Poesia Poema Natureza

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BOCA DA NOITE

na boca da noite, calar-se
o cerrado se cafua
o sol fustigado
a lua nua
o céu estrelado...
Anoitece, e o dia recua.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

CANTANDO O CERRADO (soneto)

Essa vossa árida serena formosura
Que as exibe, és casta e tão tanta
Tanto mais a cena vossa apura
Quanto mais os olhos prende e encanta

Mostrais vossa diversidade em tal ventura
Com uma graça igualado duma infanta
Que põe alfim alguma desdita e tristura
E o espanto se aumenta ou se aquebranta

De tal beleza entrajais, oh vária flora
O meu enlevo, de guita tal tecendo
E destecendo o desencanto, um engano

Que, se ei perdido o extasiar outrora
Agora és só elogio os faço dizendo
Pra asinha referir-te como tal soberano

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
Paráfrase Abgar Renault

Inserida por LucianoSpagnol

MULHER

Mulher... essa trilogia!

quem cria, é a biologia
quem analisa, é a psicologia
mas quem explica...
é a poesia.

Inserida por Tioanastaci0

e retorno a mim,
de dentro para fora.
o contrário,
é diversão.
vaidade,
distopia.
em esfera política,
religiosa,
existencialista.
tampouco me importa qual.
não mais em colisão.
em coliseu.
de dentro para fora,
não mais retorno,
reetorno.

Inserida por rubobrobsky

efeito ciranda,
ciranda.
ciranda.
ciranda.
ciranda.
enquanto a vida,
caminha para frente.
embora ciranda,
ciranda.
ciranda.
ciranda.
ciranda.

Inserida por rubobrobsky

REMENDO

Foi o devaneio que guilhotinou
os sonhos. Os fez sem aparato
E se estão intactos, aqui estou
invisível no evidente anonimato

Desenhei quimeras com giz
sem tronco, cabeça e braços
Colhi amor que ninguém quis
pra remendar os meus pedaços

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

" Na calma da minha casa
não ouço canto de pássaros
nem barulho de crianças
talvez esteja morto e não saiba

mas é uma paz surpreendente
um caos que não sei dizer o quê
fico assim no mundo
num mundo que não fica assim em mim

nos arredores da minha casa
os carros passam
as pessoas riem
o mundo gira

só aqui que tudo fica parado...

Inserida por OscarKlemz

Jamais lembrarei as palavras ditas
saídas como vômito
de algodão-doce
sem filtro
feito flechas
tentando cegar aqueles olhos de capitu
que me petrificavam
e me botavam a falar
como doida
ou criança com sono,
quizás.
Fechou-se o bar.
E aquela rua tão movimentada
de dia!
Parecia viagem
parecia outra cidade.

Inserida por pensador

Sempre gostei do frescor e silêncio
da noite.
As ruas com poças
ainda da chuva.
Sombras coloridas nos olhos
um homem passa
um carro passa
um rato passa
não há ninguém além da noite
já começo de amanhã.

Inserida por pensador

Eu prometo que não dormiria
por mais que meus olhos pesassem
não os fecharia.
eu ali, inerte, dura
resistindo aos apelos de Morfeu
deitada de frente a ti
a contemplar tua insônia
fazendo-lhe mil cafunés
você pedindo imobilidade
eu respirando o cheiro forte da química
do teu cabelo em minhas mãos

Inserida por pensador

quero a intimidade
da liberdade do teu corpo em sono.
ao prometer-lhe a novidade e o prazer
de ser a primeira a dormir
escravizei-me ao sonho teu.

Inserida por pensador

Quero alguém para trançar-lhe os cabelos
Sentar na grama
Sou de terra
Terra.
Terra para os pés, firmeza
Terra para as mãos, carícia

Inserida por pensador

A parte invisível do visível.
De resto conhecer mais o quê?
O Manifesto do Invisível.
Os lobos são a cabeça do anjo que não se vê.
Sangue no Focinho e Cobardia.

Inserida por pensador

Linguagem violenta: a única.
A outra é: Sedução ou Submissão.
Ou seja, o mesmo medo: recear estar só.
Quando se fala, fala-se. No alto da matéria e do espirito.

Inserida por pensador

É verdade «que um baixo amor os fortes enfraquece»
mas também o grande amor torna ridículos os grandes,
pois o amor é, em energia material sobre o mundo, um roubo — apesar
de, em sensações, ser magnífico. 0 amor será útil internamente,
mas externamente não carrega um tijolo.
Disso nunca tive dúvidas.

Inserida por pensador

A vida, é certo, não será um sítio excepcional para as paixões.
Nos países humanos, o amor mistura-se muito
com palavras equívocas.
0 fogo que existe numa lareira, por exemplo,
é um fogo servil, cultural, educado.
Uma coisa vermelha, mas mansa,
que nos obedece.
Só é natureza, o fogo na lareira,
quando, vingando-se, provoca um incêndio.
E o amor assim funciona. Mas é preferível o contrário.

Inserida por pensador

O amor não se vê como
se fosse uma presença.
É demasiado completo
para ter uma forma. E como jamais
se conseguiram obter juros de uma coisa
que não ocupa espaço, é preferível não,
parece-me.

Inserida por pensador

chororô

o cerrado chora
chororô
chove lá fora!

é chuvarada, sinhô
18horas: melancólica hora
e eu também tô:

- chorando...
pobre pecador!
que no peito vai gotejando

uma tempestade de amor
de chuva e choro infando
lá fora chove, e eu sofredor!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2019
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SEM NINGUÉM SABER

Não gosto de fazer poemas que remetam à morte
Porque detesto que os meus amigos lembrem-se
Que um dia também poderão morrer

Prefiro que cantem as melodias alegres
E leiam sobre amores e saboreiem as dádivas da vida

Instigo para que brindem as alegorias
Mergulhem na fantasia de que são todos eternos
Infinitamente abençoados pela eternidade
Em resposta ao zelo existente que para comigo têm

Os meus amigos e a fraterna amizade que nos convêm
Não tem tamanho nem cabem dentro de covas
Por isso jamais extirpa nem deteriora

E na minha hora em que sozinho eu partir
Sairei à francesa em silêncio enquanto festejam
Para que ninguém note a minha dor por ir sem querer

Partirei calado sem ninguém saber

Inserida por psrosseto

TEMPORAIS

Toda vez que perco o horizonte
Creio haver um mar a minha frente
Tão longe de mim equidistante
Como as rosas de um jardim
Ou uma nuvem passante
Que se desmancha insana
Por entre respingos de lama
Ou alvas fronhas de algodão

São aguas verdes revoltas
Remexidas pelos mesmos ventos
Que soltos conduzem minhas barcas
Serenas cada uma a seu porto
E as nuvens aos seus tantos
Destinos e encantos
Revestindo travesseiros
Sobre as camas da paixão

Todos esses travessos romances
Atravessam-me intensos
Ainda que de mim jamais saibam
Porque nunca mais retornam
Porque se tornarão propensos
A viajar outros céus e mares
Esculpindo suas torres imensas
Apesar dos temporais

Inserida por psrosseto

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