Portugal

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Já fiz besteiras dignas de risadas, quebrei protocolos, e outras coisas que nem deram muito certo. Tudo pelo gosto da liberdade e desprendimento de viver.

"Sinto muito contrariar, mas o mundo não está precisando de mais poesia. A poesia suficiente existe desde sempre. O mundo está precisando de pessoas mais tolerantes. Umbigos minúsculos. Pessoas que sabem amar gratuitamente. O mundo precisa de pessoas que são de verdade. De existências amorosas. De encontros verdadeiros e desinteressados. O mundo está precisando de menos juízes e mais interlocutores de esperança. De quem finca raízes e colhe flores. De quem quebra algemas e desata nós em nome da fraternidade. Fossem as pessoas mais justas, não precisaríamos de muros que afastam, mas de pontes que aproximam. O mundo precisa de menos culpados em disputas imbecis e mais acertadores em palavras que acolhem. O mundo precisa de gente desacostumada com o frio do distanciamento humano. Se as pessoas fossem mais sábias e menos sabidas, a palavra seria um ato com validade como sopa quente em dias frios."

Há coisas que não se pode controlar, alterar, mudar. Então o melhor é viver e deixar passar!

Feliz por um dia
Vou andando do meu jeito, visto que viver é emergente, eu quero mais é quebrar tabus, arregaçar as mangas, abrir as portas e soltar todos os meus vocábulos junto com o meu coração. Quero é dizer do que gosto, de quem gosto. Repetir a dose, exagerar no gole, não fazer corpo mole e assumir meus sentimentos.
Quero que se dane a formalidade que me exige andar de salto alto, corpo ereto, copos, talheres e pratos no mesmo alinhamento. Quero mesmo é dar adeus à frescura que me deixa entalada na roupa de festa e me faz beber vinho em pequenos goles, para não entornar. Que me exige dar risadinhas no canto da boca e fazer poses para ficar bem na foto.
Quero sai por ai. Andar descalça. Cumprimentar os passarinhos. Sorri para as flores e gargalhar com as crianças. Quero falar de amor para que todos possam ouvir. Ter liberdade de ficar em silêncio. Falar quando for necessário. Aconselhar meu coração. Sonhar com dias melhores. Cantar sem rima. Escrever sem motivos. Chorar sem razão. Amar sem restrição.
Romper o óbvio. Sair do prumo. Soltar o remo e navegar. Colher flores para dar de presentes. Tricotar verdades. Descartar as mentiras. Dizer bye bye para a tristeza. Não ser levada a sério. Não servir de exemplo. Não dar conselhos. Quero acordar na lua. Tocar o céu. Passear pelas nuvens, pelo menos nos sonhos.
Quero um dia maior para viver com vontade. Um coração mais largo para caber tanto amor. Por favor, não me fale de regras, técnicas, normas. Perdi essa aula por pura teimosia.
Quero viver, aventurando-me na ousadia de fazer um belíssimo espetáculo, sem nenhum script. Sem nenhum diretor que me exija tanta disciplina. Quero é suportar minhas loucuras e me completar com o resto de alegria possível.

Você sabe o que significa esperar?
Confesse, você ainda não tem a dimensão do estado de espera.
Você não sabe o que é aguardar, inclusive com mãos frias a chegada de alguém que não usa relógio por imprecisão. Você ainda não sabe que a espera é o corte vagaroso, feito no coração.
E você espera o abraço. O agradecimento. Espera o tempo do outro. Espera o cumprimento das obrigações. Espera os dilemas serem resolvidos e as verdades prevalecerem.
Espera a cartomante. O horóscopo. As rezas. O resultado das promessas. Você não imagina que é capaz de tantas esperas e sobreviver ao calafrio que elas causam.
E você acredita e se dá conta de que precisa defender outras esperas mais doloridas. São as esperas que, retardadas trarão uma insuspeitada felicidade. São as esperas pelo sossego afetivo. Pela resposta do e-mail. Esperas para repousar no coração do outro. Para deixar de ocupar o lugar da superficialidade.
Esperas por um olhar, uma piscadela de confirmação, um eterno sim. Você sabe que esperar muitas vezes borra os sentimentos, envelhece a alma e traz uma angústia escancarada, desejosa de sagrada confirmação. É. Esperar a farta porção de desejo do outro para devorar a nossa alma é uma delícia discreta e suarenta. Ecoa longe o grito da espera. Vem cá! Não me deixe passear nas belíssimas imagens do meu pensamento, tantas vezes confuso.
A você acaba aprendendo que uma espera custa e não e só uma gorjeta. Uma espera custa todos os tostões economizados o ano inteiro para o bendito repouso da felicidade.
Benditas esperas valiosas. Elas custam todas as impaciências do telefone tocar com o pedido de desculpa salvador. Custam todos os convite que nunca saíram da imaginação. Uma vontade estúpida de acordar sem saudade. Custam todas as interpretações dos sinais deixados, que você decifra como uma leve resposta para o coração amoroso.
Custam enxergar indícios de que o romance iniciado no verão tem futuro.
O estado da espera é exatamente proporcional ao olhar piedoso, as lágrimas quase caindo, o andar mil vezes no quarteirão, atravessar o relógio com a visão insistente de águia. Visitar infinitas vezes as cartas, as lembranças, a caixa de fotos amareladas.
O estado de espera é uma terapia caríssima e ávida para transformar razões desafortunadas em sonhos realizados. E para ultrapassar vitoriosa, vale tudo. Vale o drama, as unhas roídas, o suar do corpo, a ânsia noturna e o franzir do rosto.
Faça tudo com as esperas. Faça drama, misérias, desforra com vinho barato, desistências indecisas, preces, legitimo protesto, xingamentos, desordem interior. A qualquer custa, faça um texto, um desabafo audível ao mundo, uma canção ou pelo menos uma resposta satisfatória.
Tomara que o para sempre, espere o dia seguinte com notícias felizes, pagamento a prazo e sem reajuste. Sinceramente eu desejo que as esperas sejam as superstições falidas das ausências.

Um dia quem sabe, a gente compreenda que somos o nosso lugar favorito.

Não tenho garantias e nem certeza de nada. Sigo tentando!!!!

Com o tempo, alargamos a nossa credibilidade e passamos a viver com menos descompassos. Acomodamos as aflições e deixamos de impedir o tempo de cumprir seu ritual. A partir de um certo tempo o que nos importa é a boniteza da alma e a tranquilidade do coração.

Capriche na verdade. Ela é a única coisa que permanece.

A gente também se perde com sentimentos. Queremos acreditar, mas também desejamos ardentemente questionar, descartar, proibir. Acovardamos de tomar qualquer decisão e ficamos ali, jogados na cama, cantando Djavan...

Quando não se acredita em nada, a vida torna-se penosa.

Eu não sabia que a saudade incomodava, que o amor era tanto e que a vida doía.
Não sabia que a mágoa machucava, que a lembrança desbotava e que a aspereza enrugava.
Eu não sabia que o caminho era longo, que as pedras incomodavam e as curvas confundiam.
Eu não sabia que o silêncio torturava, o desejo salivava e a distância traria o esquecimento. Também não sabia que a ironia maltratava e que em todos os tempos o fingimento não tinha graça nenhuma.
Eu não sabia que a preocupação esquentava a cabeça, que a noite se afeiçoava com a solidão. Eu desconhecia sobre os interesses fúteis como praga que contaminava os dias. Isso eu não sabia.
Eu não sabia que o choro era sinal de fraqueza. Pensei que arejava a alma, em algumas situações. Não sabia que as mães eram heroínas, mesmo que os filhos nem se deem conta disso, nem que os pais fazem um esforço danado para parecem certos o tempo todo com seus sermões quilométricos.
Eu não sabia que a alma fica doente e o corpo padece com isso. Que o coração é lugar para dúvidas e a razão nunca é obediente.
Eu desconhecia o sofrimento como escada para a felicidade, que o medo fragilizava e que havia um abismo entre o sonho e a realização.
Eu não sabia que o universo conspira a favor de quem faz a sua parte. Que sorte é quase uma fábula e que o discurso só funciona quando é resultado de uma prática.
Não sabia que era preciso tanto esforço para viver em um mundo contraditório.

Às vezes o amor só existe na ponta da caneta. No texto incompleto. No poema feito às pressas. Na música que toca repetidamente. Às vezes o amor é apenas lembrança. Às vezes, saudade.

Se viver fosse fácil, nascer não seria dolorido.

Guardo palavras não ditas e cometo excesso de tolice por isso.

Eu tive muita vontade de ir bem fundo, cair de quatro e ficar prostrada, esperando você chegar com uma solução infalível, tipo uma mágica onde todas as questões tivessem respostas e o alívio para qualquer queda, fosse imediato. No lugar desse milagre, eu ouvi: levante-se, arrume o cabelo, estufe o peito e corra senão vai perder o último ônibus.

Pra falar a verdade, não sei bem cuidar de minhas dúvidas, minhas angústias. Sei apenas que preciso todos os dias me reinventar para defender sem nenhum heroísmo aquilo que boto fé. Sinceramente, dou uma de amadora, mas acredite, eu mergulho com toda força. Tenho tido a sorte de conseguir fazer a viagem. Só ainda não fiz upgrade da saudade que você deixou.

Abençoados e necessários silêncios em mim, que disciplinam e ensinam-me a desentalar amarguras, desaprender as tristezas, rejeitar dependências e conjugar o amor.

Uns e outros
Alguns reclamam das filas. Outros ansiosos estão nela para receber seus trocados.
Uns falam demais. Outros ficam em um silêncio obrigatório por falta de conhecimento.
Uns caminham apressados para não perder o tempo, a vida, o sucesso, o trabalho, a luta, o dinheiro. Outros vagarosamente fazem da caminhada um passo seguro para a liberdade.
Uns formulam, reformulam, hesitam, forçam, reforçam e sem saber o que fazer não tomam nenhuma decisão. Outros, que também pouco sabem, vão experimentando sem nada deixar escapar.
Uns limpam a casa. Outros cuidadosamente deixam a alma pronta para o que der e vier.
Uns dão sorrisos ensaiados, comemorando os ganhos. Outros gargalham como simples forma de celebrar alegria.
Uns fingem que sabem. Outros mostram que precisam aprender.
Alguns imitam para ser. Outros são escancarados de autenticidade.
Uns vivem em estado de preocupação. Outros ocupam-se em florescer boas intenções.
Uns são securas. Outros terras férteis.
Uns possuem bens. Outros são do bem.
Uns matam a vontade. Outros renascem em esperança.
Uns procuram o sucesso. Outros encontram a serenidade.
Uns agarram a certeza. Outros devolvem a paz.
Uns são fortes. Outros são suaves.
Uns usam os meios. Outros as finalidades
Uns falam. Outros, amam.

Amava como gente grande e nunca dava certo.