Poesias de Pedro Bandeira Mariana

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Eu valorizo as coisas simples. Como aquela mensagem de bom dia, aquela ligação de madrugada, alguns elogios sinceros e aqueles rolês que damos de vez em quando. Ah, se você soubesse o valor disso pra mim...

MULHER À BRASILEIRA

Sou verde, sou amarelo,
Sou o Brasil que eu quero:
De direitos e deveres,
De ações e contribuições,
De gritos e de guerras,
De sonhos e de quimeras.
De retardos ou de avanços,
Sou o Brasil sem ter ranços.

Sou a Bandeira Brasileira
Que me representa inteira.
Suas cores todas mistas
Uma na outra não pisa.
Sou o retângulo, o losângulo
E o círculo bem "a paisano".
Sou essa aqui que vos fala:
Brasileira real que não pára.

Sou representante da mulher
Que sabe bem o que quer.
Sou guerreira, sou brasileira,
Sou, de verdade, altaneira.
Sou o clarão da luz verdadeira
Que ilumina a estrada inteira
E, se encontro um breu passageiro,
Da escuridão faço o meio, não o receio.

Sou atrevida, sou aguerrida,
Estou acordada para a vida.
Eu luto pelos meus sonhos
Ainda que sejam estranhos.
Existe, batendo em meu peito,
Uma força que me tira do leito
De aceitar as coisas como estão,
Aprendendo com elas uma nova lição.
Estou sempre a mais de mil,
Desbravando em mim o meu próprio Brasil.

Nara Minervino

Inserida por NaraMinervino

(1989)

Era dois de outubro de 1989
O sol levantou - se junto à bandeira colorida
A medida em que ela era erguida
A luta atingia um outro patamar
Foice, facão, machado, e enxada na mão
E o sonho de ver o alimento brotar da terra
Levaram 120 familias a marchar
Rumo a uma nova ocupação

Homens, mulheres, idosos, crianças
Nas mãos traziam bandeiras
Que conduziam as fileiras
Nos corações traziam esperança.

Mais de nove mil hectares de terra
Concentradas nas mãos de uma só pessoa
É hoje então o assentamento Lisboa
Também chamada de _"nossa terra"_.

Quatro anos de acampamento
E hoje quem ver toda essa estrutura
A música, a poesia, a arte, a cultura
Nem imagina o sofrimento
A luta foi e é bastante sofrida
Faltavam lonas, cobertor, remédios e até comida
Energia, lá não tinha
A ajunda, as vezes vinha
Mas não conseguiu evitar
Que o povo viesse a enterrar
O corpo de um sem-terrinha.

Agenor da Silva poderia
Está agora jogando bola
Ou escrevendo poesia
Dispertando, por ai, rebeldia
E não sendo nome de escola.

Vinte e nove anos depois
Quantas conquistas aqui tem!
No chão aqui só pisava boi
Hoje tem milho, mel, feijão e arroz
Capim aqui não mais convém.

Tem educação, ensino médio e fundamental
Tem quadra, igreja, música boa e futebol
É terra fértil banhada pelo sol
Tem, bumba meu boi, capoeira, artesanato, carnaval
Tem jovens cheios de utopia
Tem atletas, poetas, e cantores
Juntando forças com os trabalhadores
E continuando a luta no dia - a- dia.

Inserida por edgi_carvalho

⁠Folia de Reis

O festeiro prepara os corações
para a chegada da bandeira
cantando uma toada
que será acompanhada
pelo coral de foliões,
Desta vez sou eu a bandeireira
escoltada pelos bastiões,
É Folia de Reis, meu amor,
você não tem ideia que
a festa para mim é você.

Você vem vindo atrás
de mim com o seu outro
companheiro Marungo
para espantar Herodes,
Nem esta fantasia de palhaço
oculta o teu olhar de ouro
típico de quem está apaixonado.

Logo atrás de nós vem
vindo o mestre, o contramestre,
os músicos, os três Reis Magos
e os garbosos alferes,
É Folia de Reis, meu divino bem,
o teu aroma de Mirra
o meu ser inteiro derrete,
na tua mão ainda hei
de ser incenso aceso
que por nada se consome,
escuto o teu coração batendo
e chamando pelo meu nome.

Inserida por anna_flavia_schmitt

A Bandeira da Pátria
no peito está tatuada,
é deste amor sublime
que por todos os anos
tenho sido sustentada.

Sei que tudo passa,
mas é com poesia
que alivio a agonia
diante da estiagem
e da grande desgraça.

Muito mais de mil
vidas foram dragadas
na guerra sem tiros
onde uns ainda vivos
mataram a própria alma.

O ar há tempos não
anda leve e para foragir
de discussões inúteis,
preferi caçar estrelas,
descobrir planetas
e viajar pelas luas,
não ando podendo
andar pelas pelas ruas.

Sei que você está
da mesma maneira
nesta sexta-feira,
o importante é não
perder o ânimo,
a lucidez e a serenidade,
para manter a esperança inteira.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠No ar peguei a sua
bandeira carregada
pela ventania,
Nunca dei para trás
no meu juramento
de ser o teu último
soldado na trincheira
em plena névoa fria.

O meu véu levo com
orgulho em rebento
mesmo que a noite
esteja sem céu aberto,
Porque quem ama
não mede esforços
e jamais se queixa.

Trago os pontos que
unem os meridianos
e nossos paralelos,
Nós nos apaixonamos
sem querer ou prever;
e assim carregaste-me
inteira e para dentro.

Como a Lua sublime
dos teus sonhos
e tua gentil estrela,
Sou a camponesa
das colinas que espia
tímida os teus passos,
porque por ti anseia
e notícias tuas espera.

Inserida por anna_flavia_schmitt

Amigo verdadeiro é aquele que sempre estende as mãos para me socorrer quando preciso
Aquele que descobre os mais secretos pensamentos
Adivinha as minhas vontades
E esta na minha vida em qualquer etapa seja de alegria ou tristeza,
esta é a minha certeza, de ter um amigo, um irmão…

Os meus pensamentos voaram
e você resgatou,
Me trouxe de volta a alegria
meu amigo, companheiro para todas as horas,
mesmo com a distância estaremos sempre unidos
te adoro e você faz parte da minha vida!!!

Inserida por Mary-25Silver

Mulher

A mulher e o único ser que escraviza o homem, não com força bruta mais com a sutileza de um sorriso e a graciosidade de suas curvas.

Sempre tristíssimas estas cantigas de carnaval
Paixão
Ciúme
Dor daquilo que não se pode dizer

Felizmente existe o álcool na vida
e nos três dias de carnaval éter de lança-perfume
Quem me dera ser como o rapaz desvairado!
O ano passado ele parava diante das mulheres bonitas
e gritava pedindo o esguicho de cloretilo:
- Na boca! Na boca!
Umas davam-lhe as costas com repugnância
outras porém faziam-lhe a vontade.

Ainda existem mulheres bastante puras para fazer vontade aos viciados

Dorinha meu amor...
Se ela fosse bastante pura eu iria agora gritar-lhe como o outro:
_____________________________________[- Na boca! Na boca!

"A vida é uma eterna primavera, sempre depois do inverno frio à caminho de verões intensos, nunca eternos.
Enfim meu bem, existir, qualquer um sabe, mas viver, viver é pra poucos.
A vida é uma fase de transição e entre altos e baixos vence aquele que vive de verdade, nem sempre quem sabe viver, mas sempre quem que tem coragem suficiente pra se arriscar nessa estrada rumo ao desconhecido que chamamos de viver"

Sempre chegará o tempo de ir...
mas enquanto isso, prefiro acreditar
que podemos alcançar estrelas!

Se me perguntares:
Aonde vamos amanhã?
Calarei. Ficarei muda!

Mas se teimar em insistir,
Perante uma seca relutância,
por fim, lhe responderei:

Trilharemos relvas desconhecidas
sob a proteção do silêncio.

Encostaremo-nos a um muro
do conhecimento que não se diz.

Descansaremos de um pensamento
que se expõe inconstante.

Beberemos da fonte da certeza
e nos entregaremos à sua leveza.

E então, você virá?

"A aventura da Alma Gótica – Parte V de um dueto com o Músico Petrificado":


Claro! Não sabias que Alma pode voar?

Através dos pássaros da imaginação

Colheu a flor da boca do penhasco

Mas não plantou com as margaridas...

Para flor tão especial, uma missão especial:

Homenagear o músico petrificado...

E para devolver-lhe a vida

Plantou a flor no violino.

Agora pétalas de notas musicais

E ecos de notas florais

Exalam do magnífico instrumento.

Não fiques triste pelo nobre sacrifício da flor!

Segredo: a música faz brotar jardins em almas.

E a nobre rosa vive num jardim musical...

Não quero mais chorar
não quero te fazer chorar
quero ler seu sorriso
ler sua respiração
pois quando leio você
posso sentir cada pausa
cada pulsar de coração...
Só eu que fico sem fôlego
e escrevo tudo sem vírgulas...

Terão coisas que dependerão só de você.
Mas primeiro saiba: este você,
não é você sozinha!

Tem alguém contigo:
Um doce anjo a lhe acompanhar pelo caminho.
A segurar sua mão perante o medo do vazio.
A lhe fazer voar por entre sonhos e verdades.
Só para lhe ofertar aquela tal estrela que há tanto queria.

Escute, ele sussurra aos seus ouvidos.
Fala apenas ao seu coração.
E lhe trará a certeza do amor,
a claridade da razão
e a determinação para seguir adiante.

É quando se experimenta o real sabor da felicidade que não se consegue contentar-se com nada menos que isto!
E quando menos se espera, a vida ainda é capaz de nos presentear com delicadas surpresas.
Mesmo que tudo, até agora, tenha sido sem sentido. Há sim, um sentido maior, além do que possamos entender.
Algumas mudanças chegam para nos sacudir. Retirar a poeira do comodismo. E até que enfim! Como é bom ressurgir!

Em sua profundidade: mistério escrito
em suma verdade: silêncios que gritam
surge o abismo entre o inefável e o sentido
por um lindo anjo em sua total dolência.

Janelas para uma alma que se guarda.
Caminhos viajam por um mundo íntimo
transcecendem a qualquer luz opaca
revelam segredos, até os mais ínfimos.

Meio de escape das emoções contídas.
Deslizam entre lentas gotas salgadas:
alegrias, tristezas, esperanças e partidas.

Profusão de cores, amores, sonhos e fadas
Sorrisos lhe chegam antes que nos lábios
Iluminam, brincam, distraem, embriagam!

A Virgem Maria

O oficial do registro civil, o coletor de impostos, o mordomo
da Santa Casa e o administrador do cemitério de S. João
Batista
Cavaram com enxada
Com pás
Com as unhas
Com os dentes
Cavaram uma cova mais funda que o meu suspiro de renúncia
Depois me botaram lá dentro
E puseram por cima
As Tábuas da Lei

Mas de lá de dentro do fundo da treva do chão da cova
Eu ouvia a vozinha da Virgem Maria
Dizer que fazia sol lá fora
Dizer i n s i s t e n t e m e n t e
Que fazia sol lá fora.

Manuel Bandeira
BANDEIRA, M., Libertinagem, 1930

Minha voz trêmula
se cala
em meus lábios.

Minha escrita trêmula
se encerra
em minhas mãos.

Apenas meus olhos contam.

Esperei tanto tempo ver você chegar
que mesmo cansada e quietinha,
vendo meu reflexo no vidro da janela,
Percebi o quanto sou importante para mim.