Poesia Toada do Amor de Carlos Drumond

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⁠EM SEGUIDA

Depois do nosso olhar ter sussurrado
Depois do verso meu versar-te tanto
Depois de ter-te, cá, em um encanto
Depois de cada jura, de estar ao lado
Depois de ter teu carinho, ser amado
Depois da hesitação, e do entretanto
Depois dos desencontros, do pranto
Depois de tudo, tornamos o passado

Cada momento o instante apreciado
Cada instante aquele momento dado
Em seguida, a despedida, e o depois:
O silêncio numa sofreguidão, dor alta
E na dura ausência o sentir a sua falta
Na falta, o vazio do amor de nós dois...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
22 de maio, 2022, 16’39” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO SENTIDO

Eu te poeto, todavia, porque és, ainda
O bem querer, a saudade, a poética face
A ternura, a doçura, o desejo que nasce
Um ardor na sensação que nunca finda
Eu te poeto a paixão, que é bem vinda
Num canto, no doce verso, no repasse
De amor, te daria o sonho que sonhasse

Em um soneto com aquela emoção linda
Te daria, mas, ah o “mas”, ó meu Deus!
Pouco tenho, os mandos não são meus
E, cá nos versos uma inspiração sentida
Sem encanto, magia, prosa sem beleza
Vertidas na poesia em tons de tristeza
Tal qual, em um bilhete da despedida!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26 de maio, 2022, 16’17” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ARREBATAMENTO

Paixão como tu não há nenhuma
Pois entre tudo és não só apenas
O cheiro, o olhar, o toque, as lenas
É consumir-me na sede, em suma!
O que me ampara na doce bruma
Do lirismo e recordações amenas
O sussurro de sensações serenas
Onde há o zelo leve como pluma

O cuidado sem igual, sentimental
Que tem sentido e é tão especial
Em vez dum desacordo sofredor!
E que te sirva os versos de alusão
Ao afeto, ao carinho, a está paixão
Minha por ti, e tão cheia de amor!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
27 de maio, 2022, 16’14” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠AQUI ONDE ME BATE...

Aqui onde me bate essa alegria
Própria da graça na comunhão
Suspirando o amoroso coração
Sem paga, folga, de ornada via
Bate como a poética na poesia
O ter a sinfonia, aquela paixão
O amor, o desejo, a terna razão
Aqui onde me bate essa alegria!

E, bate o olhar num doce encanto
De ser mais e mais, tanto e tanto
Em um emaranhado de sensação
Onde tudo é mais no pensamento
Que me soa no alegre sentimento
Aqui onde me bate a real emoção.

© Luciano S - poeta do cerrado
Junho de 2022, 14’20” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Estar enamorado faz o coração poetar flores em louvor aos amores...
... é dividir com o outro o afeto, estar de amor apaixonado e de sensação besuntado...

Feliz dia dos namorados!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
12 junho, 2022 – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO ENAMORADO

Poético com um verso sentimental
Amoroso, manso na sua inspiração
Em suas linhas aquela afável paixão
O pensamento cuidadoso, especial

Sente o que sente a cada expressão
Sussurra, suspira, é prosa, um ritual
Tem a forma certa por ser visceral
A medida do sentimento, a emoção

Cada tom, o tom de amor na canção
Se ele se cala, o silêncio é confiança
E quando ele canta, uma doce ilusão

Cada compasso, o ritmo apaixonado
O olhar, o beijo, a singular lembrança
Aqui narrado no soneto enamorado...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
12, junho, 2022, 06’26” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

MELANCOLIA

E passa o tempo, cabelos embranquecidos
Diversas outras, e mais diversa sensação
São como desejos sem vida e carcomidos
Nuns suspiros do destino soltos pelo chão

O dia se faz segundo, e a rapidez pousada
Enrijando as quimeras dos pobres mortais
Nem mesmo a tal imaginação é iluminada
E capaz de parar as frustrações enfermais

E o tempo implacável baila sem paragens
Enquanto o caimento avança impiedoso
E a ilusão, então, deita sobre as miragens

Passou, vai passando: do amor a poesia
Triste amador que não foi ser amoroso
Pois, lhe restará devaneios e melancolia...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23 setembro, 2021 – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠GUARDADO

Há um agrado contido e que me encanta
Um sentimento profundo tão apaixonado
Onde mora uma sensação tão boa e tanta
Da poética de um amor singular e amado

Por tua causa senti o sabor de ter prazer
Entreguei-me a teus beijos tão amorosos
A ternura de um abraço, dum doce viver
Me perdi na sedução de olhares zelosos

Diga-me quão mais devo haver na poesia
Do que ser um amador pleno no coração
Guardado na satisfação, com tanta valia

Pois, tenho reservado o cuidado todo seu
Dum toque suave, suplicante de tua mão
Na divisão da recordação do amor meu...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
25 setembro, 2021, 16’09” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠TALVEZ

Se no agrado do fado não puder te sentir
E se na prosa não acontecer aquele laço
Aquela emoção afável não mais existir
No amor, no afeto, no calor do abraço

E se não estiver junto aquele doce olhar
Sentir o desejo das magias enamoradas
E dos tão ardentes beijos a nos acalorar
Então, seremos recordações imaculadas

E, que seja breve se não puder me levar
Que leve minha poética na tua sensação
Suspirada da minha emoção, pra lhe dar...

E, se assim não puder, que seja singular
E me leve na nostalgia de o teu coração
Cá te terei na saudade, que quis te amar!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
26 setembro, 2021, 12’47” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠A MINHA SAUDADE

A minha saudade tem lembrança tua
Que já não tem a poética como antes
Tem a tristura no peito que não recua
E silêncios tão ruidosos e constantes

Não sei pra onde ir, nem aonde vou
Só sei que dói, corrói o meu coração
Minha emoção, tua sedução roubou
Carregou e me deixou na vã solidão

A minha saudade tem muita saudade
Tem insônia, loucura, é sentimental
A minha saudade ao sossego invade

Saudade, meu aperto, por ser amador
Em um tempo muito, duro e integral
É saudade minha, por ti, ó meu amor!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
27/09/2021, 04’55’ – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠A MINHA DOR

O que é isto que rasga meu soneto em sofrência
E de onde está poética que sussurra em alta voz
Versos frios, que tortura, dum amor na ausência
Que me devora por inteiro, num sentimento atroz

Triste sensação, desilusão em riste, rima triste
Há um tormento no peito que sufoca e agiganta
Tudo tão cinza, e uma prosa penosa que insiste
Numa dolorosa poesia que resiste e desencanta

Aonde estão as trovas tão cantadas com alegria
Aquela doce poesia, não o silêncio que me resta
A solidão, pensamento amargo e a paixão vazia

Cadê os versos, aqueles com ventura ao dispor
Com estória e histórias não essas que molesta
Pois cá neste versar penalizado só a minha dor...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
29 setembro, 2021, 14’25” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠DESPEDAÇADO

Vejo os cacos de mim, cá derramado no cerrado
Enrabichado, me perdi, nem mais sei quem sou
Na poesia, o pesar é vivo, e se vivo ainda estou
Me restou o sentimento no pedaço despedaçado

É o desejo quebrado, e uma solidão tão gigante
O meu sussurrar de paixão não pode ser ouvido
São tantos suspiros que no coração foi perdido
Que a inspiração emudece numa aflição falante

Oh, sedutor amor, custoso, se acaso você existe
Dá-me a paciência e a tranquilidade dum aporte
Pois, cá na emoção me esgotei de estar tão triste

E do viver, a melancolia é o meu pesado motivo
Frágil, manso, suxo e duma ilusão não tão forte
Sou só um poeta sonhador que do amor é cativo

© Luciano Spagnol poeta do cerrado
02 outubro, 2021, 05’27” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠DEVOLVA-ME

Devolva-me a direção, por favor
Que tu roubaste do meu coração
Preciso me ter, ter o meu dispor
Pois tu deixaste no peito um vão

Devolva-me o que levou do olhar
Arrancando o sentido do encanto
Restando a desilusão a questionar
A sangrar, e a sofrer, tanto, tanto

Dói, pois a quietude foi-se embora
Tudo é ser apenas, por apenas ser
Só há o meu desprazer aqui agora

Devolva-me a meu ardor, faz favor
Já não aquento mais, assim, sofrer
Afligi saber que ainda és um amor...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 outubro, 2021, 14’30” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠"Valse Oubliee"

Certa saudade perdida
Nas estrofes tão vivas
Pulsa e dói ao ser lida
E vivas quanto cativas

Tal exato, exato fato
Chora duma dolência
Pleno de existência
E tão cheio de olfato

Certas cenas, acena
E sussurra baixinho
Nos ataca sem pena
Ao coração sozinho

Nessa “valse oubliee”
Ferido por um punhal
A sofrência à mercê
O amor, sentimental...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08, outubro, 2021, 13’09” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠FIM DA PRIMAVERA

Foi num alvor assim. Sussurrava o vento
E o meu coração apático sentia a aragem
No céu carmesim, do raiar em nascimento
O sol lumiava a manhã, tão bela imagem

Desfolhava o odor do jardim, doce alento
A derradeira rosa, aparatava a paisagem
Na aurora do cerrado, lustroso momento
E o meu pensamento em ilusória tiragem

E eu, sonhando, ali sonhava pela metade
Duma saudade sentida, o sentir saudade
E tendo junto de mim o amor em espera

E as flores derradeiras, no espaço solto
Num murmurar, tu disseste: vou e volto
E não voltaste! Foste com a primavera!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09/10/2021, 06’01” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ÚLTIMA VIA

Ao transpor os umbrais da solidão
Tento a inebries do esquecimento
Deixei de lado o vazio sofrimento
Entalhando o sentimento e emoção

Dá-me a vida, ó sensação doída
O amor noutro amor se escafedeu
Nesses sussurros o pranto é meu
E a paixão suspira na despedida

E, se um dia alguém te perguntar
Não diga nada, assim, deixa estar
E cá fico eu com a minha poesia

Nesta sofrência daqui do cerrado
Solitário, vai-se indo, imaculado
Pois tu foste a minha última via...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09 de outubro de 2021 – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠A PALAVRA MAIS BELA

Folheei a prosa e o verso pra buscar
A beleza de uma palavra a compor
Sem igual, pude, assim, encontrar
O deleite e a razão de uma: o amor

Perguntei ao coração, sem receio
A resposta é certa, farta de desejo
De fascínio e paixão, e tão cheio
De emoção, tal um suspirado beijo

Assim, interroguei a mansa sintonia
Com convicção conseguiu me trazer
Muito carinho e a inigualável magia

Então, perguntei ao singular agrado
E o sentimento veio assim me dizer:
Amor, bela palavra, a aquele amado!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
12 de outubro de 2021 – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Incerteza

Pergunto ao vento que vem
Me dê notícia do meu bem
E o vendo se cala, aquieta
O vento diz nada ao poeta

Pergunto a ilusão que passa
Por que toda essa negaça
Por que tanto sonho ao chão
Me diz, toda está servidão

Por nada, não me diz nada
O cerrado de boca calada
A quimera quieta no canto
E a poética sem um encanto

E a quem perguntar então?
Ao desencontro, a desilusão?
Ao tempo que fugaz passa?
Ou incerteza com tal negaça?

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
13 de outubro de 2021 – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠UM FADO, POIS ENTÃO

Se, pois, então, és recordação
Uma ilusão que saudade gera
Lá por estar fundo no coração
O silêncio é bem o que ulcera
E essa sensação tão profunda
Não perece com a primavera
Dor que faz a prosa moribunda
Tristura que sempre se espera

E, eu sem amansar essa severa
Angústia, que me faz diminuto
Ao lado onde a sonho degenera
Fico a cada minuto a me abastar
Do teu nome, em um verso bruto
De um fado, pois então, a cantar!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
18’08”, 16/10/2021 – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠27 versos mais três

Poeto para ti...
E nunca me canso
Hora aqui, hora ali
Pouco o descanso
Só quero lhe mimar
E um abrigo manso
Pra apoiar meu olhar
Dizer-te o que senti
Sinto. Poder te cuidar
Amar com cuidado
Numa só sensação
Estar apaixonado
Feliz o coração
Ter-te ao meu lado
É doce razão
Tão do agrado
Paixão!
Ao desejo apreciado
Ao carinho feição
Não quero vaidade
Nem só diversão
Quero o todo, não a metade
Te quero! nunca em vão!
Tens meu sentido
A minha admiração
Tudo se faz colorido
E com diversão...

Assim, nunca é um talvez
E tão pouco um perdigo
Para ti, 27 versos mais três...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
19’13”, 17/10/2021 – Araguari, MG
Paráfrase Affonso Gallo

Inserida por LucianoSpagnol