Poesia Operarios em Construcao
Sou do tempo...
Que se beijava as mãos dos pais,
Avós, madrinha e padrinho pedindo a benção.
Sou do tempo...
Que tarefa dada era tarefa cumprida.
Sou do tempo...
Que acordava cedo para ir a igreja rezar.
Sou do tempo...
Que o lar era o local respeitoso e harmonioso.
Sou do tempo...
Que se rezava na ceia.
Sou do tempo...
Que se respeitava uma mesa farta,
Onde não existiam sobras, porque a comida era sagrada,
(a dedicação da mãe em prepará-la; não se podia jogar o amor fora e nem chamar de restos o alimento).
Sou do tempo...
Que se respeitava o ser humano, os idosos acima de tudo, que chamávamos de pessoas mais experientes.
Sou do tempo...
Das travessuras, das surras; isso não deixa ninguém revoltado, simplesmente era punido e pedia perdão.
Hoje o tempo meu ultrapassou e nem sei mais quem sou!
Libertação
À José Martí
Dar a vida pelo país,
Jorra o sangue em defesa do povo,
Lutar de corpo e alma, eis a vida
De quem batalha.
Querer a liberdade, e ser livre
Para escolher entre a liberdade
E a prisão libertar e libertar-se.
Eis, poesia a libertação,
Eis o amor a libertação,
Eis a vida em busca de liberdade,
Eis o viver a libertação,
Eis, viver e correr o risco.
Querer ser livre e ser livre
Sem roubar o direito do outro.
Revolucionar coletivamente,
Junto com o povo.
Saber que numa nação tem vida,
E preservar a vida é muito importante,
É lutar pelo porvir, e buscar o sorriso
Das crianças brincando na rua
Livremente.
quando estava só
nos meus vastos campos
de machucadas orquídeas
e silêncio
e à noite bebia em taças opacas
estrelas líquidas e passado
e o vento do deserto
me alcançava trazendo
o rumor dos mortos
você chegou
com vassoura de luz
varreu a casa e limpou os sinos
Beijos de jovens
Um canto
Que o vento leva.
Melodias,
Assovio de um pássaro,
Beijos de jovens
Apaixonados,
Amores, sentimentos,
Coração batendo,
Vida, e
Vivencias,
Sonhar ser eterno, gostar
Amar, que no coração
Jamais fique
Esse deserto!
Lembrança
Sensível esta a sua visão
Ao seu amanhecer,
O sol penetra por sobre
Os seus olhos, tentando
Mostrar a luz do dia...
Sentia um pesadelo...
Sentia um pesadelo,
Na escuridão da noite,
Mas amanheceu...
O sol tênue com a luz
Entra em seu coração!
A luz do sol tênue
Entro por entre
Os escombros da janela,
Mas em você
Ainda resta um vazio...
Olhos
Se as coisas morrem,
E de tudo as coisas
Entristece, e nada
Encontra sentido,
Mas sempre há algo
Que magoe,
Que mate a esperança,
Que mate o ser por dentro,
E de tudo, de tudo
Não abaixe a esperança,
Erga a cabeça, grite!
Grite e acredite, dite
Para o mundo que
A sua vida
Nasceu novamente.
E hoje
Sinto o aroma do café,
Vi o mar ferver,
Vi o sol brincar,
Vi o dia sorrir,
Vi um domingo sem fim,
Para quem quer vivê-lo.
E vi o seu amor passar
E vi o meu amor passar,
E vi o nosso amor se
Encontrar.
Vi o bem e o mal.
Vi a face e sua personalidade
Vi o viver, vi o impossível.
Hoje eu lhe beijei, e senti
O gosto de beijo, beijo
Gostoso, beijo bom.
Juntos
Fu-gi-dio
Es-ta-va o tem-po
A se esmaecer
Por entre o vento...
O beijo
Looooongo - veneno,
Fisgou em meus lábio -
Prazer! Corrompe por completo,
Meu ser.
So-le-tra meu peito a bater...
...
Fascinações noturnas.
Queremos paz
Matar friamente sem mais nem menos...
Ser brutal, doente, desleal
A sua própria espécie humana.
Tanta crueldade e falta de amor,
Como se o céu estivessem sem
As nuvens, e sem a
Sua cor original,
E assim se encontra o mundo,
Sem amor, mas com
Cor de sangue,
Tanto morticínio e dor,
Nesse mundo de desigualdade
O mundo subdividido,
Pelo ego humano,
E toda banalidade.
Por que tanta violência?
Por que tudo vai assim?
Parece que não tem coração.
É uma violência a dominar
O mundo, numa forma tão voraz.
Tantas pessoas sofrendo,
Tantas famílias chorando.
Tão triste pensar que não é um sonho
Que todo este pesadelo é realidade.
Escuto o desespero,
E o grito de quem faz a ,
Atirando para todos os lados,
Desumanamente.
Em que mundo
Estamos vivendo?
Vagarosa
Em todos os cantos encontro um soneto,
Palavras lapidadas, de amor,
Adjetivos que esquentam o corpo,
Numa forma ardente, como uma porção
De sensações, indo ao mesmo encontro.
Mulheres, que apaixonam a vida de um homem,
É capaz de torná-lo um cavalheiro,
Um grande buquê para a querida amada,
Uma pitada de vinho para adoçar o dia.
Escuta o cantar dos jograis,
Que cantam as composições dos trovadores,
Poemas a se espalharem por todos os cantos,
Sensibilizando no ar, todo o relento
Que vaga para o coração dos humanos.
Bate no peito, o calor profundo,
Um corpo em forma de escrita,
Curvos traço, corto palavras
Para mostrar a vida,
Os jovens podem viverem mais,
Eles sabem buscarem o amor,
E transformar tudo em poesia.
Somente ela
Quando ela penetra o olhar
Para meu ser errôneo, e pede desculpa
Perco as palavras, e ela abraça-me
E eu muitas das vezes estático
Sinto todo o conforto
Que tanto necessitava.
Com ela pude todos os dias
Acordar e sentir em cada manhã
O aroma de café,
Que fazia-me enlouquecer
Em cada momento, em cada êxtase,
Loucura de amor, para um
Ser apaixonado, elevando-se
Em cada aurora,
Que a vida oferece,
Entrego-me a ela, assim
Como a natureza,
E somente ela cura-me
Em cada momento doloroso,
Massacrante, sufocante...
E sempre quando parto
Para a batalha, não vejo a hora
De regressar e receber o seu beijo
De despedida novamente.
SONETO DE 27 DE FEVEREIRO
Dia e mês que levo os anos
Nas costas, cada vez maior
Nos sonhos hão-se planos
No afã do fado, gentil suor
Levo com cuidado esta data
Num único e poético itinerário
Afinal não é ouro nem prata
Mas é especial no calendário
Nunca posso dar um até mais
Pois, veloz já é naturalmente
Nas ilusões deixadas no cais
E busco ter posposto pendente
Ser mais velho, são fatos anuais
Ser feliz, é ter a vida de presente...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
Corações bons sofrem por mentes gananciosas,
Não falei das flores pois prefiro rosas,
Sua beleza exalta más o espinho corta,
E no fim o começo já não mais importa,
A vida é ciclo de ilusão onde a visão é sempre torta,
Distorcemos sem noção de quem nossa palavra toca,
O motivo do escrito nem sempre é dor e tristeza,
E a busca por respostas vem da nossa própria natureza,
Após a reflexão temos noção do que é clareza,
Beleza? é relativo, tudo é ponto de vista,
Ver no fim um recomeço, o sol nascendo, um novo dia!
E como num grito de desespero, eu despertei para dentro de mim. Num mergulho sem fim, incalculável e sem volta. Que assombra e que me solta, diante do mundo.
Pro fundo.
Profundo.
Pra dentro de mim, um pássaro que voa e ecoa numa lagoa e se ensaboa dos mais lindos sentimentos: amor, carinho e um pouco de desespero.
Sorrateiro, que chega na madrugada sem pedir licença, e invadi minha mente que mente para mim mesma.
Que tá tudo bem.
Que nada mudou.
Que tudo mudou.
Que algo mudou.
E eu me encaixo dentro do laço do desconhecido, do não saber do meu destino, do que a vida me guarda, e o que me aguarda. Sigo confiante diante da corda bamba que me foi colocada sem permissão. De ante-mão, seguro meu coração, fazendo pressão contra o meu peito. Que grita assustado, mas que ri disfarçando o dia inteiro.
E assim eu vou, para frente, para trás. Evoluindo e aprendendo, nesse jogo da vida ninguém sai vivo, quem ganha é o nosso espírito. Evoluído e sorrindo, diante do que nos for imposto, por algo que desconhecido, e assim mesmo, lindo.
[Do Bobo da Corte]
Real não é minha realeza,
Pois é artificial e só é por beleza
Por dentro só é tristeza
E Sua boca borbulha besteira
De real é sua impureza
A pálida luz da manhã de Inverno,
A pálida luz da manhã de Inverno,
O cais e a razão
Não dão mais esperança, nem uma esperança sequer,
Ao meu coração.
O que tem que ser
Será, quer eu queira que seja ou que não.
No rumor do cais, no bulício do rio
Na rua a acordar
Não há mais sossego, nem um vazio sequer,
Para o meu esperar.
O que tem que não ser
Algures será, se o pensei; tudo mais é sonhar.
As Meninas
Arabela
abria a janela.
Carolina
erguia a cortina.
E Maria
olhava e sorria:
"Bom dia!"
Arabela
foi sempre a mais bela.
Carolina,
a mais sábia menina.
E Maria
apenas sorria:
"Bom dia!"
Pensaremos em cada menina
que vivia naquela janela;
uma que se chamava Arabela,
uma que se chamou Carolina.
Mas a profunda saudade
é Maria, Maria, Maria,
que dizia com voz de amizade:
"Bom dia!"
Na chácara do Chico Bolacha
o que se procura
nunca se acha!
Quando chove muito,
O Chico brinca de barco,
porque a chácara vira charco.
Quando não chove nada,
Chico trabalha com a enxada
e logo se machuca
e fica de mão inchada.
Por isso, com o Chico Bolacha,
o que se procura
nunca se acha.
Dizem que a chácara do Chico
só tem mesmo chuchu
e um cachorrinho coxo
que se chama Caxambu.
Outras coisas, ninguém procura,
porque não acha.
Coitado do Chico Bolacha!
Agosto (bem vindo!)
Bem vindo agosto
que seja lindo
do desgosto oposto
no amor luzindo
a gosto, com gosto
nas realizações infindo
ao meu, ao teu
avindo
num apogeu
Agosto... Seja bem vindo!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
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