Poetas Portugueses
Pra nascer e morrer necessáriamente não precisas o descer às covas, acorda, já que ser prematuro, aqui, não é mais alicerse pra tempo do servir.
As agonias viram graça pelo tempo, sabes que não precisavas o sofrimento, se preocupava com o momento, e, pra época dos adventos, desgovernados, de alguns seres sem a devida direção, maturidade hoje será a direção.
Nas mandalas da vida onde os ouvidos me são saídas, a falta de música não é ignorância proposital, pois quem dá base as notas nem conhece, ainda, às forças das palavras no integral, se achastes ignorância ou vácuo no fazer, saibas que derrubas muitas asas que dão suporte aos que as têm.
Não retire a alegria do nosso caminho, com sonhos inventados, que estão sem nossa vontade, pro final não nos por em término, uma vida que nos foi doada pela sabedoria da existência.
Agora vamos usar nosso núcleo de pulsão pra construir e reformar não destruir nossas vidas com afazeres de ilusão.
Quando recente o sol caiu na esfera
cristalina e serena
(...) surgiram flores,
Flores que não murcharam
Os homens não são maus por natureza
Atractivo interesse os falsifica,
A utilidade ao mal, e ao bem o instinto
Guia estes frágeis entes
Quando Eu Não Te Tinha
Quando eu não te tinha
Amava a Natureza como um monge calmo a Cristo.
Agora amo a Natureza
Como um monge calmo à Virgem Maria,
Religiosamente, a meu modo, como dantes,
Mas de outra maneira mais comovida e próxima...
Vejo melhor os rios quando vou contigo
Pelos campos até à beira dos rios;
Sentado a teu lado reparando nas nuvens
Reparo nelas melhor –
Tu não me tiraste a Natureza...
Tu mudaste a Natureza...
Trouxeste-me a Natureza para o pé de mim,
Por tu existires vejo-a melhor, mas a mesma,
Por tu me amares, amo-a do mesmo modo, mas mais,
Por tu me escolheres para te ter e te amar,
Os meus olhos fitaram-na mais demoradamente
Sobre todas as coisas.
Não me arrependo do que fui outrora
Porque ainda o sou.
Mas também eu vim caindo,
Do trono que tinha outrora,
Ao desespero de agora
Deste meu fim nunca findo.
E aquele senhor poeta
Que anda bêbado na rua,
(...) Contenta-se com tão pouco
Porque diz, bêbado e rouco
Que os seus poemas de louco
Poderão salvar o mundo!
[...] não me recordo de nenhum livro que tenha lido, a tal ponto eram minhas leituras estados de minha própria mente [...].
