Poetas Portugueses
VI
Venho de longe e trago no perfil,
Em forma nevoenta e afastada,
O perfil de outro ser que desagrada
Ao meu actual recorte humano e vil.
Outrora fui talvez, não Boabdil,
Mas o seu mero último olhar, da estrada
Dado ao deixado vulto de Granada,
Recorte frio sob o unido anil...
Hoje sou a saudade imperial
Do que já na distância de mim vi...
Eu próprio sou aquilo que perdi...
E nesta estrada para Desigual
Florem em esguia glória marginal
Os girassóis do império que morri...
XIII - Emissário de um rei desconhecido
Emissário de um rei desconhecido
Eu cumpro informes instruções de além,
E as bruscas frases que aos meus lábios vêm
Soam-me a um outro e anómalo sentido...
Inconscientemente me divido
Entre mim e a missão que o meu ser tem,
E a glória do meu Rei dá-me o desdém
Por este humano povo entre quem lido...
Não sei se existe o Rei que me mandou
Minha missão será eu a esquecer,
Meu orgulho o deserto em que em mim estou...
Mas há! Eu sinto-me altas tradições
De antes de tempo e espaço e vida e ser...
Já viram Deus as minhas sensações...
Sol nulo dos dias vãos,
Cheios de lida e de calma,
Aquece ao menos as mãos
A quem não entras na alma!
Que ao menos a mão, roçando
A mão que por ela passe
Com externo calor brando
O frio da alma disfarce!
Senhor, já que a dor é nossa
E a fraqueza que ela tem,
Dá-nos ao menos a força
De a não mostrar a ninguém!
Graça surge pelo silêncio, por via da luz em excelso esplendor, dissipador dos medos e angustias humanas, pois que o esquecimento tem sede das lembranças em emoção apurada, sentimento este que se faz urgente em nossos momentos.
Mas para que me comparo com uma flor, se eu sou eu
E a flor é a flor?
Saber se você está perto ou longe não importa, mas, evidentemente notar sua existência, já é uma volante graça sublime.
A característica primária do sofrer e aguardar a nota que modifica sua harmonia em extensão, ninguém me stents, então, é doce a vida que se toca em harmoniosa compaixão, trazendo elo ao núcleo do coração.
Indoor ao referente por digital consequente, me aquieto por ti docemente, em contínuos diálogos, meu amado eloquente.
Sem entregar-lhe meu presente, agradeço-te, oferendo a trilha pra muitos outros, no curso dos agoras.
(Colo quê) suas projeções em uma taça com Líquido Divino e divirta-se na Luz, entregando-as por mim, pois que toda comunicação é cheia de alegria e mansidão, sem ensaios nas dramáticas considerações, já sem e com personalidade caminhamos e edificamos nossas máscaras.
Cirurgicamente perfeito é nossa percepção, quando transformando nosso agora em perfeita conotação, é dinâmico e singular nossa clareada extensão em elemental de fogo, veja na tela de nossos olhos, formas e imagens de perfeitos sonhos, sem os quebra-molas dos julgamentos e confusões, são os nortes em nossa vida chegando e saboreando nossas doces emoções.
Angústia que ensaia porta da felicidade, quando percebo-a em abundante amor, em livre compreensão e exclusão, e, em distante observação, vejo-a chegar e ir além da imaginação.
A ciência libera um monte de perspectiva possível empirista, pra depois agrupar àquela que realmente lhes valem às lógicas, isto alguns chamam de futuro, outros de possibilidades.
