Poesias sobre o Frio
Dia de chuva...
Estrada molhada...
Vento frio...
Sigo as curvas do rio.
Descalço meus pés
Sigo com fé
As pedras do caminho...
Não me ferirão os espinhos.
O vento me desequilibra
Meu corpo nem liga
A chuva um açoite
Termina o dia... começa a noite.
Não há estrelas no céu
O que me cobre é só um negro véu
Não posso parar
Continuo... lágrimas pelo meu rosto a rolar.
Chuva sagrada
A lavar mais uma alma desgraçada
Tremo de medo... ou é de frio?
Não importa...
A vida é torta...
Continuo até do fim encontrar a porta.
E fim... deste frio em mim...
Ou será o começo de um frio escuro eterno que jamais terá fim?
É frio.
Na noite as trevas são pura escuridão.
Triste bate meu coração.
Meu corpo treme.
Meu canto é triste.
A solidão insiste.
O vento geme.
É frio.
A noite brilha com o brilho das estrelas e do luar.
Meu corpo se aconchega no teu.
Tuas mãos a me acariciar.
Uma sinfonia nossa sintonia… o melhor som no ar a espalhar.
Tua companhia tudo encanta.
O vento canta.
Do que me resta
Da noite … as sombras.
Da chuva… o rio.
Do inverno… o frio.
Do vento… a brisa.
Do céu… um sol sombrio.
Do que me resta…
Do pouco que a vida me empresta…
Na janela uma fresta.
Do que me resta: esperar acabar a festa.
Estações
No tiquetaquear deste frio inverno
dormitam as sementes de uma canção.
Bate tranquilamente meu coração.
Está ele acostumado ao passar das estações.
Logo tudo mudará
A terra deste frio indomável se esquecerá.
De flores a terra se encherá
Melodiosa e perfumada a minha vida de novo será.
Primavera com suas folhas verdes...
Todas quase no mesmo tom...
Ânsias tardias se descongelam
Auroras perfumadas...
... aquecem-se os corações.
Teu canto
É frio
Na noite as trevas são pura escuridão.
Triste bate teu coração.
Teu corpo treme.
Teu canto é triste.
A solidão insiste.
Marcas profundas
revelam a tua dor.
Só queres um abraço de proteção.
Só buscas carinho pro teu coração.
Queres das lágrimas se esquecer.
Tremula a alma... falta-te calma.
Nuvens sombras... já está outro dia a alvorecer.
Bailarina
É frio.
Quanta dor já suportei.
A noite brilha foscamente com o brilho das estrelas e da lua, que volta e meia desaparece por detrás das nuvens.
Quanta dor já suportei: errei, caí, me levantei, caí outra vez... errei.
Meu corpo se aconchega ao teu.
Tuas mãos a me acariciar.
Tu forte a me tornar.
Quanta dor já suportei: caí, levantei, retornei, insisti, ensaiei, acertei.
Uma sinfonia nossa sintonia…
o melhor som no ar a espalhar.
Tua companhia tudo encanta...
Um suave sussurro a me encantar.
Bailarina: sauté, panchée... grand jetés, pas-de-deux... sou eu nos teus braços alegremente a bailar.
Outono
Outono... as folhas das árvores a cair.
Tudo se prepara pra ser fecundado.
No frio do inverno... tudo a se congelar.
Semente no calor do interior da terra
espera o momento de do solo desabrochar.
Folhas secas no ar a esvoaçar...
Eu pelo outono outra vez a me apaixonar.
O outono de novo a me ensinar...
De certas coisas é necessário se desapegar.
Desapegar... pra outras coisas o lugar tomar...
Outono: sim, é necessário se renovar.
Melancolia
O frio da madrugada.
A escuridão que não me deixa ver nada.
Partiste e sozinha me deixaste.
Contigo toda a minha paz e alegria levaste.
Escrevo agora minha última poesia.
Sem rimas... sem métrica... sem nenhuma melodia.
Só uma nota triste que em toda ela persiste: a mais corrosiva melancolia.
Em cada verso
Frio dormente.
Gotejo poemas na madrugada gelada.
É uma confusão na mente...
Desconfio... todo poeta sente.
Sou as marcas do tempo.
Sou as dúvidas que a todos assolam.
Sou o mar...
Sou o céu.
Sou o ar.
Ando rimando amores com dores.
Rindo pra não chorar.
Amando desesperadamente o que não sei amar.
Indo por um caminho que não tem volta...
Vendo na escuridão uma miríade de cores.
Sou a vida em você.
Sou tudo o que você sente e vê
em cada verso que vejo nascer.
"Vontade"
Quero render-me a alma, quero ela nua
Rasgar minha pele, esfolar o frio
Queimar a vontade de esconder na lua
Escalar uma cachoeira, pular num rio
Quero entrar na escuridão gritando a todo vapor
Como se nada significasse o eco da minha voz
O prazer já é o mesmo, achar conforto na dor
Apenas lágrimas e chuvas derramam sobre nós
Passarei pelas portas de minha única mente
Tentarei entender o tempo, salvar minha alma
Escolher entre o céu e o inferno novamente
Estar gelado no estado onde nada me conforta
Escutar-me calar e até suportar minha depressão
Possa ser que eu esteja certo sobre o incerto
Uma angústia insensata que corrói meu coração
Eu só quero mesmo, é te abraçar de perto.
Julho já vai indo , deixando para trás as suas marcas. Um mês instàvel, ora quente, ora frio deixando no ar sempre aquela espectativa: será que vai chover ? Será que vem mais frio?
Por aqui o frio não chegou e nem tampouco a chuva. Pelo contràrio, apenas um vento intenso trazendo jà vestìgios do mês de agosto sempre muito poeirento.
Não vou aqui dizer que o mês de julho foi maravilhoso e trouxe muitas alegrias .Tudo è relativo e depende da interpretaçâo de cada um e do reflexo que as notícias e acontecimentos causam nas pessoas.
Que a vida de forma geral nâo està cor de rosa, isto é fato.
O importante é saber como enfrentar os desafios diáros. Énão desistir nunca de ser feliz , de ver finalmente a paz reinar extinguindo preconceitos , acabando com os feminicídios, a intolerância em qualquer segmento, erradicando as doenças,
Independente de tudo que nos afeta , esperemos que agosto traga bons ventos com melhores notícias
recupere nossas energias, melhore o nosso humor. Que o mal se converta em bem , o rancor em amor e perdão, a mágoa desapareça e a amizade esteja sempre a reinar entre as pessoas.
Que a força dos bons ventos possa nos conduzir ao melhor da vida . Que os bons ventos nos levem de encontro a nossos sonhos , nos tragam a tâo almejada paz . Que nunca nos falte a fé e nunca deixemos de acreditar que as tempestades passam e um dia a calmaria hà de chegar.
Seja grato sempre . Cultive a fé!
Julho/2022/
editelima 60
"A tempestade de outrora sofreu metamorfose, deixando apenas o frio, que por ora, inda faz morada em mim."
vts
O frio é ausência de calor;
A incredulidade é ausência de fé;
A escuridão é ausência de luz;
A ostentação é ausência de algo interior e o desrespeito é a total ausência de humanidade!!!
Mas Tomé, ausente, não viu,
e na dúvida se rendeu ao frio.
“Só crerei se eu tocar”, ele diz,
e o Amor responde com graça e não por um triz.
Jesus volta, só por ele,
“Vem, toca-Me, e crê, filho tão querido.”
Tomé cai de joelhos, quebrado e inteiro:
“Meu Senhor e meu Deus verdadeiro!”
Mesmo que a noite esteja longa,
E o frio toque a alma em silêncio,
Ainda há uma canção guardada
No lugar onde habita o
Espírito Santo.
Imprevisto
Eu senti um suspiro. Longo e frio
Sussurrado d’alma, que suspirara
Tão pouco sei qual o motivo ficara
Assim, tristonha, de súbito arrepio
Quanto mais a sentia, mais havia
Aperto, pranto com a terrível cara
De quem não inferia. Ó rude apara
Que ao poeta mal inspira a poesia
Por que tristura? E então pudera
Ter no verso sentimento contrário
Se a emoção é sensação sincera
Que possa então aliviar a tirania
Orando amor em poético rosário
Para deixar o versar em sinfonia.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31 agosto, 2023, 12’26” – Araguari, MG
A TOCATA
O invernar de junho no cerrado de Minas
Anuvia, e em sonata zoa o frio da aurora
Folia o vento no orvalhado das campinas
A vida farreando em uma frigidez sonora
Trova a garoa nas folhas, em cavatinas
E o solstício em indício pela noite afora
Em uma dança de cadências angelinas
E no piado triste, a coruja ao luar chora
Na sonância ao longe, o rubor encanta
No horizonte, lusco fusco, o sol levanta
Em sinfonia, majestosa e com harmonia
Plenilúnio de junho, de seresta e sintonia
Compassada tocata, fascinante e atraente
Vem o dia, canoro, num balé plenamente
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31 maio de 2023, 05’15” – Araguari, MG
Sentimento desbotado
E este vazio,
desenhando solidão
aromas aflitos, frio
arranhando a emoção...
No coração mofos, rabiscos
cheirando a passado
emoldurando a alma em riscos
desordenado, agrosseirado...
E eu, dentro de mim calado
com os sonhos paralisados
deitado sobre meus pensamentos
de angustias e sofrimentos...
Nodoando a poesia, assim,
num desbotado sem fim...
Soneto do inverno no cerrado
O cerrado amanhece no inverno
Dias mais frios, frio árido e tardio
A sequidão no seu ápice bravio
E as manhãs num vento galerno
Em enigmática bruma sobre o casario
Com o sol dessemelhante e alterno
E a sensação de frescor sempiterno
O cerrado se faz em mistério e fastio
O verde transfigura em cinza superno
O céu se enroupa tremulante e alvadio
E as temporãs flores finta o quaterno
As folhas hibernam num cerrado vazio
Tão ébrio, gélido e de um poetar interno
Numa canção de chuva qualquer e estio
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
01 de maio de 2016
Sinto a solidão anoitecendo
O frio escorrendo pelo cerrado
O silêncio já se emurchecendo
E o olhar no caixilho debruçado
A lua então querendo se abrasar
Na aridez do chão cascalhado
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
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