Poesia sobre Arte
,
Buscar verdades esquecidas ou criar novas?
Talvez para lembrar nossa origem,
Para desvendar os enigmas do infinito.
E quando o relógio cósmico parar,
Quando a última estrela se desvanece no silêncio,
Tornando-se sussurros no vento cósmico.
Me deixa ser louco,
me deixa ser solto.
Ser livre, amar feito um bobo.
Deixa voar nas minhas ideias,
querendo se apresentar
para várias platéias.
Cabeça nas nuvens, cabeça na lua.
Com o vento na cara,
o mundo flutua,
correndo nessa rua.
É disso que vive o criativo.
De repressão, é o maior fugitivo.
Me deixa mostrar quem eu sou,
o que eu quero passar,
por onde andei.
Não me sufoca.
Foi sobre esse caos, que lhe contei.
Arte, nunca te degradei.
Afasta de mim esse cálice,
que hoje, já não posso mais.
Hoje, é revolução, é opinião.
É o fim dessa idealização.
Por que essa arte, superou tudo
até qualquer tipo de intervenção.
Afasta de mim esse cálice,
que hoje, já não posso mais.
Hoje, é revolução, é opinião.
É o fim dessa idealização.
Por que essa arte, superou tudo
até qualquer tipo de intervenção.
“Capoeiristas são almas gêmeas no jogo.
Na roda, pra sair o jogo perfeito, tem que ter intimidade, tem que ter amizade.
É troca de energia, é confiança no olhar,
É saber o tempo do outro e respeitar o gingado.
Porque capoeira não se joga sozinho — se constrói a dois, no ritmo do coração.”
Nunca vi Fernanda Montenegro, torres, Vagner Moura, Alice Braga ou Maria Fernanda Cândido divulgando a construção da nova mansão ou ostentando algo adquirido por altos valores. (Poderiam, más não fazem!)
Porém através deles, vejo o empenho e dedicação de artistas reais. Com talento real, que querem mostrar para o mundo que temos artistas conscientes que querem realmente serem artistas e mostrar que a arte é o que é. Através de quem realmente faz arte, pelo amor a arte e pelo que significa.
Pintei num quadro
um bouquet de flores,
para dar-lhe com candura.
Adicionei ao fundo teu sorriso,
e agora resplandece em
Formosura.
Estamos no limiar de uma era em que os humanos não serão necessários
em praticamente todas as áreas de atividade.
Mas ainda haverá espaço para poetas, dançarinos, cantores, atores e sua arte.
No fim, as pessoas ainda apreciarão um sorriso verdadeiro
e sentirão junto com os artistas a dor de um choro de verdade.
Cativeiro das Palavras
Nunca sei o que escrever.
As palavras chegam sem aviso,
como pássaros desorientados
que pousam no peito
e logo se lançam ao vazio,
deixando o silêncio
como única companhia.
Sempre há dúvida.
Onde estão as inspirações?
Onde se esconderam os sorrisos
que um dia iluminaram o caos?
Talvez seja apenas questão de tempo,
tempo que não há,
tempo que se dissipa
como névoa em manhãs febris.
Mostre-me as lágrimas
que tais sorrisos trouxeram consigo,
como marcas discretas
nas dobras da memória.
Entre tantos sentimentos vazios,
confusos e desgastados,
é difícil encontrar algo verdadeiro,
algo que não se dissolva
na vastidão dos dias incertos.
E então,
Eu vejo o infinito;
Posso tocar se quiser, sentir;
Colocar todas as asas possíveis para um vôo sem pouso.
Posso sentir que sou verdadeiramente livre, de alguma forma, inteiramente..
O poder da arte é este!
Anos e anos indo e vindo.. entre poemas, escritos e encenações artísticas.. as vezes aceitas, as vezes recusadas por falta de tempo..
Entreguei-me a arte, como um pacto.
Hoje sou da arte, e sinto pertencer à ela.
E a cada vez que me sinto perdida, me encontro (e reencontro) também dentro dela..
As Cores do Médio Vale do Itajaí
Da paleta de artista
da minha Mãe
a poesia visual aqui
em Rodeio se cria
com as belas cores
do Médio Vale do Itajaí.
Pincéis da minha Mãe
que criam e recriam
paisagens daqui,
paisagens bucólicas
próximas e distantes,
Saem deste pincéis
também mares
desertos e montanhas.
Da paleta de artista
e dos pincéis da minha Mãe
saem as cores deste
nosso mundo azul e colorido,
e toda a vontade de viajar
sem deixar este lindo lugar.
Na mente da mulher há dois homens: o perfeito, este é o príncipe encantado e o cafajeste, estes são todos os outros.
Não seja um artista
Me escute: não seja um artista.
Ser artista é como ser alma num mundo de pedras quadradas.
Como ser cor num mundo feito numa perfeita gradação de cinza.
É como ser uma tela de pintura infinita para molduras já prontas, padronizadas, quadradas, duras.
Ser artista é cantar para surdos, pintar para cegos e escrever poesias num idioma já extinto.
É como se manter dançando de olhos fechados em meio a um desfile militar, organizado em filas perfeitas ao som compassado de botas que marcham.
Ser artista é se negar a seguir a receita para ser aceito, não pela aceitação em si, mas por acreditar que ter suas próprias medidas é algo sagrado.
Ser artista é resistir à tentação de ser medíocre.
É ter a coragem de ir viver sem nenhum tipo de anestésico. É suportar a dor pra saber onde dói. Suportar a dor pra transformar dor em arte.
É escolher sentir o que se tem na tentativa de um dia se ter flores.
Ser artista é ter esperança num mundo que só tem certezas.
Então não seja um artista, a não ser que sua alma não aceite outra coisa que não a arte.
Não seja um artista, a não ser que você acredite que um dia, o surdo vai conseguir te ouvir cantar, que o cego poderá perceber suas pinceladas e que o idioma das poesias será revivido.
Não seja um artista, a não ser que sua música soe mais alto que o barulho de mil botas batendo e que em suas medidas únicas o sagrado se manifeste.
Definitivamente não seja um artista, a não ser que as únicas flores que você espera na vida sejam suas próprias dores transformadas.
Alice Hott
Posso ser Poeta
Ou o Poema em si,
A diferença está mais nos meios
Do que nos fins.
Sou Alma presente,
Chamada poesia,
Sou do poeta, o dente
E do poema, melancolia.
Alice Hott
Deus é um desenhista perfeito, mas somos nós os responsáveis por dar cor e vida á sua obra de arte!
Não terás filhos
Não terás filhos - disse-me Deus - senão os livros!
Não casarás... senão com tua arte.
Não legarás... senão a humanidade
O que te torna humano,
Mas sem ser ufano nem profano.
Espetáculo de cores
Na grande tela celeste
Tons azulados misturados aos tons de giz
Neste cenário de verde campestre
Dão cores ao cinzento da vida
Deixando, a minha face tristonha, feliz.
O Poema que eu nunca escrevi
Acabei de escrever um poema
Nele falo um pouco de amor
Em alguns versos trago um dilema
Em outros descrevo uma flor
É bonito, do meu ponto de vista
Parece obra de um grande artista
Ou de um quase artista que sou...
Misturei realidade e fantasia
Acrescentei as folhas de um gibi
Distingui felicidade de alegria
E fiz dele, o melhor poema que li
Fiz até um poema bobo
Para descrever o poema mais doido
O poema que eu nunca escrevi...
Transfiguração das Cores
Sempre fui fiel às primárias,
à urgência do vermelho,
ao azul que carrega o silêncio,
ao amarelo que arde sem pedir licença.
Cor pura, sem concessão.
Cor como grito inaugural.
Fugia das misturas —
como quem foge do engano.
Preto e branco?
Nem isso.
Ausências demais.
Um, silêncio sem fundo.
Outro, claridade que cega.
Preferia o mundo onde tudo começa:
a cor em estado bruto.
Mas algo mudou.
Veio um verde que cheira a memória,
um lilás que murmura coisas que não sei.
Um rosa — que nunca convidei —
se assentou na borda da tela.
Será que estou virando romântica?
Será isso… ou será que a cor
também sabe onde ferve o inconsciente?
Não sei se é hora de confiar.
Quem pinta com tons que não conhece
não caminha, atravessa.
E o que vem por aí —
não vem calmo.
Vem pirando tudo.
Porque criar
é deixar que a ausência fale,
que o excesso se cale,
e que a cor — enfim —
nos revele
onde estamos por dentro.
Não me chame mais, te amar demais tira minha paz, essa é a vida que eu sempre quis.
Tá me deixando pra trás, num sentimento amargo.
Não só o amor, mas a vida em declínio,
Nesse mundo de dor, que perdeu o raciocínio, de um modo rápido, na verdade ilusório, parece feitiçaria,
Some no ar, como truque de magia.
E quando retorna, já não é mais,
O amor que se foi, se perdeu nos ares.
Então ver se me ouve, as dores, não vou repetir, jamais.