa arlequinesca. Joan Miró criou um ambiente surrealista com o título Carnaval do Arlequim.
Ele seduz porque é esperto (mais do que inteligente), ressentido (como quase todos nós), cheio de alegria (como desejamos) e repleto de uma vivacidade que aprendemos a admirar na ficção, ainda que um pouco cansativa na vida real. Como em todas as festas, admiramos o palhaço e, nem por isso, desejamos tê-lo sempre em casa.
Toda escola tem arlequim entre alunos e professores. Todo escritório tem o grande “clown”. Há, ao menos, um tio arlequinal por família. Pense: virá a sua cabeça aquele homem ou mulher sempre divertido, apto a explorar as contradições do sistema a seu favor e, por fim, repleto de piadas maliciosas e ligeiramente canalhas. São sempre ricos em gestos de mímica, grandes contadores de causos e, a rigor, personagens permanentes. Importante: o divertido encenador de pantomimas necessita do palco compartilhado com algum Pierrot. Sem a figura triste deste último, inexiste a alegria do primeiro. Em toda cena doméstica, ocorrem diálogos de personagens polarizadas, isso faz parte da dinâmica da peça mais clássica que você vive toda semana: “almoço em família”.
O ator manhoso sabe que podem existir algumas recriminações diante de uma piada feita com a tia acima do peso ou com o tio falido. Todos queremos nos imaginar bons e incentivadores da harmonia familiar. Todos amamos encontrar um bode expiatório e o Arlequim é um especialista neles. O tipo ideal de vítima apresenta alguma fraqueza física, financeira ou intelectual. A ferida narcísica alheia é um deleite. A hemorragia em chaga de terceiros pode ser sedutora. Claro, isso não inclui você, querida leitora e estimado leitor, apenas as estranhas famílias do seu condomínio; nunca a sua.
O Arlequim é engraçado porque tem a liberdade que o mal confere a quem não sofre com as algemas do decoro. O pequeno “menino diabo” (uma chance de etimologia) atrai, sintetiza, denega, ressignifica e exorciza nossos muitos pequenos demônios. Aqui vem uma maldade extra: ele nos perdoa dos nossos males por ser, publicamente, pior do que todos nós. Na prática, ele nos autoriza a pensar mal, ironizar, fofocar e a vestir todas as carapuças passivo-agressivas porque o faz sem culpa. O Arlequim é um lugar quentinho para aninhar os ódios e dores que eu carrego, envergonhado. Funciona como uma transferência de culpa que absolve meus pecadilhos por ser um réu confesso da arte de humilhar.
Você aprendeu na infância que é feio rir dos outros quando caem e que devemos evitar falar dos defeitos alheios. A boa educação dialogou de forma complexa com nossa sedução pela dor alheia. O que explicaria o trânsito lento para contemplar um acidente, o consumo de notícias de escândalos de famosos e os risos com “videocassetadas”? Nossos pequenos monstrinhos interiores, reprimidos duramente pelos bons costumes da aparência social, podem receber ligeira alforria em casos de desgraça alheia e da presença de um “arlequim”. Os seres do mal saem, riem, alegram-se com a dor alheia, acompanham a piada e a humilhação que não seria permitida a eles pelo hospedeiro e, tranquilos, voltam a dormir na alma de cada um até a próxima chamada externa.
A astúcia do ator maldoso depende da malícia da plateia. Falamos muito do fofoqueiro, por exemplo. É rara a análise sobre a voz passiva daquele que não faz a fofoca, mas que dá espaço e ouvidos para ela. Deploramos o piadista preconceituoso, poucos deixam de rir diante do ataque frontal a outro.
Lacan falava que o limite conferia a liberdade. Sem a placa de velocidade máxima, eu não seria livre para ultrapassar ou ficar aquém do patamar máximo. Da mesma forma, ampliando a ideia, o Bem é cronicamente dependente do Mal. Sem a oposição, nunca serei alguém “do governo”. Batman e Coringa fazem parte de um jogo consentido de vozes. Bocas que fazem detração necessitam de ouvidos aptos. Criminosos dependem de cúmplices. A violência do campo de concentração necessita, ao menos, do silêncio da maioria. Pierrots, Colombinas e Arlequins constituem um triângulo amoroso, uma figura estável porque possui três ângulos visíveis. A perda de uma parte desequilibraria o todo.
Olhar a perversidade do Arlequim é um desafio. A mirada frontal e direta tem um pouco do poder paralisante de uma Medusa. Ali está quem eu abomino e, ali, estou eu, meu inimigo e meu clone, o que eu temo e aquilo que atrai meu desejo. Ser alguém “do bem” é conseguir lidar com nossos próprios demônios como única chance de mantê-los sob controle. Quando não consigo, há uma chance de eu apoiar todo Arlequim externo para diminuir o peso dos meus. O fascismo dependeu de “alemães puros”; as democracias efetivas demandam pessoas impuras, ambíguas, reais e falhas. O autoconhecimento esvazia o humor agressivo dos outros. Esta é minha esperança.
Domingou:
Dia de preguiça.
Esquecer o relógio num canto.
Ocupar o tempo, com tudo que te dê prazer.
Estar com quem te faz bem.
Deixar o amor solto pelo ar.
Ser feliz é tudo que importa.
Quem vem comigo?
Uma das características do preguiçoso que salta aos olhos, é o seu hábito de transferir responsabilidades aos outros!
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