Poetas Brasileiros

Cerca de 4256 frases e pensamentos: Poetas Brasileiros

⁠E a marcha era tão segura
que uns diziam: "Que coragem!"
E outros : "Que loucura!"
Lá se foi por esses montes,
o homem de olhos espantados,
a derramar esperanças
por todos os lados (...)
Pois parecia loucura,
mas era mesmo verdade.
Quem pode ser verdadeiro,
sem que desagrade? (...)
Pobre daquele que sonha
Fazer bem - grande ousadia

Inserida por dia_marti

⁠...embora venha sorrindo,
traz sinal de desgraçado. (...)
Vejo que vai ser ferido
e vai ser glorificado:
ao mesmo tempo, sozinho,
e de multidões cercado,
correndo grande perigo,
e de repente elevado:
ou sobre um astro divino
ou num poste enforcado

Inserida por dia_marti

Precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica "Precisa-se".

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Inserida por lubaffa

A incomunicabilidade de si para si mesmo é o grande vórtice do nada. Se eu não acho um modo de falar a mim mesmo a palavra me sufoca a garganta atravessando-a como uma pedra não deglutida. Eu quero ter acesso a mim mesmo na hora em que eu quiser como quem abre as portas e entra. Não quero ser vítima do acaso libertador. Quero eu mesmo ter a chave do mundo e transpô-lo como quem se transpõe da vida para a morte e da morte para a vida.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.
Inserida por lubaffa

Pena que assim se retorce
deixa a verdade torcida.

Inserida por diegomrodz

⁠Quando a gente dá tudo vem em dobro.

Inserida por felipe_conrado

Não tem coisa melhor doque ex ⁠

Inserida por ellen_macedo

⁠Acabou vendo, Joan Brossa,
que os verbos do catalão
tinham coisas por detrás
eram só palavras, não.

Inserida por ElizeuSilva

⁠E o meu caminho começa
nessa franja solitária
no limite sem vestígio,
na translúcida muralha
que opõe o sonho vivido
e a vida apenas sonhada.

Cecília Meireles
Metal Rosicler. São Paulo: Global Editora, 2014.
Inserida por paulauskas

Sempre que o sol
Pinta de anil
Todo o céu
O girassol
Fica um gentil
Carrossel.

O girassol é o carrossel das abelhas.

Pretas e vermelhas
Ali ficam elas
Brincando, fedelhas
Nas pétalas amarelas.

– Vamos brincar de carrossel, pessoal?

– “Roda, roda, carrossel
Roda, roda, rodador
Vai rodando, dando mel
Vai rodando, dando flor.”

– Marimbondo não pode ir que é bicho mau!
– Besouro é muito pesado!
– Borboleta tem que fingir de borboleta na entrada!
– Dona Cigarra fica tocando seu realejo!

– “Roda, roda, carrossel
Gira, gira, girassol
Redondinho como o céu
Marelinho como o sol.”

E o girassol vai girando dia afora...

O girassol é o carrossel das abelhas.

Inserida por pensador

⁠Vida é o desejo de continuar vivendo e viva é aquela coisa que vai morrer. A vida serve é para se morrer dela.

Clarice Lispector
Borelli, Olga. Clarice Lispector: esboço para um possível retrato. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.
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Inserida por Demeguajara

Segunda canção de muito longe⁠

Havia um corredor que fazia cotovelo:
Um mistério encanando com outro mistério, no escuro…

Mas vamos fechar os olhos
E pensar numa outra cousa…

Vamos ouvir o ruído cantado, o ruído arrastado das correntes no algibe,
Puxando a água fresca e profunda.
Havia no arco do algibe trepadeiras trêmulas.
Nós nos debruçávamos à borda, gritando os nomes uns dos outros,
E lá dentro as palavras ressoavam fortes, cavernosas como vozes de leões.
Nós éramos quatro, uma prima, dois negrinhos e eu.
Havia os azulejos, o muro do quintal, que limitava o mundo,
Uma paineira enorme e, sempre e cada vez mais, os grilos e as estrelas…
Havia todos os ruídos, todas as vozes daqueles tempos…
As lindas e absurdas cantigas, tia Tula ralhando os cachorros,
O chiar das chaleiras…
Onde andará agora o pince-nez da tia Tula
Que ela não achava nunca?
A pobre não chegou a terminar o Toutinegra do Moinho,
Que saía em folhetim no Correio do Povo!…
A última vez que a vi, ela ia dobrando aquele corredor escuro.
Ia encolhida, pequenininha, humilde. Seus passos não faziam ruído.
E ela nem se voltou para trás!

Mario Quintana
Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2005.
Inserida por alex_jr021

⁠Todas as palavras são conhecidas, mas renascem com a criança.

Carlos Drummond de Andrade
O avesso das coisas: Aforismos. Rio de Janeiro: Record, 1990.
Inserida por jorge_henrique_elias

⁠Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua!

Olavo Bilac
Antologia de poesia brasileira - Realismo e Parnasianismo. São Paulo: Ática, 1998.

Nota: Trecho do poema A um poeta.

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Inserida por artista-eb

⁠Sei só até onde sou,
contemporânea de mim.

Ferreira Gullar
Toda Poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2021.

Nota: Trecho do poema Reflexão.

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Inserida por PriSpinardi

É em mim que tenho de criar esse alguém que entenderá.

Clarice Lispector
A paixão segundo G.H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Inserida por julianemaciel

⁠No silêncio das noites soluçam as almas pelas torneiras das pias.

Inserida por joao_henrique_4

A educação visa a melhorar a natureza do homem, e isto nem sempre é aceito pelo interessado.

Carlos Drummond de Andrade
O Avesso das Coisas: Aforismos. Rio de Janeiro: Editora Record, 1990.
Inserida por jcezarr2021

⁠Eu queria uma liberdade olímpica. Mas essa liberdade só é concedida aos seres imateriais. Enquanto eu tiver corpo ele me submeterá às suas exigências. Vejo a liberdade como uma forma de beleza e essa beleza me falta.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.
Inserida por welinghton_soares

Era finalmente o natural viver sozinha.

Clarice Lispector
O lustre. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.
Inserida por pensador

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