Poesia Operarios em Construcao
Ninguém sonha duas vezes o mesmo sonho
Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio
Nem ama duas vezes a mesma mulher.
Deus de onde tudo deriva
E a circulação e o movimento infinito.
Ainda não estamos habituados com o mundo
Nascer é muito comprido.
O utopista
Ele acredita que o chão é duro
Que todos os homens estão presos
Que há limites para a poesia
Que não há sorrisos nas crianças
Nem amor nas mulheres
Que só de pão vive o homem
Que não há um outro mundo.
Se eu soubesse exatamente porque a castanheira
parece estar a ponto de flamejar ou morrer, suas pirâmides
tremulam, eu te contaria? Talvez não.
Nós devemos manter o interesse por selos estrangeiros,
horários de trem, placares de baseball, e
psicologia anormal, ou tudo se perde. Eu
poderia te contar além do que eu e você
suportaríamos, e eu suponho que você responderia
com gentileza. É uma coisa terrível se sentir como
quem faz um piquenique e esqueceu o almoço.
Imagens que passais pela retina
Dos meus olhos, porque não vos fixais?
Que passais como a água cristalina
Por uma fonte para nunca mais!...
Ou para o lago escuro onde termina
Vosso curso, silente de juncais,
E o vago medo angustioso domina,
Porque ides sem mim, não me levais?
Sem vós o que são os meus olhos abertos?
O espelho inútil, meus olhos pagãos!
Aridez de sucessivos desertos...
Fica sequer, sombra das minhas mãos,
Flexão casual de meus dedos incertos,
Estranha sombra em movimentos vãos.
Um poeta nunca morre
Apenas adormece
Entre palavras e versos escritos
Seu coração está sempre aflito
Um poeta nunca morre
Apenas adormece
Entre amores mal resolvidos
Seu coração está sempre em prece.
ESBOÇO
A mão se movendo,
Transforma o grafite
Em linhas impressas.
Observa o esboço;
Formas, proporções,
Conceitos estéticos.
A arte gravando
Um pouco da vida,
Num sujo papel.
Seja rica numa bela mansão
ou pobre numa casa de periferia,
Mãe é sempre igual no coração,
tem no filho sua maior alegria
COR & GOSTO
Eu queria que poema tivesse cor
Escreveria um bem vermelho
Que lembrasse gosto de beijo
Se poema tivesse gosto
Escreveria um salgado
Meio molhado
Com gosto de corpo suado
Só pra lembrar de você.
Mãe não tem definição,
seja biológica ou aquela que adota e cria,
todas são iguais e merecem nosso amor,
respeito e eterna gratidão todos os dias.
Acho que não sou deste mundo. A falar a verdade, eu sempre me senti estranhamente deslocado neste aqui. Sou de outro, só posso concluir.
Tenho dificuldades, confesso, de conviver com as perversidades deste planeta – as grandes e as pequenas. Fico confuso com os jogos de poder. Pergunto: o que é mesmo que se ganha? E carrego, agarrada e apertada no peito, esta saudade esmagadora do bem que eu queria pra mim... Do bem que eu queria em mim...
Quem sabe, também no afã desta saudade, não se orou “Pai, leva-nos ao teu reino”, mas, inversamente, “Pai, venha o teu reino”. Porque não está fora, nalgum lugar distante, este outro mundo que tanto anseio, mas lá dentro, à espera da minha coragem e disposição de reconhecer que, no fundo, sou eu o estrangeiro aos olhos de mim mesmo.
LOUCURA
A nossa paixão é doce
Acorda nossas almas
Arrebata nossos sentidos
Poe-nos na boca um gosto agridoce
É tormento
É agonia
Desejo
Posse
Calmaria, se tempestade não fosse
É contradição que não afugenta
Arrepio que acaricia
Fome que sacia
Dor que inebria
Unhas que arranham, mas não machucam a pele macia.
Tantos segredos murmurados
Gemidos, dialecto peculiar mas compreendido
Corpos escandescentes que se enlaçam
Se enlouquecem e se satisfazem em paixão consumidos!
Elisa Salles
(Direitos autorais reservados)
Teatro
Certa noite
você me disse
que eu não tinha
coração
Nessa noite
aberta
como uma estranha flor
expus a todos
meu coração
que não tenho
Surpreso a quanta terra
não me pertence, que
engraçado descobrir (mais
uma vez) que trocar de país
não significa trocar de corpo
e a mudança
de língua
é acompanhada pela permanência
da produção da
mesma saliva.
a terra está para o satélite
como a água para a atmosfera
tudo gravita – a vida – equi
libra-se ainda que se esquive
Pense em quantos anos foram necessários para chegarmos a este ano
quantas cidades para chegarmos a esta cidade
e quantas mães, todas mortas, até tua mãe
quantas línguas até que a língua fosse esta
e quantos verões até precisamente este verão
este em que nos encontramos neste sítio
exato
à beira de um mar rigorosamente igual
a única coisa que não muda porque muda sempre
quantas tardes e praias vazias foram necessárias para chegarmos ao vazio
desta praia nesta tarde
quantas palavras até esta palavra, esta
Frente ao mar, embevecida,
rogo que marés logo venham
em ondas de total calmaria,
e que espumas brancas tenham
Na mansidão desse mar,
recolho ternuras e o abraço,
mergulhando nele sem medo,
até que venha o cansaço
Na luz do radiante dia
que o coração em novos toques
renove-se em alegria
colorindo-se de rosa
Sejam leves os momentos
sempre a um modo especial
seguindo a vida no que se há
pois viver é o principal
Que a claridade difusa
envolva e aqueça a todos
e que amor os induza
sempre à felicidade
Deixe me ver ...
O sol teimoso quanto a despontar no leste, assim são teus olhos a se se
abrir e mostrar-se requerentes , o passado jas esquecido , o futuro a sorrir ,
mais é o presente que bailará contigo .
Pequeno Lírio em seu rosto a essência angelical
Sua voz ecoa em minha mente " aneim! Então..." todos os minutos, como
sinos que batem a hora sagrada.
Não quero mais nada em minha vida
Apenas sentir sua pele sobre a minha
Sentir o respirar de seus desejos
Olhar os seus olhos toda manhã
Quero viver ao seu lado
Mulher em sua maioria alguns lhe chamariam musa, ninfa, deusa e mortal
de beleza esplêndida, como de outras de virtude exemplar.
“Deixe me ver, pensei : Olhos castanhos amendoados sob um par de leves
sobrancelhas que desaparecem sob as mãos de menina tímida ” Proteger ,
cuidar , sofrer , lutar e estar junto o tempo continua passando o amor
continua crescendo.
S.I.S
JAMAIS ...
"Jamais Lírio permitas que nada a escravize, nasceste livre para amar e não
para ser escrava.
Jamais permitas que teu coração sofra em nome do amor.
Jamais permitas que teus olhos derramem lágrimas por alguém que jamais
fará você sorrir!
Jamais permitas que o uso do teu próprio corpo seja cerceado.
por que mantê-lo aprisionado?
Jamais te permitas ficar horas esperando por alguém que jamais virá, mesmo
tendo prometido.
Jamais permitas que teu nome seja pronunciado em vão
Jamais permitas que teu tempo, corpo e coração seja desperdiçado
Jamais permitas ouvir gritos em teu ouvido.
O Amor é o único que pode falar mais alto!
Jamais acredites que alguém possa voltar quando nunca esteve presente.
Jamais permitas que a dor, a tristeza, a solidão, o ódio, o ressentimento, o
ciúme, o remorso e tudo aquilo que possa tirar os brilho de teus olhos a
dominem, fazendo arrefecer a força que existe dentro de ti.
Jamais permita-se perder a dignidade de ser mulher!"
S.I.S
Amor sem fim...
Sim, são para ti os versos que nascem
Silenciosos, simples, quietos, atentos
Sentidos, mas, cada vez mais desejados
Versos não declamados, vindos amados
Sim, é a ti, menina, estrela de meu céu
A quem dedico cada letra, palavra, frase
Que, mesmo no silêncio que me é avesso
Em vontade de expô-los... coisas de apreço
Sim, é a ti, jovem, feminina de sorriso pronto
Cabelos negros, vestido em chita em remendo
Alma sem males, coração e atitude de moça rica
Em detalhes, em costumes, talhados pela vida
Sim, é por ti que meu mundo ganhou cores, se abriu
Não nego, meu jeito de homem a deseja pelo olhar
Bem mais que além do abraço, num eterno querer
Suporta a impaciência sã, nascida casta, velada
Sim, te encontro morando em mim
Olhos rasgados, corpo de menina mulher
Voz em falas moderadamente suaves e pausadas
Que sabe contar estrelas, sonhos, encantos que cria
Sim, nada explica tamanho desatino e desejo
De tê-la em meus braços, do nascer ao findar do dia
Mas a mudez prevalece quando em sua presença
Me acolhes, segura, amada em silente destino
Sim, em mim pulsa a paz, jamais sabida
Somente sinto, inquieto, aspiro sua atenção
E de tudo, nada sabes, nada que sinto a alcança
Quiçá, restou trazer em mim, um amor sem fim
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