Poesia que Fala de Teatro
Estamos vivendo em tempos de profunda superficialidade, onde o espetáculo devora o sentido e nos priva da pausa necessária para existir. A sociedade do cansaço exige um desempenho extenuante, enquanto a validação momentânea alimenta ansiedades que ficam sem nomear. A violência, tanto física quanto mental, molda relações e silencia almas, fragmentando aquilo que poderia ser inteiro.
Nossas interações se transformaram em vitrines e nossos afetos, em mercadorias. Nas redes que prometem conexão, encontramos distância; na busca por relevância, nos perdemos de nós mesmos. Vivemos no teatro do vazio, onde tudo parece urgente, mas quase nada é essencial.
Resistir é um ato de coragem e cuidado. Precisamos reencontrar o silêncio que nos reconcilia, o olhar que acolhe, a arte que inquieta e a palavra que nos devolve ao real. Só assim poderemos escapar das armadilhas do espetáculo e resgatar a integridade de quem realmente somos.
Equilibrista de Mim
Eu visto a pele da metamorfose,
Desfaço as tramas, refaço o meu cais.
Num gesto breve, dissolvo as hipnoses,
Sou cais de vento, sou riso fugaz.
Nos bolsos trago um punhado de estrelas,
E versos soltos, de cor e cetim.
Se o mundo pesa, eu aprendo a vencê-las,
Com asas feitas de sonho e de fim.
Vem, me acompanha no passo da sorte,
Que a vida é ciranda de se reinventar.
Se a dor me visita, eu danço mais forte,
Pra sombra entender que não vai me parar.
Tecendo rimas de pólen e aurora,
Transcendo os mapas que o medo traçou.
Se o peito sangra, eu canto sem demora,
Que até ferida se faz flor, se eu sou.
Na corda bamba da minha esperança,
Equilibrista de mim, sem final.
Entre o abismo e o sopro da criança,
Eu me refaço de forma vital.
Se for pra cair, que seja em poesia,
Se for pra sumir, que eu suma em canção.
O riso é remendo, é luz, é magia,
Que costura o mundo na palma da mão.
Vem, me acompanha no passo da sorte,
Que a vida é ciranda de se reinventar.
Se a dor me visita, eu danço mais forte,
Pra sombra entender que não vai me parar.
O Circo das Almas Desfiadas
Entre cortinas de sonhos rasgados,
Dançam palhaços, desalmados,
Com lágrimas de prata e pés no abismo,
Cada passo é um cisma, um paradoxo no ritmo.
O trapezista voa e se esquece do chão,
Enquanto a plateia aplaude a sua própria ilusão,
E o mágico, velho e sábio, só ri,
Porque sabe que a fuga também é um fim.
Ôô, quem dança no fio da lâmina fria?
São almas desfiadas na melodia,
O palco é um espelho, o show nunca para,
E a vida? Só uma luva de cara pintada!
O equilibrista bebe o vinho da vertigem,
Enquanto o domador dorme com seus leões de estimação,
A bailarina gira num compasso de eternidade,
Seu tutu é feito de tinta e saudade.
E o coringa, ah, o coringa!
Faz piada da própria sina,
Entre cartas marcadas e risadas falsas,
Ele é rei, é peão, é a própria casa.
Ôô, quem dança no fio da lâmina fria?
São almas desfiadas na melodia,
O palco é um espelho, o show nunca para,
E a vida? Só uma luva de cara pintada!
Quando as luzes se apagam e o pó vira poema,
Restam os versos, o eco de uma arena,
E quem ouvir seu próprio riso no escuro,
Saberá que o truque sempre foi o mundo, puro.
Despertar da Almas
Despertei no suspiro do tempo,
No silêncio que dança no vento.
A razão se calou num momento,
E o amor se fez meu fundamento.
Vi verdades guardadas na pele,
Como cartas que a vida revela.
Cada lágrima antiga é pincel,
Desenhando a alma mais bela.
É no caos que a alma acorda,
Feito flor que rompe a borda.
Não se ensina, não se força,
Ela vem, quando a dor se entorta.
Despertar é renascer do nada,
Com o peito em paz e a mente alada.
Já fui sombra, já fui tempestade,
Hoje abraço a minha verdade.
Caminhando com leve vontade,
Sou poema em plena liberdade.
As correntes viraram canções,
Os espinhos, sutis orações.
Cada queda, um degrau no caminho,
Cada dor, um abraço sozinho.
É no caos que a alma acorda,
Feito flor que rompe a borda.
Não se ensina, não se força,
Ela vem, quando a dor se entorta.
Despertar é renascer do nada,
Com o peito em paz e a mente alada.
E o que era peso virou asa,
E o que era chaga virou brasa.
O que era medo, agora é dança,
No compasso da esperança.
É no caos que a alma acorda...
Despertar... é luz que transborda.
Os loucos acham que o hospício é um hotel cinco estrelas, os porcos acham que a lama é um SPA, em um pasto cheio de burros, qual a diferença em classificar?
Mesmo sabendo que o céu não aceita como troca bens materiais, há quem acorde bem cedo para lutar com a inflação e a depreciação.
A sabedoria não está em comprar o ingresso do teatro mais caro do mundo, mas está em ter acesso ao script.
Será que sou louco em pensar que o mar fala? Não sei, as vezes o barulho dele conversa com a alma.
Sentar de frente ao mar e ver sua infinidade, deichar os pensamentos por aí em uma certa cumplicidade.
O vento correndo solto se desmanchando nas folhas dos coqueiros, sem esperar deito na areia e faço de travesseiro.
Quantos segredos, pensamentos e sentimentos na beira do mar? Mas pessoas vão e voltam sem muito apreciar.
Ela liga o despertador
Desliga a luz
Liga o ventilador
Dobra o joelho E fala com o
Consolador
Vai dormir sorrindo
Sentindo Deus ali na cama
Como quem espera a filha dormir
É de madrugada
E ela acorda ouvindo seu despertador
Está frio
Então Ela desliga o ventilador
E enquanto todos dormem
Ela chama Deus de meu amor
São madrugadas coloridas
Entre uma mortal e o dono da vida
E quando o sol nasce
Se constrange ao ver
Tanto brilho
No rosto de um ser
Menina de fé
Menina de oração
Nas madrugadas frias
Ela está com o joelho
No chão
Rodrigo Siza
Coisas de amor
O amor nunca cala
Pode haver carquilhas
Pode haver muita fala
Ter poucas maravilhas
Ou ser pompa e gala
Amor é feito solene
Na alma tem escala
Ao coração infrene
Aos românticos poesia
Ao tempo indene
Faz juras de alegria
Amor ao amado, perene
Um amor não se adia
Vive-se!
No presente
Fiel e ardente
Verdadeiramente
Analogia
Quando o olhar fala
A alma por todo cala
O corpo se veste de alegria
O abraço em laço irradia
Nos fazendo melhores
Imperfeitos e maiores
É o amor em sintonia
Como em uma poesia
Luciano Spagnol
Se fala tanto em tempo
Como se o tempo fosse cura
Como se fosse uma estrutura
Alterável e não mutável como é
Pois ele devasta, afasta e avança
Tem pressa, se torna lembrança
Num piscar de olhos é só recordação
Então tenha no tempo mais emoção
E neste tempo para tudo
Use o amor como escudo
Luciano Spagnol
Gritos de silêncio
É quando não sei expressar
Não sei falar só sentir
É quando as canções falam por mim
É quando o texto tem vida
Quando tem dor em cada sílaba
A boca fala aquilo que o coração está cheio.
Se és amargurada transbordas amargura e aflição.
Se és amada o teu coração transborda amor e alegria.
Ninguém consegue ser ingênuo "a fio".
São poucas as pessoas que acreditam no amor.
Amar as pessoas que nos amam é tarefa fácil.
O difícil é amar quem não nos amam e não nos aprecia.
04/11/2017
Nos dias tristes não se fala de aves.
Liga-se aos amigos e eles não estão
e depois pede-se lume na rua
como quem pede um coração
novinho em folha.
Nos dias tristes é Inverno
e anda-se ao frio de cigarro na mão
a queimar o vento e diz-se
- bom dia!
às pessoas que passam
depois de já terem passado
e de não termos reparado nisso.
Nos dias tristes fala-se sozinho
e há sempre uma ave que pousa
no cimo das coisas
em vez de nos pousar no coração
e não fala connosco.
"_ Moça, é muito cedo pra falar de amor não acha?!
_ Depende?! Quanto tempo é tempo pra falar de amor?! Quanto tempo demora pra saber que do lado dele eu sou feliz como nunca fui?! E que o sorriso dele é de longe o mais lindo que passou na minha vida?! Quanto tempo é tempo pra falar de amor?! Se amor é carinho, é zelo, é cuidado, é um querer bem infinito, quanto tempo gasta pra isso?!"
Vingança não traz proveito
de seu uso, nem se fala ;
se não conserta o mal feito,
de que adianta praticá-la ?
Pela escrita ou pela fala,
Sou sílaba que não se separa.
Sou muitas de mim.
Sou palavra não inventada...
E hoje quem fala mais por mim
são as estrelas.
Calmas, silenciosas e guardam tantos segredos.
São vistas na escuridão da noite e brilham em composição com a lua.
A ALMA QUE FALA
Alma fala com toda a sua história, e lanca-se ao mundo que muito conheces antes de minha razão. Por tua gentileza, consigo contempla as várias faces de Ganchos, no qual a poesia encontrou um belo espaço para repousar.
O silêncio fala,
A boca contradiz,
O coração não cala,
Sem palavras diz,
Quem manda quando
a mente é contrária?!
ELE TUDO FARÁ
Quando alguém diz que chegamos no fundo,
Jesus fala: no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo!
Quando alguém diz que você não é nada e isso lhe entristece, não esqueça o que Paulo declarou: tudo posso naquele que me fortalece!
Quando a tristeza tomar conta da sua vida e você chorar feito um desesperado, lembre-se das palavras do Mestre: bem aventurados os que choram, porque eles serão consolados!
Quando você perder o emprego, e nem trabalho você encontrar, não esqueça das palavras do salmista: o Senhor é o meu Pastor e nada me faltará!
Quando você olhar e não enxergar nada no horizonte, acredite: Deus converte o deserto em lago e terra seca em fontes!
Quando o inimigo quiser te atacar e você não contar com a ajuda de ninguém, lembre-se: não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem!
Quando você não conseguir dormir, porque algo te perturbou, ouça o que a biblia diz: eu me deitei e dormi; acordei, porque o senhor me sustentou!
Quando você não souber mais o que fazer e nem que rumo tomar, entrega teu caminho ao Senhor e ele tudo fará!
Rodivaldo Brito em 14.03.2019
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