Poesia Sufoco no Peito
No território indígena,
O silêncio é sabedoria milenar,
Aprendemos com os mais velhos
A ouvir, mais que falar.
No silêncio da minha flecha,
Resisti, não fui vencido,
Fiz do silêncio a minha arma
Pra lutar contra o inimigo.
Silenciar é preciso,
Para ouvir com o coração,
A voz da natureza,
O choro do nosso chão,
O canto da mãe d’água
Que na dança com o vento,
Pede que a respeite,
Pois é fonte de sustento.
É preciso silenciar,
Para pensar na solução,
De frear o homem branco,
Defendendo nosso lar,
Fonte de vida e beleza,
Para nós, para a nação!
Minha casa era feita de palha,
Simples, na aldeia cresci
Na lembrança que trago agora,
De um lugar que eu nunca esqueci.
Meu canto era bem diferente,
Cantava na língua Tupi,
Hoje, meu canto guerreiro,
Se une aos Kambeba, aos Tembé, aos Guarani.
Hoje, no mundo em que vivo,
Minha selva, em pedra se tornou,
Não tenho a calma de outrora,
Minha rotina também já mudou.
Em convívio com a sociedade,
Minha cara de “índia” não se transformou,
Posso ser quem tu és,
Sem perder a essência que sou,
Mantenho meu ser indígena,
Na minha Identidade,
Falando da importância do meu povo,
Mesmo vivendo na cidade.
A arma de fogo superou minha flecha,
Minha nudez se tornou escandalização,
Minha língua foi mantida no anonimato,
Mudaram minha vida, destruíram o meu chão.
Antes todos viviam unidos,
Hoje, se vive separado.
Antes se fazia o Ajuri,
Hoje, é cada um para o seu lado.
Antes a terra era nossa casa,
Hoje, se vive oprimido.
Antes era só chegar e morar,
Hoje, nosso território está dividido.
Ouve agora o que tenho a te falar,
Não sou "índio" e venho mostrar,
A palavra certa a pronunciar,
Povo, etnia, é como deves chamar.
"Índio", eu não sou!
Sou Kambeba, sou Tembé,
Sou kokama, sou Sateré,
Resistindo na raça e na fé"
praça da saudade
na pálida luz de uma lembrança amena
no silêncio de um poema de Anisio Melo
me lembro da praça da saudade e nela
tua imagem sob o caramanchão
não há uma saudade ali inscrita
mas uma espécie de sonho, de passado
de águas de uma chuva fina
de sombras de uma festa
Quem me crê sabe o que digo:
o amor já vem perdido, pois perder-se
é o destino amante. Dele vem logo
o mote o trote o corte a espada
que o amor tem em seus dentes
pois sua loucura é o nada.
havia uma igreja no alto
de lá se descortinava
o grande mar o asfalto
por onde a estrada passava
ficava o mundo em pedaços
a praça os recomeços
as cartas de teu regresso
ficavam nas pedras os passos
a esquiva glória de amar
os pedaços de si mesmo
o meio a linha os traços
o espetáculo no espaço
a glória curta no ar
havia uma igreja no alto
e o plano do grande mar
casa abandonada
as janelas estavam assassinadas
assistiam a tudo
ao mar, às aves, à montanha
nunca mais fechadas
fecundadas de vento
arrebatadas de sol
batidas pelo firmamento
e as janelas nunca mais se fecharam
porque não havia ninguém mais lá dentro
porque os poros da casa se abriram
às verdejantes trepadeiras
que cobriram todo traço do passado
meu amor primeiro
vejo-te inteiro
neste meu ofício
de fantasiar.
mas triste é a noite
e esta senhora
que me trouxe a hora
para vida a fora
eu me lastimar.
Fugindo da Imensidão
Nestas luzes do céu,
Nebulosas estão,
Cobrindo com um véu,
Fugi apenas da solidão.
Quando te conheci vi um brilho,
Vejo que você sendo um rapaz,
Nunca pensei em atravessar esse trilho,
Mas senti que poderia ter paz.
Me assumir sem risco,
Descobri que sonhar era tão ruim,
Então me belisco,
E veja me acordei fugindo de mim.
É pedir um conselho de pai,
É esperar um cházinho quando se está doente,
É estar sozinho.
É se xingar pelo que escolheu,
É se amar pelo que conquistou.
É celebrar com os amigos,
É chorar escondido.
É aprender a ser mau,
É aprender a ser bom.
É fazer amigos,
É dizer adeus.
É cair,
É levantar.
É correr,
É desistir.
É lutar.
É tentar outra vez.
É ver uma vida se passar em um ano, dois
É se olhar no espelho e ver...que se tornou um novo ser humano.
É crescer. É viver.
Arrependimento?
Me arrependo de ter me irritado. Me arrependo de a primeira vez que ergui a voz com você eu ter destruído a nossa relação. Me arrependo de não ter consertado. Me arrependo por ainda pensar que é tarde demais.
Me arrependo por ter deixado que a vida e os problemas dela, me tornassem tão ruim a ponto de te perder.
Me arrependo por ter feito tanto pra chegar onde chegamos e por não ter feito nada para nos salvar.
Me arrependo de ter desistido.
Me arrependo de não ter me arrependido.
Passando como nuvem
sem destino,
em devaneios vagando
pelo ar
Apenas em leveza,
a vida levando,
também deixando a vida
me levar
No coração,
sentimentos, palavras, melodia,
ecos que soam
gritos alegres ou nostalgia,
mas com certeza,
compondo o que percebe
em poesia
Envolvida numa túnica de sonhos,
caminho pela sombra, sem ruídos,
passos leves para não acordar a alma,
pois adormeci nela um pranto dolorido
Sigo assim em delírio e devaneio,
temendo que ouçam os lamentos,
ocultando a dor em murmúrios vagos,
buscando o amor, pois nele ainda creio.
Há tanto mundo e mar e sal e
o que eu quero saber é o quanto isso assusta você
Quanto isso faz você tremer?
Titã de Papel
O amor da menina é puro
Assim como um muro
De sentimentos opostos
Aonde ultrapassá-lo é ilógico
Mas para que você possa
Conquista-la, aqui vai a resposta
Com um buquê de rosas
Passar será só questão de tempo
E a menina de cabelos ao vento
Estará te esperando do outro lado
Do outro lado do paraíso, com um lindo sorriso
E com um papel na mão, você faz um rabisco
E nele está escrito, quer casar comigo?
CORAÇÃO VOADOR
A tarde cai, o sol se põe
Num cenário lindo
Que no céu vai sumindo
Num espetáculo incrível
Meu coração voador
Voa pelo prazer de voar
E simplesmente transpor
Você parece ir tão longe
Muito além do horizonte
Ah coração,
Nesse lindo fim de tarde
Não me faça correr tanto
Não importa onde tenha que ir
Não voe tão alto, volte para mim
Antes da tarde cair
Estou aqui, tentando alcançar
Esse fio de esperança
Que você leva no ar
Sandra Leone.
E NO FIM, RESTA..."
Quando o amor chega de repente
Nos toca e invade, sem dia ou hora
Se apossa e se instala tão somente
Fica, sem ter vontade de ir embora
Em nós se entrelaça e nos faz sentir
É curto o espaço para aproximação
Sem os dois lados, não podem subsistir
E se distante, há muita delacrimação
Ah, ele sempre chega sem um aviso
Sem licença, nos pega de surpresa
Deixando no rosto um largo sorriso
Ainda que nos sintamos ser a presa
Não devemos jamais evitar ou hesitar
Se houver uma dualidade dilacerante
Abra a porta do coração para se deleitar
E no fim, resta aceitar esse amor relutante
Sandra Leone
AMOR QUE NÃO SE MEDE
Meu amor, não se mede pelo tamanho
É pelo espaço, que o coração ocupar
Não é só pelo o que eu possa receber
Mas por tudo o que eu tenho pra dar
É silencioso, e isso, não o faz menor
Sereno, distinto e também poetisado
É maduro, e cresce com a verdade
Me faz feliz, na minha nova realidade.
É sublime, e vivemos em total sintonia
Ele é a inspiração das minhas poesias
Tem receios e também seus temores
Nele confio, e não temo os dissabores.
Não sinto com ele, o interior inquieto
Pensamentos concretos e não incertos
Sem desconfiança, não me tira o sono
É muito tranquilo e eu não o questiono.
Sandra Leone
FAZ SENTIDO?
O sentido da vida por vezes parece estranho
Não diria somente estranho
Colocaria peculiar, trazendo algo desconexo
Pois não faria sentido se não fizesse sentido
Estranho não é nem o sentido
É o sentido criado e transformado
Para de alucinações, sentido eu faço
Traçado passo a passo
Talvez um dia faça sentido.
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