Poeta
TRIGÉSIMO SEGUNDO HEXÁSTICO
nada existirá além de ti
retornarás para ti mesmo
caso pretendas a verdade
toda estética do sujeito
mora no teu poema profundo
versos que transcendem o ser
O Catilina contemporâneo continua vislumbrando o domínio da nação. Asseclas desesperados ‒ depois de enganados! ‒ agora imploram uma réstia de luz para a escuridão governamental.
TRIGÉSIMO TERCEIRO HEXÁSTICO
A loucura da pós-verdade
imanta mentes toscas… líquidas
sem formas descem rios de nadas
única ação: ser a manada
que logo será consumida
pelos algozes comensais
ALMA DE SÍSIFO
De João Batista do Lago
A noite é fria…
Gélida!
O espelho esfumacento
não me revela
nesta fria noite… fria.
Algo dentro de mim
grita feito besta fera.
Ouço-o.
O lamento é lúgubre
e lúgubre é o meu lamento!
Feito Sísifo
desço a montanhosa noite
refazendo meus pensares.
Amanhã terei que rolar a rocha até o topo!
Renascerei ou mais um dia morrerei?
TRIGÉSIMO QUARTO HEXÁSTICO
silencia o choro do espírito
todo lamento gera treva
tuas sombras não são realidades
são ilusões da mediocridade
geradas pelo te’universo
prenhe de tua sabedoria
TRIGÉSIMA QUINTO HEXÁSTICO
ouve a nostalgia do paraiso
ela é prenhe de imagens puras
nela haverá mil sorrisos
nenhum deles será concreto
nenhum imaginador puro
todos capazes no escuro
TRIGÉSIMO SEXTO HEXÁSTICO
vê… rosas multicoloridas
estão novamente nascendo!
todas as praças estão sorrindo
há nova esperança surgindo
em cada jardim florescendo
cada pétala é liberdade
TRIGÉSIMO SÉTIMO HEXÁSTICO
Resgata teus mitos e símbolos
traze-os ao limiar da consciência
a imagem é tua plenitude
resgat’a dimensão existencial
perdida nos vales modernos
serás pois espelho de deus
O exagero na gargalhada
O flerte no olhar
A boca sempre sabe o que falar
A certeza de ser quem é
Sensibilidade exposta no papel
Sangra palavras
Transborda escrita
Confunde rimas
Nasceu poeta ⠀
TRIGÉSIMO OITAVO HEXÁSTICO
Queira pois o Tempo e o Sem-Tempo
“Ksana” é momento favorável
hierofania do ser sagrado
iluminação dos opostos
no espaço do contraditório
produz ser e sabedoria
TRIGÉSIMO NONO HEXÁSTICO
esquece da morte profana
transcende-te a ti tão somente
verás que do eterno retorno
tua ossatura será outro verbo
após livre da mundidade
toda vida é sabedoria
À BEIRA DO CAIS
De João Batista do Lago
O velhinho sentado à beira do cais
é silêncio puro
num final de tarde febril
no ocaso de um dia de abril
onde o sol não sorriu para os cabelos brancos
feito asas de gaivotas soltos na imobilidade do vento
Sento-me ao seu lado
vazio...
e calado...
e mudo na prenhez do tempo e do espaço…
Os meus cabelos ainda estão viçosos
alinhados e sem quaisquer querelas com o vento
estão nervosos
e bem mais sofridos que aqueles cabelos brancos sustentados de experiências
capazes de tudo falarem sem uma palavra sussurrar
E eu tão jovem querendo auscultar
o lamento que somente as ondas do mar ouvem
caladas e correm como loucas para...
para guardar na profundidade do seu mar profundo e eterno
as minhas queixas...
as minhas querelas...
e todas as minhas
mágoas guardadas na plenitude daqueles cabelos brancos feito asas de gaivotas famintas do peixe
De repente
o velhinho sentado à beira do cais
levanta-se
e sem me dizer uma palavra
sem um adeus
sumiu na plenitude do tempo e do espaço
Fiquei só sentado à beira do cais...
QUADRAGÉSIMO HEXÁSTICO
revela teu caráter ético
transmigrando do único “si”
e revela o “si” coletivo
verbo da ossatura do ser
que te fará sujeito númeno
nos campos trigais da existência
Quem é sensível a palavra, vive conforme as palavras; mas quem é sensível a dor, vive conforme suas dores.
Desembrulhei a nova manhã,
ela é somente minha,
assim como essa metáfora
que inventei - registrei - bem levinha
Chamam-me poeta das imagens,
sem modéstia, tenho muitas,
quem as cola e usa que bom !
divulga meu trabalho de forma explícita
A muitos escritores (dentre eles Autores e Poetas, se não todos) deve ser considerada a necessidade de se passar algum tempo sem escrever. Sem falar. Sem nada dizer. Apenas a produzir silêncio – do melhor e mais intenso tipo. Ou em diferentes níveis (não lineares, por falar nisso). Saber que o Silêncio é elemento essencial à sua obra é um sinal de maturidade.
ESTRELA CADENTE
Autor: Edson Cerqueira Felix
Data e Hora: 07.01.2019 19:20
Localização Geográfica: Paraíba do Sul - RJ, Brasil
Abordagem: Uma Lamentação a Filha do Homenageado
Homenagem: A Felipe Carioca
Classificação: Livre
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Eu vi uma linda Princesa do ébano
E Ela me dizia com doces palavras um sabor oculto
E eu entrei em aflição pela não compreensão
Mas ela gentil disse: "Eu vou sempre estar com você"
E eu a deixei, soltei as mãos dela para que ela fosse
Ela entrou naquela liteira e acenou pra mim
Eu chorei, e neste mesmo dia uma estrela cadente caiu
Eu me encontrei perdido, mas de repente...
Bem no meio da noite, como se um anjo me tocasse acordei
Com a visão de que ela também estava comigo espiritualmente
Não consegui mais dormir aquela noite
Fiquei pensando, oh Deus por quê?
E Ele me disse: "Você não está e jamais estará só
Tem uma princesa angelical sempre perto de você, muito pura".
A Coroação do Hedonista
na Távola dos Eunucos
Sem sombra de dúvida,
Em hipótese alguma,
Existem certezas
Indubitáveis.
Quando escolhemos fazer algo,
Não significa que aquilo
Tenha sido opcional.
Venere a selvageria existencial
E as criaturas que dela desfrutam.
Exerça a afetividade retumbante,
Desprendida, imperativa, concomitante.
Em atitude conclusiva jamais se submeta,
Não compete a nossa natureza rastejar.
Eis que proclamam,
A Coroação do Hedonista
Na Távola dos Eunucos.
A dica vendida ao escriba:
Continue escrevendo,
Escreva sempre, escreva
Sobre todas as coisas
E quando cansar de escrever,
Escreva sobre isso também.
Jamais desisti de coisa alguma,
Às vezes simplesmente
Mudo meu foco.
Então o rugido torna-se audível,
Comparando-me comigo mesmo,
Considero-me imprescindível.
Quem sabe um dia a gente se redime,
De todos os pecados que evitamos cometer.
Os fortes conhecem a vitória,
Os benevolentes desconhecem a derrota,
Os impetuosos mesmo exaustos e feridos buscam a glória.
Mas os imprescindíveis, bem, estes vivem para sempre.
Definitivamente,
Não dou a mínima para morte,
Eu vou viver para sempre.
Eis que proclamam,
A Coroação do Hedonista
Na Távola dos Eunucos.
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