Poesia Morena Flor de Morais

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"BILHETE"

Sem tempo hoje escrevi um bilhete
Um bilhete de um só fôlego
Nesta manhã orvalhada, caminhei
Caminhei pelos campos da memória
Senti a minha alma solta, perdi-me em saudades
Pedi oh alma, volta logo, não me deixes preocupada
Altas horas, minutos silêncios, tantas vezes ruidosos
Onde o tempo passa depressa e escorre pelos dedos
Fôlego escrito que disfarça a sua ânsia ou talvez a nossa
Pensamentos que suspiram, vagueiam e gemem
Escrevi num bilhete, toda a minha dor
Numa folha amarrotada, gasta e talvez devotada
Meti-a numa garrafa, enterrei-a na areia da praia
Vieram as ondas, do mar revoltado já muito zangado
Levou para longe, toda a dor da minha alma.

Inserida por IsabelMoraisRibeiro

FADO DA SAUDADE

Fado vadio, fado da saudade
Nesta noite fria bebemos um vinho
Um tinto maduro, amargo como a vida
Com o travo a alecrim, a rosmaninho
Ou talvez um bom vinho do porto
Na sala toca-se, canta-se o martírio maior
O fado de dor, da saudade meu amor
Choram as nossas dores ao som dos passos
Da vida feita em pedaços, melodia orvalhada
Refeita de felicidade, do passado, presente
Na sala o silêncio é total, nesta noite fria, já quente
O coração fala mais alto, segredos sem voz
Com o silêncio a tristeza cala-se, inibe-se de amor
Na rua escura ausente de pranto, não passa ninguém
Voz magoada, flor do deserto, de uma canção tão bela
Que nem às paredes caiadas, nem a Deus me confesso
Dos teus fixos olhos castanhos, já presos nos meus
Fado de lágrimas cansadas de quem já muito ama e amou.

Inserida por IsabelMoraisRibeiro

"CARÍCIAS TUAS"

Ensinaste-me a amar-te
Mostraste-me o caminho de volta.
O meu pensamento, o meu sentimento
Esta voltado para ti, só para ti meu amor
Ele pernoita nos meus dias e noites
Já esqueci-me de quantas vezes morri
Morri de tantas saudades tuas, meu amor
Insisti em renascer no amor que nós temos
Para voltarem a entrar no nosso quarto os carinhos
Neste jogo de olhares, transposição de lugares
E no teor dos nossos quentes sabores
Voltei a encontrar um arrepio nas caricias que se sente
No nosso amor, no momento, no pensamento
Um sentimento que deixamos dentro um do outro

Inserida por IsabelMoraisRibeiro

O MEU NOME É MARIA

O meu nome é Maria
A quem chamam e chamavam
De retornada na escola
Quando cheguei à Metrópole
Eu já vivi uma guerra, uma guerra sem nome
Eu já vi pessoas a morrer e a matar sem piedade
Tinham dor e sofrimento no rosto e gritos na alma
Recolhi todos os pedaços, com um fio as lembranças
O meu nome é simplesmente Maria
Eu já vi fome, a morte, a dor e o sofrimento
Eu já vi crianças como eu a chorarem de fome
Eu própria já passei e vivi com ela
Eu já vi a morte mesmo ao meu lado
Eu já vi homens armados com tanques a descer a minha rua
Eu já vi pessoas a fugir, só com a roupa do corpo
Eu já vi a dor nos olhos das crianças como eu
Eu já vi o sofrimento de quem perdeu tudo e nada tem
Eu já vi as crianças da minha escola a fugir
Dos soldados inimigos, onde eu própria fugi
Eu já vivi uma guerra, uma guerra tão estúpida
A quem chamavam e chamam liberdade.
Eu apenas chamo simplesmente de saudade.

Inserida por IsabelMoraisRibeiro

"SOU OU TALVEZ NÃO SOU"

Sou como sou mais nada
Sou ou talvez não sou
Sou endiabradamente sossegada
Não sei ser conformada

Sou exigente comigo
Não sei calar-me
Sou calmamente apressada
Não sei ficar quieta

Sou efusivamente tímida
Não sou possessiva
Sou terrivelmente doce
Não sou amargurada

Sou duramente sensível
Não consigo deixar os outros sofrer
Sou o que sou, feliz mais nada
Sou ou não sou, como sou mais nada.

Inserida por IsabelMoraisRibeiro

AMAR

Cai uma lágrima, um suspiro
Sem defeito, tudo é perfeito
Amor doce, lindo, voraz
Que desperta sem pressa
Porta aberta, fechada, palavra certa
Incerta, torta, direita, noite desperta
Sem pressa, perfeita, desfeita, imune.

Inserida por IsabelMoraisRibeiro

FIGUEIRA DA VIDA

Eu nada sou, para lá desta dor
Recolho os pedaços, fio das lembranças
Gritos na alma dos meus contos
Que são quadras de amor, de dor
Recomeço na figueira da vida
Já não tenho tempo para ilusões
Sei que a figueira que plantei
Olha-me entre as ramagens das suas folhas
Observa-me nesta minha quietude
Quietude onde agradeço todas as decepções
Em cada dificuldade e nos tombos dados
Que tive ao longo da minha vida
Sei que a figueira que plantei
Alberga agora um ninho de pássaros
Que as folhas veem-me entre os livros
Desfolham-se nas asas em lágrimas de pedra
Resguardo sem destino de sol e chuva
Envolto de nevoeiro nas palavras
Orvalho nos lábios das folhas da figueira
Que plantei com o recomeço sem ilusões.

Inserida por IsabelMoraisRibeiro

RUDE DE AFETOS


Óculos escuros, caligrafia ao luar
Tento escrever para não ter medo
De sofrer, de pensar, de amar
Partir as correntes, que prendem o silêncio
Grito ao vento, para não viver um inferno
O sofrimento que dura momentos
Dança noturna feita em desenho
Na areia da praia, estratégia da alma
Ferida, magoada, saciada de desejo salgado
Ocultos sentidos de esguios instantes
Promessas alimentadas numa fogueira de cinzas
Rochas plantadas no coração rude infeliz
Sobre os pés de um pobre coitado, abandonado
Braços abertos, loucos de poesia
Sobre o regaço da imensidão
Mente fria, fechada, alheia a tudo
Luz que procria, que prevalece, na lucidez
Chama refletida nas profundidades
Dos olhos cegos, doentes, disfarçados, massacrados
Nas ventanias do desassossego, arrancadas de dor
Solitária escuridão de um caminho perdido
No tempo esquecido de afetos sentidos de flores
De amores, de emoções, rude talvez de afetos.

Inserida por IsabelMoraisRibeiro

Eu não acredito que tem bairro. Não é possível. Nenhum sistema tem campo de bairro.

Assim não dá para concluir o sistema, é impossível.

Inserida por marcelwillian

ESCOLHO

Escolho amar-te em silêncio
Para que em silêncio não sinta dor
Derreto versos no gosto do paladar
Porque metade de mim é silencio
A outra é um grito de amor em verso
Letras mal escritas numa página marcada
Palavras cuspidas num papel em branco
Rascunhos deixados na alma pelos dedos
Faz de mim o teu sopro, encaixa-me na tua vida.

Inserida por IsabelMoraisRibeiro

NOS TEUS BRAÇOS

Ah como quero
....... nos teus braços descansar.
Voar como um pássaro por cima do mar
........Do silêncio da noite
Do fresco da madrugada
De sentir os pés enterrados
........ na areia branca da praia
Desejo que sejas o meu lobo
Na nossa dança do acasalamento
.........Atravessaria o mar
No meio da noite fria
........ para seguir as tuas pegadas
Caminharia sobre água
..........Sobre fogo
para aninhar-me no teu corpo.
Quero encontrar o caminho do vento
.........Da janela do tempo de mim
Costurar os retalhos da minha alma
Juntar todos os pedaços do meu coração.

Inserida por IsabelMoraisRibeiro

NADA PERTENCE

Nada me dói mais do que a própria dor
Nada me pertence nesta maldita terra
Nada me afoga nesta areia do deserto
Nada é por culpa deste meu cansaço
Nada é do silêncio da minha pobre alma
Nada me faz sofrer nesta bendita vida
Nada é ou foi deixado ao acaso
Nada é mais doloroso do que a solidão
Nada há de apagar as rugas do meu rosto
Nada se sente, nada se apaga da mente.

Inserida por IsabelMoraisRibeiro

MEDOS E DECEPÇÕES

Medos e decepções, letras mal escritas
Numa página marcada num cesto do lixo
Fantasma noturno de palavras cuspidas
Cuspidas num papel de uma agenda em branco
Medos e decepções desfeitos em insanidade
Rascunhos deixados na alma pelos dedos
Espíritos fracos desejosos e vingativos
Feitiços sangrentos com a fúria dos mares
Mares tempestuosos sem vergonha ou consciência
Guerra desfeita de quem morre de quem vive
Noites amargas sem sono do inferno ciumento
Voo febril rastejante, pegajoso
Alma consumida sem valor, desesperada competência
Consumida, derretimento no gelo
Palavras cuspidas, sem vírgulas, sem ponto, sem dor
Analfabetos, excêntricos, sem instintos gramáticos
Sílabas tontas na lógica das palavras subversivas
Medos e decepções cuspidas num cesto do lixo de casa.

Inserida por IsabelMoraisRibeiro

"DESÇO NA ESPERANÇA"

Desço, a rua escura
Mal iluminada, empedrada
Desço-a ao sabor
Do vento de pés descalços
Lentamente
As noites douradas descem as serras
O rio passa pelas árvores
Olmos que balançam
Brincam com as folhas caídas, coloridas no outono
Alma incompreendida envolta numa esfera de sonhos
Chega à vila envolta de solidão
Na alta madrugada
Inegável capacidade
De sempre em permanecer sozinha
Compreensão incompreendida
Que procura por um navio
Que traga um tesouro
E que juntos naveguem por mares
Onde a noite na serra, seja iluminada
Com o brilho das estrelas.
Alegre como as águas do rio
Perfumada como as flores do campo.
Desço a rua escura, empedrada
Mal iluminada, ao sabor do vento
Entre as águas do rio de pés descalços
Desço na corrente da esperança.

02-01-2015

Inserida por IsabelMoraisRibeiro

"ESPELHO ENCANTADO"

Deste lado do espelho
Apenas eco de palavras.
Entre o silêncio que chama
Das minhas, das tuas incertezas
Assisto ao bailado dos dias que não entendo
Bebo este vinho entardecido numa garrafa
Que como eu não respirou.
Fogo em que me queimo, no silêncio espero
Vem-me à memória os dias em que o céu rasgou-se
Para trazer-me a embriaguez das palavras.
É como beber a incerteza
E decantá-la no odor das palavras
Capto-lhes o sabor, bebo-as de esperança
Engano-me, como me engano aqui deste lado do espelho
O perfume do teu olhar, do teu corpo oferecido
Feito de lenha, para arder, queimar.
Soam as badaladas de um relógio maluco
Que resolveu cantar as avé-marias ao meu ouvido.
Olhar suspenso de lágrimas cansadas
De um espelho numa casa vazia, abandonada
Por alguém que vos olha do outro lado do tempo sem sorrir!

Inserida por IsabelMoraisRibeiro

"MALDADE"

Esta sede de escrever
Que cresce dentro de mim.
Mais uma folha escrita, gravada no meu ser
Para quem a quiser ler
Não fica para os mortos, nem para os vivos
São muitas noites, muitos dias
Muitas mágoas, muitas alegrias
Os homens são como, os lobos famintos
Que descem à aldeia, onde espreitam
Um descuido só para atacar
O homem abre as portas à dor
A miséria a toda hora, o nosso mundo
Está sem trilho, sem tempo
Com medo de acender, de ter a luz acesa
Para que não fique esquecido
Fica escrito, gravado para todo o sempre
Para que no futuro possam ler, ouvir
Mesmo que o queiram destruir
Os homens são piores que os lobos famintos
Que espreitam, um só descuido para atacar
Abrem as portas a tudo que os fazem sofrer
A maldade, a luxúria, a avareza, ao materialismo puro.

Inserida por IsabelMoraisRibeiro

"BEIJO"

O nosso beijo perdeu o sabor.
O nosso corpo perdeu a cor
Os olhos choram de um abraço
O mundo esta vazio sem ti

Quero-te de volta a minha vida
Para me ensinares a amar outra vez
O corpo morre no meio da noite
Para que nasça a alma no amor


O nosso beijo ganhou a cor
O nosso corpo ganhou o sabor
O nossa alma renasce no amor
O nossos olhos ardem de paixão

Inserida por IsabelMoraisRibeiro

"CARRIL DE EMOÇÕES"

Escrevo as palavras que atravessam a alma
Como um carril de emoções nos atalhos da vida
As letras viajam na escuridão dos túneis
Onde resvalam nos pedragulhos dos carris
Das vertigens do nosso silêncio.
As sílabas escoam os gritos descarrilhados
O poema nasce da dor do poeta que morre de amor
Ventre sofrido ao parir as letras
De um amado sentido poema
Palavras escritas na alma num carril enferrujado
Sem gestos nas mãos evasivas de um doce silêncio
Estação velha sem viajantes
Onde as palavras tem um travo amargo
O vinho em cima da mesinha de cabeceira esta azedo
As salivas fogem do poeta no bolso das calças
Historia inventada de palavras
Nos carris numa passagem de nível
Ferindo os pensamentos de gestos estranhos
Desperdiçando as palavras escritas numa folha em branco
Na memória de um poema nos tuneis
Dos atalhos da vida sem tortura.

Inserida por IsabelMoraisRibeiro

"AMO-TE"

Amo-te, porque eu sei
Sinto-o meu amor no meu peito
Como o vento que bate na minha face
Como a chuva que cai pelos meus cabelos
Como o sol que ilumina o meu rosto
Como um dia que nasce de novo
Como a noite traz a lua ou a escuridão
Como as estrelas brilham no céu
Eu sei porque eu amo-te simplesmente
Dos meus, dos teus olhos que falam
Dos meus, dos teus lábios que beijam
Dos nossos abraços que o coração sente
Dos gestos sentidos, das frias tardes de inverno
Das quentes manhãs do verão
Das frescas noites de Primavera.
Amo-te, porque eu sei, sinto-o no meu peito.
AME E SEJA FELIZ

Inserida por IsabelMoraisRibeiro

RETRATO

Hoje olhei o teu retrato
.......Estremeci de saudades
Talvez mais do que nunca
....Tive que calar-me
No meio do silêncio
....Cantava a minha alma
Procurava a voz do teu olhar
.....Queria olhar para dentro
Da tua alma e encontrar a minha
......Vi o teu retrato e sorri
Senti-te comigo, como se fôssemos um só.

Inserida por IsabelMoraisRibeiro

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