Poesia Toada do Amor de Carlos Drumond

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As mulheres amam muito tempo antes de confessá-lo; os homens têm já deixado, há muito, de amar, quando continuam a confessá-lo ainda.

O mais belo estado da vida é a dependência livre e voluntária: e como seria ela possível sem amor?

A fotografia nunca se revela por inteiro quando você se desmancha por alguém. Essas relações lembram uma foto polaroid: a imagem vai aparecendo aos poucos. Algumas coisas se distanciam do sentimento original, mas isso é a vida.

Beber a grandes tragos extingue a sede; beber em pequenos goles prolonga o prazer da bebida. Assim é também com relação ao prazer do amor. E com tudo o mais na vida.

Não sou como a abelha saqueadora que vai sugar o mel de uma flor, e depois de outra flor. Sou como o negro escaravelho que se enclausura no seio de uma única rosa e vive nela até que ela feche as pétalas sobre ele; e abafado neste aperto supremo, morre entre os braços da flor que elegeu.

Não há nada mais gratificante do que o afeto correspondido, nada mais perfeito do que a reciprocidade de gostos e a troca de atenções.

Assim como, por costume, olhamos para um relógio parado como se ele ainda estivesse em funcionamento, assim também olhamos para o rosto de uma bela mulher como se ainda a amássemos.

Entre os seres humanos, mesmo se intimamente unidos, permanece sempre aberto um abismo que apenas o amor pode superar, e mesmo assim somente como uma passagem de emergência.

SEGUE A VIDA..., A POESIA.

As horas gravadas em fotos na memória brindam uma eterna saudade, cada tempo uma paixão de uma vida inteira, um álbum, como que parecendo inacabado. São lágrimas e soluços que os minutos gravam como pecado, sorrisos e loucuras como a devassidão de um sonho interminável. Um filme dirigido pelo instinto, na trama, amor é ódio. Cada pessoa uma história, uma fita, mesmos ingredientes, mesmo final, a morte. A história conta o segredo que virou mito. Na imaginação de poucos a verdade repassada a multidão, uma mentira que ficou na lápide como a maior das verdades humanas, a eternidade que regula a vida. Em todo o passo, de todo o conto, de toda a história, segue firme a sensível veia da emoção no exagero lírico da poesia, as letras convertidas em versos de encantos, enquanto corações desavisados correm mundos a espera da perfeição de um poema lhe dedicado por inteiro. É a vida que segue imune as incomensuráveis e fantásticas previsões, os bruxos e videntes na derrocada humana, toda uma ficção para que a rotina não esmoreça a legítima esperança de alguns momentos de plena felicidade. Segue a vida, complicada como construímos, mas simples como foi desde sua essência, segue rumo ao medo comum, nossa última e real dúvida, o que somos e o que seremos após a poesia declamada.

Com que inocência demito-me de ser
eu que antes era e me sabia
tão diverso dos outros, tão mim-mesmo,
ser pensante, sentinte e solidário
com outros seres diversos e conscientes
Da sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio, ora vulgar ora bizarro,
em língua nacional ou em qualquer língua
(qualquer, principalmente).
E nisto me comprazo, tiro glória
de minha anulação.

Menino chorando na noite
Na noite lenta e morna, morta noite sem ruído, um menino chora.
O choro atrás da parede, a luz atrás da vidraça
perdem-se na sombra dos passos abafados, das vozes extenuadas.
E no entanto se ouve até o rumo da gota de remédio caindo na colher.
Um menino chora na noite, atrás da parede, atrás da rua,
longe um menino chora, em outra cidade talvez,
talvez em outro mundo.
E vejo a mão que levanta a colher, enquanto a outra sustenta a cabeça
e vejo o fio oleoso que escorre pelo queixo do menino,
escorre pela rua, escorre pela cidade (um fio apenas).
E não há ninguém mais no mundo a não ser esse menino chorando.

DIANTE DAS FOTOS DE EVANDRO TEIXEIRA

A pessoa, o lugar, o objeto
estão expostos e escondidos
ao mesmo tempo, sob a luz,
e dois olhos não são bastantes
para captar o que se oculta
no rápido florir de um gesto.

É preciso que a lente mágica
enriqueça a visão humana
e do real de cada coisa
um mais seco real extraia
para que penetremos fundo
no puro enigma das imagens.

Fotografia-é o codinome
da mais aguda percepção
que a nós mesmos nos vai mostrando,
e da evanescência de tudo
edifica uma permanência,
cristal do tempo no papel.

Das lutas de rua no Rio
em 68, que nos resta,
mais positivo, mais queimante
do que as fotos acusadoras,
tão vivas hoje como então,
a lembrar como exorcizar?

Marcas de enchente e de despejo,
o cadáver insepultável,
o colchão atirado ao vento,
a lodosa, podre favela,
o mendigo de Nova York,
a moça em flor no Jóquei Clube,

Garrincha e Nureyev, dança
de dois destinos, mães-de-santo
na praia-templo de Ipanema,
a dama estranha de Ouro Preto,
a dor da América Latina,
mitos não são, pois que são fotos.

Fotografia: arma de amor,
de justiça e conhecimento,
pelas sete partes do mundo,
viajas, surpreendes, testemunhas
a tormentosa vida do homem
e a esperança de brotar das cinzas.

Inserida por cacaufernandes

Eterno! Eterno!
O Padre Eterno,
a vida eterna,
o fogo eterno.

(Le silence éternel de ces espaces infinis m'effraie.)

— O que é eterno, Yayá Lindinha?
— Ingrato! é o amor que te tenho.

Eternalidade eternite eternaltivamente
eternuávamos
eternissíssimo

A cada instante se criam novas categorias do eterno.

Eterna é a flor que se fana
se soube florir
é o menino recém-nascido
antes que lhe dêem nome e lhe comuniquem o sentimento do efêmero
é o gesto de enlaçar e beijar
na visita do amor às almas
eterno é tudo aquilo que vive uma fração de segundo
mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma
[força o resgata
é minha mãe em mim que a estou pensando
de tanto que a perdi de não pensá-la
é o que se pensa em nós se estamos loucos
é tudo que passou, porque passou
é tudo que não passa, pois não houve
eternas as palavras, eternos os pensamentos; e
[passageiras as obras.
Eterno, mas até quando? é esse marulho em nós de um
[mar profundo.
Naufragamos sem praia; e na solidão dos botos
[afundamos.
É tentação a vertigem; e também a pirueta dos ébrios.
Eternos! Eternos, miseravelmente.
O relógio no pulso é nosso confidente.

Mas eu não quero ser senão eterno.

Inserida por annefreitas

Há maquinas terrívelmente complicadas para as necessidades mais simples.
Se quer fumar um cachuto aperte um botão,
Paletós abotoam-se por eletricidade,
Amor e faz pelo sem-fio,
Não precisa estômago para digestão (...)

Inserida por tuud

O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus,
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.

Inserida por usuario438345

O Amor – Poesia futurista

A Dona Branca Clara

Tome-se duas dúzias de beijocas
Acrescente-se uma dose de manteiga do Desejo
Adicione-se três gramas de polvilho de Ciúme
Deite-se quatro colheres de açucar da Melancolia
Coloque-se dois ovos
Agite-se com o braço da Fatalidade
E dê de duas em duas horas marcadas
No relógio de um ponteiro só!

Oswald de Andrade
ANDRADE, O. Obras completas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972.

Que magia a linguagem do amor toma à poesia e às belas artes!
Como é belo amar pelo coração e pelo pensamento!
Deixar-te penetrar pelas obras-primas
da imaginação, que dependem, todas, do amor;
encontrar nas maravilhas da natureza e do gênio algumas
expressões a mais para revelar nosso próprio coração.

Você pode sumir agora e simplesmente deixar de me atender, não responder minhas mensagens e somente e tão somente sumir da minha vida...
Para quem parte é sempre mais fácil, você vai dormir e acordar como se eu nunca tivesse passado por você.
Você vai ouvir a minha banda favorita, e não vai te incomodar nem um pouco, no máximo vai pensar: eu já ouvi isso antes... Você vai rever os filmes, aqueles dos fins de semana.
Você irá nos lugares que frequentamos e tudo será normal!
Não terá significado algum pra você... E eu?
Eu terei que ter paciência porque vai levar um tempo (não sei bem o quanto) pra que tua presença se dissipe de mim.

Seu olhar

Um simples olhar, pode mostrar
Um sentimento que não
quer se expressar...
Uma dor que não quer aparecer
Um amor que está prestes acontecer
Seu olhar diz muito sobre você.

Minha alma triste suspira
em deslumbrante desejo,
ausente da minha terra,
há tempos que não a vejo.
são suspiros arrancados
do peito de um sertanejo.

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