Preciso e Gosto de Intensidade

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Não sei se me explico bem, nem é preciso dizer melhor para o fogo a que lançarei um dia estas folhas de solitário.

Machado de Assis
Memorial de Aires (1908).

Morte do Leiteiro

Há pouco leite no país,
é preciso entregá-lo cedo.
Há muita sede no país,
é preciso entregá-lo cedo.
Há no país uma legenda,
que ladrão se mata com tiro.
Então o moço que é leiteiro
de madrugada com sua lata
sai correndo e distribuindo
leite bom para gente ruim.
Sua lata, suas garrafas
e seus sapatos de borracha
vão dizendo aos homens no sono
que alguém acordou cedinho
e veio do último subúrbio
trazer o leite mais frio
e mais alvo da melhor vaca
para todos criarem força
na luta brava da cidade.

Na mão a garrafa branca
não tem tempo de dizer
as coisas que lhe atribuo
nem o moço leiteiro ignaro,
morados na Rua Namur,
empregado no entreposto,
com 21 anos de idade,
sabe lá o que seja impulso
de humana compreensão.
E já que tem pressa, o corpo
vai deixando à beira das casas
uma apenas mercadoria.

E como a porta dos fundos
também escondesse gente
que aspira ao pouco de leite
disponível em nosso tempo,
avancemos por esse beco,
peguemos o corredor,
depositemos o litro...
Sem fazer barulho, é claro,
que barulho nada resolve.

Meu leiteiro tão sutil
de passo maneiro e leve,
antes desliza que marcha.
É certo que algum rumor
sempre se faz: passo errado,
vaso de flor no caminho,
cão latindo por princípio,
ou um gato quizilento.
E há sempre um senhor que acorda,
resmunga e torna a dormir.

Mas este acordou em pânico
(ladrões infestam o bairro),
não quis saber de mais nada.
O revólver da gaveta
saltou para sua mão.
Ladrão? se pega com tiro.
Os tiros na madrugada
liquidaram meu leiteiro.
Se era noivo, se era virgem,
se era alegre, se era bom,
não sei,
é tarde para saber.

Mas o homem perdeu o sono
de todo, e foge pra rua.
Meu Deus, matei um inocente.
Bala que mata gatuno
também serve pra furtar
a vida de nosso irmão.
Quem quiser que chame médico,
polícia não bota a mão
neste filho de meu pai.
Está salva a propriedade.
A noite geral prossegue,
a manhã custa a chegar,
mas o leiteiro
estatelado, ao relento,
perdeu a pressa que tinha.

Da garrafa estilhaçada,
no ladrilho já sereno
escorre uma coisa espessa
que é leite, sangue... não sei.
Por entre objetos confusos,
mal redimidos da noite,
duas cores se procuram,
suavemente se tocam,
amorosamente se enlaçam,
formando um terceiro tom
a que chamamos aurora.

É preciso, então, enxergar com o coração.

Serena: Preciso saber porque você me ama.
Dan: Porque eu amo (...) Porque gosto quando me interrompe, o que a propósito, é frequente. Te amo porque não se desculpa por ser exatamente quem é. Linda, inteligente, incrivelmente sexy.
Serena: Agora está me deixando envergonhada.
Dan: Essa é outra razão. Não tem noção do seu efeito em mim. Também não tem noção de que ri como uma criança de 4 anos. Desse jeito. E te amo porque pode estar com alguém como eu, e ainda ser melhor amiga de alguém como a Blair.
Serena: Bem, tentei ser.
Dan: Sei que tentou, mas não é fácil. Mas nunca desistiu dela. Isso é o quanto você é incrivel.
Serena: Você é incrível também por conseguir dizer isso tudo. Simplesmente é. E eu te amo, mas tenho que ir.
Dan: O que é dessa vez?
Serena: Uma das muitas razões porque você me ama.

Todo o luxo corrompe, ou os hábitos ou o gosto.

Bom gosto é melhor que mau gosto, mas mau gosto é melhor que gosto nenhum.

Quando mais gosto das mulheres, é quando beijam, porque então têm de estar caladas.

A vida parece-nos curta, e as horas parecem-nos compridas; o nosso gosto seria alongar a cadeia, encurtando os anéis.

Quanto mais gosto de quem ofende, mais sinto a ofensa.

O bom gosto é a capacidade de reagir continuamente contra o exagero.

Um homem que tenha rido com gosto ao menos uma vez na vida não pode ser de todo irremediavelmente ruim.

O bom gosto é a flor do bom senso.

do orvalho
nunca esqueça
o branco gosto solitário

Quem com gosto aceita presentes perde a liberdade.

Não gosto dos homens, gosto do que os devora.

Existe sempre uma grande demanda por novas mediocridades. Em todas as gerações, o gosto menos desenvolvido tem o maior apetite.

Cada qual tem um gosto que o arrasta.

O que não tem mais vontade nem mais gosto do que a vontade e o gosto alheios, pode ser tido como verdadeiro escravo.

Gosto de mais das pessoas para me repugnar fazer-lhes mal, e julgá-las é já fazer-lhes mal.

Eu gosto do seu corpo
Eu gosto do que ele faz
Eu gosto de como ele faz
Eu gosto de sentir as formas do seu corpo
Dos seus ossos
E de sentir o tremor firme e doce
De quando lhe beijo
E volto a beijar
E volto a beijar
E volto a beijar