Poesia te Perdi

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Outro quarto de hotel
outras cortinas. outra garrafa vazia de vinho seco.
o sol batia no meu rosto
me recusei a sair da cama
dormi por mais uma hora.

outros braços me envolviam.
uma outra mulher
seu batom vermelho borrou minha camisa branca
mas eu gostava das marcas que elas deixavam
raramente eu fazia questão de lavar minha roupa.

o cheiro que elas deixavam em mim.
o carinho que faziam no meu cabelo
gostava da forma como me enganavam
mulheres.
tão doces.

acordei sozinho naquele quarto
ela havia partido e eu nem percebi.
vi que ainda tinha vinho e cigarros
não estava completamente sozinho.
enquanto se tem isso o homem pode viver.

peguei as chaves do meu ford-T
paguei a hospedagem. saí.
não queria terminar por aqui
era um longo caminho de volta
mas de volta para onde?

outro desgraçado domingo.
voltei pro bar.
uma mulher se aproximou. K.
era assim que ela gostava de ser chamada.
Kristen, volte para cama.

talvez eu só não quisesse sair daquele quarto sozinho outra vez.

Inserida por leticia_santos_13

Brilhante Escuridão

Minhas linhas escritas com rimas.
As vezes parecem vazias.
Vazias pela falta de fraternidade.
Que me causam um enorme conflito.

Uma enorme calamidade.
Fazer do frio, calor.
Da tristeza, amor.
Do pequeno tempo, uma eternidade.

Sigo vagarosamente pensando.
Será que vale apena ser autor?
Será que só eu espalho amor?
Será que só eu transformei o meu frio em calor?

Não se esqueça, quando digo frio, não digo do corpo.
Digo do que tens na cabeça.
Digo de toda maldade e superação, de todo medo e maldição.
Sua mente nunca estará em vão, meus versos vieram de uma imensa escuridão.

Inserida por euoguedes

há sempre um degrau
entre o que se escreve
e o que se gostaria
de ter escrito
e quando há um poema
inexaurível
desses que nunca mais se pode
parar de ler
que não se pode mais soltar
porque no meio dele há um vórtice
um poço d’água potável
onde se pode nadar muito
em círculos, sem pressa
onde se pode apanhar com as mãos
os peixes intermináveis
não há como não ponderar
sobre qual seria o verdadeiro poema
aquele outro ainda maior
mais robusto
que alguém tentou escrever

Inserida por pensador

um cavalo pode mudar o curso
de um poema
é preciso não temê-lo
os saltos, os espaços vazios
de como se arranjam entre si
de como, sem atrito, produzem luz
disse
deixe o seu corpo boiar
pra que as letras pairem diante dos olhos
é preciso que o dia nos encubra
com alguma névoa pálida
e a fumaça dos automóveis forme
entre nós e as coisas
uma espécie de anteparo vertical
quase transparente
e nos faça avistar de longe os músculos rijos
de um bando de animais que trotam
por entre os carros

Inserida por pensador

amor aos pedaços

às vezes a felicidade é um rótulo bonito de azeite que recolho em silêncio da mesa de jantar para que não desconfiem da minha sanidade.

Inserida por pensador

ersatzspielerin

teimo em não acender a luz, encalhada
sem saber se quem – eu ou o mundo
é suplente de algo primevo
se o que existe é a tensão ou
degrau de recursividade.
o violento da memória é a retenção do vazio.
penso em palavras multiportantes, como não me escapa fazer:
merimnologia, ou: considerar é arder.
mermeridade, ou: ansiar é condenar-se.
metameridade, ou: a parte pelo todo.
palavras me procuram, procuram a nós
porque as salvamos de um desígnio adjunto
nos lançamos aos fins da tensão.
me vejo merócrina, exocito
e a elas entrego
qual impostora estertorada
o grau primeiro das coisas.

Inserida por pensador

the dream is always the same

pelo olhar sensível de gael, anita foi registrada
ao sorver seu remédio urbano, uma panaceia
de talos nutridos em gosma atmosférica
da dedigrisa pauliceia desvairada

simulacro bem efeito e postado
ante o brilho de coreografado reboliço
de dedos glissantes e stacattos
o par ex-sedento caiu na trombada

no que a chôcha vontade degringolava
e se quase cantava batalha gorada
gael cuidava de martelar o pino
na prenda rosa-médio cada vez mais baça

anita lhe dizia, sem fogo nas bilas vagas
que uma diezira tremenda lhe acometia
ao superlotar-se a polpa sanga
de estandartes fincados em várzea

gael, já morto no banhado
– o coco esbagaçado –
queixou-se de cafubira baita
e baliu: não sei de nada!!!

Inserida por pensador

tempos bicudos

lip
lab
lang
langue
linguagem
láparo
long
lab
lip

bo
bo
boca
balal
bela
ba
ba

sim
safa
sofia
safadita
sofis
safo
sim

Inserida por pensador

as mulheres
como nós
ocultas
aos domingos
vadiam
o quanto podem
a qualquer hora
e sozinhas
conjuram demônios
se despem das peles
furam bonecos
viram sirenas
arpejam
arrastam móveis
afiam facas

Inserida por pensador

pois é agora
que abro também tua jaca
e desdobro uma por uma
as tuas ideias plissadas
hoje eu vou te concutir
e depois ainda passo um arado
na tua roça de cicatriz
vou te deixar terraplano

Inserida por pensador

Resgate

Às vezes penso
Tenho quase certeza
Não sou daqui

Minha alma
Grita por liberdade
Enquanto meu corpo
Reprime meus instintos
Juntos com as diretrizes
Da sociedade.

Não cabe
Dentro da minha alma
Essa inclusão.

Minha consciência
Clama por expansão,
Comunicação.

Liberdade,
Esse é o significado do resgate.

Inserida por DaniRaphael

Ofertar

Eu te ofereço a luz do dia,
A paz, a reflexão
Te ofereço
O colo do canto,
Da minha canção.

Te ofereço
Estar consciente,
Ciente
Que somos uno.

Te ofereço
O abraço apertado
Calado
Aquele que desmancha
Só por estar

Estar acolhido
Num amor eterno
Fraterno
Amor que pode curar

Te ofereço a vida
A alegria

O momento é esse
Estou a te chamar.

Inserida por DaniRaphael

Primeiro amor

Queria ter te visto moleca,
Corrido contigo sem pressa
Cirandando onde o tempo
Demorava a passar.

Queria ter tirado teus laços,
Embaraçado teus cachos
Tua boneca roubar.

Queria ter tido o gosto
Do teu primeiro beijo,
Ter sido teu sonho
Ter brincado contigo.

Passeado nos montes,
Embaixo do céu azulado.
Ter sido seu melhor amigo.

Inserida por DaniRaphael

Saudades

Saudades de quando
O tempo
Não tinha tempo
E todo o tempo
demorava a passar.

Saudades de me perder
No esquecimento
Sentir o vento
Não ter hora pra voltar

Saudades de estar em festa
Dançar a Bessa
Sem me entregar

Saudades do tempo
Que vivido foi.
Intenso...
Mas que não volta mais.

Inserida por DaniRaphael

Infinito

O que há além do infinito
Retalhos fadados,
Mensagens perdidas,
Orgulhos feridos,
Ilusão, desilusão....

Pontos que finalizam,
Letras que recomeçam.
Mãos que tecem e
Desfazem ao mesmo tempo,
As leis do destino.

No além que se molda
Tão infinito
Quanto a presença do agora e
Transborda para dentro
Um universo inteiro de intenções.

No além das palavras não ditas
Dos olhares que nunca se cruzaram
Há um caminho para cada lágrima,
Cada sorriso,
Cada querer que nunca foi quisto.

Como numa prateleira gigante
Onde tudo se encontra e
Não sabe o que se procura.
Estão as respostas
Para as perguntas não feitas,
Para as histórias
Que jamais foram contadas .

Histórias de personagens tão vividos
Tão sofridos
Tão sem ânsia de ser,
Que deixam de se perceber.

No além do universo traduzido
Existe um ato, Um exato...
Momento em que tudo se encaixa,
Numa pequena caixa
No centro da Palma da mão

Inserida por DaniRaphael

Avermelham

Cada palavra que solto
É um Desejo sonoro
De me expressar em você.
Me perder em silêncios
Do meu peito batendo
Sentindo, gemendo, querendo
Me doar sem perceber

Cada palavra que solto
Avermelham meus olhos,
Com as gotas que caem...
Vermelhas
Da cor dos meus lábios
Que secam
Por não ti dizer.

Inserida por DaniRaphael

O Trem

Queria contar um cadinho
Do barulho que vem surgindo
Com o trem a passar

Ele me acorda com um assovio mansinho
Trazido pelo vento menino
Que tudo gosta de bagunçar.

Queria contar um cadinho do trem
Que não sai dos trilhos
Nem pra ver seu bem.

Mas manda recado sentido
Quanto passa pelo caminho
Próximo do seu lar.

De saudade vai chorando sozinho
Deixando no rastro de fumaça
Seu vazio
De não poder seu amor avistar

E o vento ,menino sempre levado
Sem se importar com o coitado
Espalha sua dor por todos os lados...
E eu como alma sensível que sou
Sinto da minha cama sua dor
Quando passa nas madrugadas a buzinar.

@poemasefilosofia

Inserida por DaniRaphael

Finda-se

O fim nem sempre é um recomeço
As vezes ou quase sempre ,
É só mesmo um fim,
Entre tantos outros que foram chorados
Ou até mesmo aqueles que se riram pra mim.

O fim deve ser sempre comemorado
Como presente, presenteável
Mudança de estação....
Ou simplesmente um trocar de passos errados.

O importante é que fim é finito
Não ultrapassa a linha ,
Não compensa
Rasgar os verbos em rinhas
Simplesmente finda-se....

E o por vir...
É novidade, é cheiro novo
Gosto de tarde,
Um fazer nada , ou se fazer....

Inserida por DaniRaphael

Vício

O mundo até caminha
Em passos lentos,
As vezes gira forte,
Me tira do centro
Mas estou de pé, ainda estou de pé.

Um passo de cada vez
Um dia após o outro
Cansado, abatido mas esperançoso.

Esperança essa que me auxilia,
Segurança que sorri pra mim
Nos momentos delicados desta vida.
Só mais um dia.

E nesta noite vou poder dormir
O sono dos justos,
E olha que nem sou tão justo assim.
Mas eu venci mais uma vez
Venci a mim mesmo,
Venci meus medos
Venci.

E amanhã estarei de pé,
Recuperado? não sei...
Mas estarei de pé Recomeçando,
Pois o recomeço é diário.
E minha vida se resume a viver o dia a dia.

Inserida por DaniRaphael

A saudade arde vazia

Há razões em teus abraços
Neste tempo de asas tolhidas
De rimas repartidas
Nos musgos do tempo há.

Quero
A cor deste amor
O silêncio escondido
No coração Deus verá
Anda
Diga-me onde nasce
Uma nova canção
Sem choro
Sem frio
Com tempo de não te perder.

A saudade
Que arde vazia
Nas nuvens do meu mundo
Louco
Sujo
Caído ao lado do teu.

A ternura
Que invade teus olhos
É o espelho do meu sorriso
Manso
Livre
Com força para se viver.

Livro: Travessia de Gente Grande
Autor: Ademir Hamú

Inserida por AdemirHamu

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