Portão
Alguns dizem:
Quando a nessecidade bate na porta,o amor foge pela janela
Mais já que o amor nos faz aguentar tanta coisa,porque que logo na necessidade vai nos abandonar
Caminhar até o portão, olhar o final da rua que vai se estreitando, finda no céu azul, com nuvens brancas espalhadas, a rua se perde, dando lugar aos pensamentos.
Há pessoas que nem quero aproximação
Outras que eu já abro o meu portão
Há pessoas que se existem, finjo que não
Outras, já tem grande espaço no coração
Há pessoas que respondem, com ingratidão
Outras, exercitam piamente o perdão...
Garota rock’n’roll!
Grita de madrugada
no portão, quebra a corda
(MI menor, sem dó!)
do velho violão!
Desejo a você
Cuscuz com charque
Doce de leite com queijo de coalho
Um portão de segurar repuxo namorando com o Nêgo Daia
A feira da Vila sem chuva e com preço baixo
Teus dias com gosto de Dindelar
Daia sem avião , no chão de Pedras de Fogo
São João na casa de Nize
Fofoca depois do culto
Um DVD de Cláudio Duarte e outro de Padre Léo
Melodias de Grupo Oásis
Raspa do cascão do fundo da panela de canjica
Abraço de Cibia e Nêga
E da penca irmãos Buscapé
Poesia de Jessier Quirino
Uma rede preguiçosa
Costureira que não atrase
Muitos eitaaaaaaa de notícias boas
Ler uma carta a luz de candeeiro segurado
Um moi de curtidas no Facebook e Instagram
Pariceiros pra mangar duzôto
Um curso de Teologia atrás do outro
Não enterrar nenhum amigo nem morto e muito menos vivo
Rir é pouco eu te desejo gaitada
Escrever um livro
Tomar banho de rio
Se bronzear no quintal
Uma festa com bolo de Cléo
Felicidade de arreganha boca emendar canto de boca a pé de orelha
Dá uma carreira do joelho bater no nariz e o calcanhar na nuca
Calçar um velho chinelo , caçola de elástico frouxo e camisa de vereador
Sentar num banco de texto de couro
Ouvir pinicado de chuva no chão pinicando
E todo dia a segurança do Homem que andou de burrinho e salvou tua alma na cruz
Feliz aniversário
Seu relaxo era charme, a negligência consigo mesma, forjava sua singularidade. Empurrou o portão, saiu. Na rua, na realidade mundana, era o centro, o centro de convergência, centralizava a atração.
Pelo o que me lembro desse sonho era um portão de grade enorme, como se estivéssemos em frente a uma grande fábrica. Muita gente em frente, muita gente mesmo e eu encostado, me inclino e olho pro lado. Te vi ali encostada também e olhou pra mim na mesma hora. Minutos se passaram, resolvi me mexer. Pensei em ir até a outra ponta do portão, passei por você e te encarei cinicamente. Encostei na parede, continuei olhando pra você, que com o dedo me chamou. Eu fui, fiquei na sua frente, te olhei de cima embaixo. Você me puxou pelos dois braços e se encostou toda em mim, me curvei e fui logo com o rosto no seu pescoço, você me empurrou, insisti, te segurei forte e consegui beijar seu pescoço. E ficamos naquela de que eu queria e você não, com risadas, investidas e sarrando muito o corpo um no outro... acordei.
Jota Cê
-
Olhos sábios de um cachorro
Entro no carro, saio da garagem, fecho o portão.
Paro na esquina olho para os lados, do lado esquerdo da rua dois olhos me observam.
Sim, o olhar de um cão.
Cachorro preto, com manchas acobreadas, da raça “salsichinha”.
Os olhos fixos em mim, serenos.
Olho novamente e percebo na cabeça pêlos brancos ao redor dos olhos e boca.
Aquele olhar sereno é de um cão que demonstra já ter vivido muito.
Impõe respeito, sabedoria.
Com o carro parado espero ele passar e novamente olha nos meus olhos como a me agradecer a gentileza.
Com a firmeza de quem já viveu muito, caminha a passos lentos,
Observador, pára, olha para os lados a observar se tudo está em ordem.
O movimento das pessoas na calçada, os carros a passar.
Segue calmamente e eu parada no carro a observá-lo,
Olha-me novamente,
Seus olhos nos meus refletem um velho cão sábio e cansado.
Um bom cão de rua.
Parece ser respeitado, nenhum outro cão o afronta ou perturba.
No dia seguinte, abro a janela do meu quarto, vejo o cão com o mesmo andar do dia anterior, parado na esquina, outro carro passa, ele olha, o carro passa e ele segue o seu destino.
''O barulho do portão era meio assustador, meio que um som estilo filmes de terror, e o garoto com medo, mesmo que ele achava meio que sem sentido e anormal em relação a ele, ele sentia, mas como vencer o medo? Pergunta difícil essa não? Pois não seria o medo, apenas uma forma de seus sentimentos entrarem em contado, tentando alertar sua alma, de que os passos a seguir, seriam um tanto quanto perigosos, ou apenas falsos alarmes que quietos ali se renasciam, cativantes como o bolero, e ao mesmo tempo a idéia de um pequeno poeta como negação ao caminho a seguir, ahh loucura, o garoto se sacudio por um momento a sua cabeça, como se ele negasse fatos.''
Sentada nesse portão
vejo um corpo num caixão
e não é um pesadelo e a vida
que insiste em mostrar
que daqui nada vamos levar
e que se as vezes eu chorar
é de tanto te amar mais você
insiste em não ver o que sinto por você
mais si um dia você Le
esse poema que eu fiz
talvez si arrependa por não ter dito
que também me quis!
Eu vi você:
Dando seu primeiro passo
Dizendo sua primeira palavra
E no portão de casa
Nunca vou te esquecer
Amiga de verdade, só você
Da minha cara sacaneando
Dos meus amigos só zoando
Sempre conto com você
És muito confiável
E também amigável
Gentil pra valer
Agora que você foi embora
Não sei mais o que fazer
Estou tão longe de você
Espero um dia tu voltar
Para a gente poder brincar
Anota minha placa que minha rima passou a mil!
Tão rápido que seu radar nem viu!
Sai no portão da sua casa,
Mandei um bilhete pelo pombo correio, sem asas!
Mais rápido que a luz,
Se tiver curiosidade, enfia a cabeça no buraco negro, avestruz,
E vê se sua massa cefálica
Ainda guarda algum preconceito com a Africa.
Switch case:
- Caso exista: Corte os P - U - L - S - O -S
- Caso não:
Segue seu caminho de evolução!
Não temos opção,
O continente ainda está em S.O.S!
O povo ainda padece.
Sonho de todos os cachorros... que alguém esqueça o portao aberto para ele fugir... É o maior momento de felicidade dele!
A notícia da partida da vovó que vendia sacolés pelo portão da casa verde no Sana desceu amarga. Como eram gostosos os sacolés vendidos por aquelas mãos. Podiam não ser lá muito higiênicos, isso é verdade, mas que eram gostosos eram. Aliás, essa questão de higiene, àquela época, não era muito levada em conta. Não que isso fosse coisa do século passado, quando ainda não se sabia muito sobre vírus e micróbios. Não. Mas também fiz uma pesquisa e vi que sacolés eram vendidos na década de 20, e, já então, as autoridades sanitárias faziam exigências que ninguém cumpria, como hoje. Daí, aquela gente imunda e encharcada com a água que lhes descia pelo corpo proveniente do degelo mal contido nas sorveteiras que equilibravam os isopores carregados de sacolés na cabeça. Mas, gula sempre foi gula. Voltando aquela senhora do Sana: os dedos que tocavam o dinheiro transportado por uma bolsa de coro que andava com ela eram os mesmos dedos que apanhavam pra mim dois guardanapos, que eu sempre pedia. Era daquela mesma bolsinha onde guardava o dinheiro que puxava os guardanapos. Me limpava como um pinto no lixo após degustar sempre a dobradinha: "um de coco e um de baunilha vó". Era o sacolé gostoso que compensava depois daquela manhã inteira torrando no sol na cachoeira. E o mais engraçado é que era tão bom, que até engolir pedacinhos de plástico mordendo o sacolé a gente engolia. Aquela casinha verde fica logo atrás da pracinha, do coreto. Quando ela abria a porta, dava pra ver lá dentro uma forma cilíndrica, de zinco, onde ela acondicionava todos os sacolés. Em torno desse cilindro, gelo picado e sal grosso com um pouco de serragem. Eu perguntei preocupado com a cor avermelhada da serragem. Coroando isso tudo, uma espécie de rodilha de pano, sempre suja, protegendo a tampa, impedindo o ataque de insetos durante a madrugada. A última vez que estive com a vovó do sacolé no Sana, custava R$ 2. Funcionava todo dia até às 18h, mas nas noites quentes de verão era comum ver-se à porta da casa aquela senhora se abanando com uma folha de bananeira estendendo mais um pouco o horário das vendas pra nossa alegria e dos colegas no camping, que nem esperavam que fossemos lembrar deles, de tão bom que o sacolé era. Uma vez, no desespero, bati palmas em seu portão 1 hora da manhã, bêbado, pra pedir sacolé. Tomei um esporro da vovó, mas pergunta se ela deixou de me atender e, depois do esporro, lembro que passou docemente a mão em minha testa e avisou que amanhã estaria mais cedo vendendo os sacolés. Os sabores eram: laranja, abacate, manga, caju e, nos últimos anos, começou a ter de chocolate, além do tradicional coco e baunilha. Mas, nenhuma delas, superava o coco-baunilha, que eu ia degustando ao mesmo tempo. Que me perdoem a propaganda, mas hoje, com todo progresso e processos modernos de fabricação mecânica, como toda e relativa duvidosa higiene no fabrico, o sacolé da minha vó do Sana continua insuperável. Os picolés de hoje, ridículos até no nome, as conchas novas que têm dado forma empírica aos sorvetes, não irão conseguir nunca matar a saudade que comecei a sentir a partir deste momento, quando recebi a notícia. Não sei se exagero ao afirmar que os sacolés do meu tempo, até os extravagantes e alcoólicos que começaram a pegar moda nos blocos de carnaval, nunca serão mais gelados do que aqueles sacolés de coco-baunilha. Faltarão neles agora, eternamente, o perfume delicioso de sabonete que vinha daquela senhora. Faltarão neles, inclusive, a poesia do pedido batendo palmas no portão, e do sorriso carinhoso e aconchegante na entrega. Siga seu caminho vovó. Novos sabores chegaram pra senhora. Delicie-se.
A sua pessoa certa pode estar por ai e você vem no portão da minha casa a essa hora? Eu sou a garota errada e é uma pena você gostar disso.
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