Poesia os Dedos da minha Mao
Carícia
No rastro de saliva em meu corpo deixado.
Banhaste um dilúvio de felicidade temperado.
Agora beba o amor que me deste e dirija sem controle.
Escreve-me com tua língua e apague os vestígios
das palavras que te afastam de mim. Folheia-me...
De onde para onde
Não desista daquilo que te faz feliz,
mas se depender de outrem a tua felicidade,
persistir sim, desde que exista pelo menos uma trilha
que poderá levar-te a uma estrada.
Controle
Uma enfermidade não se origina na matéria. É da matéria para o campo das emoções, mente e espiritualidade. Aprofunde-se e equilibre esse trio.
Tua falta
Feche teus olhos
e me diz o que vês.
O vazio sombrio,
a escuridão sem fim...
Essa é minha vida sem você.
Apagada,
solitária,
infeliz assim.
Silêncio
Todo o silêncio
têm o ruído leve da alma.
Uma melodia latente
comungada dos sentimentos.
São ecos mudos somente
audíveis a quem encosta
no coração os ouvidos.
Calor
Uma clara lua,
tom áureo com o azul escuro da meia-noite;
deleita-me com os afagos na sombra,
mãos que o amor retoma os seus direitos
quando me deito em aquarela,
desenhando-me nu, no corpo dela.
Me pergunto se ainda hà ouvidos
que ouvem
o poema que a chuva declama
e os meus olhos
com uma marejada de versos
me anaguam a alma
me enxaguam o rosto
derramando-me poesia...
Criticidade
Aos tolos e iletrados
Falsos leitores de poesias
Julgam-se interpretes inatos
Na sua horrenda analogia.
As artes nascem de esforços hercúleos
Da solidão à perseverança
Engaiolada num verão de janeiro
Desabrocha a criação.
Muitas vezes vivo o que escrevo
Momentos que trago à clausura
Outras vezes do nada sai o pensamento
São palavras que se amoldam com formosura.
Os asnáticos nunca saberão
O que escrevo é somente à minha interpretação
O que eles leem...
Não é mais a minha poesia.
Soltem-se todos os pássaros presos,
que existem dentro de nós!
Para que enfim desfrutemos,
a solidão do voo a sós!
Que possamos planar sobre um mundo
todo azul, verde, branco.
Onde o silêncio lá no fundo
Tem em si um doce encanto.
O encanto de conhecer,
Independente do ser
e até do mais saber,
a delícia do Viver!
Ogivados
Em apenas um olhar
fomos tanto e tão pouco.
Esse olhar prendeu-te,
Prendendo-me.
E no teu medo, o meu medo.
Olhaste,
e sem dares conta ficaste...
Prisioneira. Náufraga
Perdida meio a temores.
Habitas agora os olhos meus,
e por confessar-me,
não me olhas.
Cabisbaixos estão,
fingindo desconhecer-me...
Fitam o chão.
O que a tua alma sente,
essa alma não me pertence,
se encontra passiva;
a minha cativa,
só mente e coração.
Olharas novamente,
pois o teu olhar não mente.
Não ti pertence.
Foi e será meu somente.
'SONHOS'
'Há sonhos que duram pouco. Outros décadas. Outros duram o suficiente para serem chamados de vida. Nela tudo passa. Coisas boas e ruins. Prefiro as lembranças daquelas que sorri.'
'CORREDORES'
Mórbido, ele pede para respirar. Pular da cama. Sair do lugar hostil que é um quarto de internação. Patológica, a cadeira de rodas flutua entre corredores. Amontoados de pessoas em busca de dias melhores. Olhares de condolências percebem aquele pequeno ser...
A sonda nasogástrica incomoda. As veias do corpo superam coroas de espinhos. O estômago dispersa um líquido verde desencorajador. Todos dizem que não há esperanças para o agora limitado caucasiano de olhos chamativo e sorriso atraente, apaixonado por super-heróis...
O próximo corredor cheira remissão. Sem mãos tão necessárias para apaziguar a dor. Ele é involucrado sem saber do regresso. O choro distante corta a alma. Gritos de socorro aumentam o frio que percorre a espinha de quem o espera com olhos lacrimejando...
Olhos sem reação. A apneia tenta tirar o que há de mais precioso para um pai admirado pelo filho. Aparelhos ajudam os pulmões a serem valentes. Crianças ao seu lado partem a todo instante. Mas ele continuara suplicando vida, tentando trilhar seus passos...
Hoje é um dia especial e importante para esse guerreirinho. Cinco meses passaram-se após sua passagem pelo vale da sombra da morte. Agora com dez anos e um lenço de desbravador no pescoço, a representação não é apenas pela vida, mas por todo um caminho a percorrer...
[Uma breve homenagem ao meu pequeno atrapalhado, sempre Desbravador...] Escrito em 27/04/2019.
Na beira do mistério, onde a morte espreita,
Descobri a simplicidade que a vida me deita.
Não mais me perco no labirinto do porvir,
Aqui e agora encontro razão para sorrir.
No limiar do desconhecido, renasço mais leve,
Deixo de lado o peso do que não se deve.
Otimismo brota como erva no chão,
Valorizando a existência em sua plenitude, então.
Não adio mais a felicidade, pois ela se insinua,
No murmúrio do vento, na luz da lua.
Cada instante é uma dádiva a celebrar,
Grato pelo prolongamento, pela chance de continuar.
Assim como o sol brilha no céu azul,
Eu me ergo, simples e sereno, a viver o meu sul.
Na poesia da vida, encontro meu refrão,
Amando cada momento, sem hesitar, sem não.
Nem tente, agora,
Resgatar-me da chuva:
Nela estou a dançar,
Certo de que, em breve,
Outra primavera surgirá.
SOU….
Sou a calmaria da onda que me afaga o rosto.
Sou as decepções que passei, dos amores que amei.
Sou as lições que aprendi das bofetadas da vida que levei .
Sou os beijos que dei nas faces que acarinhei e dos sorrisos que recebi.
Sou os lugares por onde estive, e as pessoas que conheci.
Sou a fé que carrego dentro de mim.
Sou o alicerce de quem de mim precisa.
Sou a muralha do mais fraco.
Sou os olhos cansados dos livros que estudei.
Sou a sabedoria do que aprendi.
Sou a lágrima que rola ao sabor da emoção.
Sou o coração que chora quando vê o sofrimento daqueles que nada têm.
Sou os abraços aconchegantes do amor que dei.
Sou as viagens que fiz, e as culturas dos países que conheci.
Sou os sonhos realizados, e irrealizados.
Sou a criança que habita na mulher.
Sou o coração que chora com a mesma intensidade que ri.
O poeta quando nasce
não chora como todos
os recém-nascidos...
Declama sem saber
o seu primeiro verso.
Ouça a vida que pulsa em Si.
Toca em Lá. Dança em Sol.
Viver é escrever uma bela partitura musical a cada amanhecer.
Quando a alma não é pequena o coração abranda e se abre.
O medo desaparece e a gente renasce e a vida tece
Amar é agora! Em todas as estações o amor é morada.
Entre em primavera sempre pelas mãos do vento, teu pólen pousará em outra flor dormente a esperar-te. És parte!
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