Poesia Morena Flor de Morais
"QUANTO TEMPO"
Há quanto tempo meu amor
Há quanto tempo que não me ouves
Há quanto tempo não me olhas nos olhos
Há quanto tempo não sentes a minha alma
Há quanto tempo que não me dás um abraço
Há quanto tempo não me dizes, gosto de ti
Há quanto tempo não sentes o meu abraço
Há quanto tempo não mostras que gostas de mim
Há quanto tempo não provas a minha boca
Há quanto tempo que não me prendes com as tuas mãos
Há quanto tempo não tenho o sabor dos teus lábios
Há quanto tempo não dizes que me amas
Há quanto tempo não ouves o bater do meu coração
Há quanto tempo somos dois, num só corpo, numa só alma.
SENHOR
Senhor, tu sabes que sou frágil.
Tão frágil, ao ponto de partir-me
Como uma simples porcelana
Quero curvar-me diante de ti com humildade.
Tu sabes que tudo em mim
São como os dias de tempestades
Guia os meus passos, pois os meus
Levam-me para as águas intermináveis dos mares
Orienta as minhas noites que são revoltas e tristes.
Sopra nos meus ouvidos uma prece
Refresca a minha pobre alma
Tu sabes que sou imperfeita e por vezes desatenta.
Humildemente agradeço-te e ajoelho-me
Bendito seja o teu amor por mim
Amém
"HÁ UM CORAÇÃO"
Há um lugar em mim
De onde mais ninguém tem acesso
Há um sitio, onde não me ausento
Há um cantinho, que eu não saio
Há um sitio, que é intocável
Há um coração, onde eu não quero sair
Onde é tudo intocável
De onde mais ninguém tem acesso
Que não me ausento, de onde permaneço
Esse lugar és tu, meu amor
Há um lugar no teu sossego
Do nosso desassossego
Que nos teus braços, nos teus beijos
Que me transportam para longe
Para as tuas mãos perdidas em mim.
Num afago lento, numa paixão declarada
A minha pele é tua, a tua é minha.
"COMO LER É BOM"
Como é bom ler, sem fôlego
Com paixão, com amor, sem dor
As palavras, letras, lidas, escritas
São impacientes de vontades apressadas
Irrequietas, agitadas de quereres constantes
Apressadas, inquietantes que entram de rompante.
Constantes, determinadas de ideias arrumadas
Obstinadas, decididas, sabem bem onde encaixar.
Cismadas, apaixonadas sabem por que regras guiar
É bom ler o amor, a paixão através dos outros
Sem fôlego, talvez mesmo que nada aprendamos
Ó que eu duvido muito meus amigos.
CAMINHO DO AMOR
O caminho é e será sempre Deus
Não carregue mágoas no seu coração
Pois ele foi feito para amar
Não prenda a sua alma às correntes das tentações
O seu corpo foi feito para fazer o bem
Deixe as preocupações de lado e seja feliz
A nossa liberdade começa quando obedecemos à alma
Senão, somos levados à nossa própria escravidão
Ajude os outros, porque o caminho para a felicidade
É o caminho da nossa sintonia com Deus
Derrube as limitações que o seu ego lhe impõe
Livre-se do egoísmo, liberte-se da maldade
Esqueça-se de si mesmo, pense mais nos outros
Ponha fim a esta cadeia de todas as preocupações
Embeba o seu coração, com tudo que o faz feliz
Cultive a alegria em dose máxima, na plenitude da vida
Afinal a alegria provém dentro de nós mesmos
No amor com os outros, que vibra nos nossos corações
Apesar de todos os sofrimentos e injustiças desta vida
Sejamos sempre alegres e quando a dor, a tristeza
Quiser encobrir o arco-íris do sol que há na sua vida
Peça a Deus a serenidade e a luz brilhará novamente.
É BOM
Como é bom poder acordar
Acordar bem disposta
Com um doce beijo ensonado
Mesmo num dia nublado
Como é bom acordar
Sentir a tua pele perfumada
Enrolada num abraço apertado
De um sorriso rasgado
Como é bom poder acordar
Acordar bem humorada
Mesmo num dia chuvoso
Com um doce beijo molhado
Enrolado num abraço carinhoso
De um sorriso rasgado
Como é bom poder acordar
Acordar bem humorada
Com um ensonado beijo profundo
Sem dissimulações ou cobranças
Enrolada num abraço apertado
Como é bom, um beijo simples molhado.
POETA
Quisera eu ser poeta
....Escreveria um verso
Para traduzir o meu amor
....Passaria por marés ventosos
Entraria nas tempestades da paixão
...Nas calmarias do amor
Quisera eu ser trovador
...Diria todas as palavras
Para traduzir o meu amor
.......Sem destino
Sem passado, sem futuro.
"DO TEU CHEIRO "GOSTO "
Do teu cheiro gosto bastante
Quando me invades a alma
Fazes-me viajar para longe
Roubas os meus pensamentos
Leva-os para terras longínquas
Nunca me perguntas se eu quero
Levas-me simplesmente
Contigo ando de mãos dadas
As tuas folhas são linhas do meu coração
Que eu permito, preciso e procuro
Contigo levito, voo sem asas
As minhas mãos estão sedentas de ti
Página a página, de partes de nós
Amo sentir, contigo recomeço tantas vezes eu queira
Sonho contado, escrito em várias línguas
Em todos os idiomas pelos quatro cantos do mundo
Dimensões, realidades, sonhos de encantar
Incentiva os corações de várias gerações
Até os insensíveis, os durões choram
Riem, amam e sofrem
Do teu cheiro eu gosto muito
Sentem-se a germinar, a transformar
Dos velhos livros já lidos e relidos
E os novos à espera para serem lidos.
"METADE DE MIM ÉS TU"
Sofro por não te ver, sofro se te perder
Palavras feitas de silêncios, esquecidas no sótão
Longe de perder os teus gestos, os teus afetos
Onde o sorriso embala a tua, a minha alma
Durante todos os segundos, minutos
Horas, dias, meses e anos
No silêncio da noite os nossos corpos
Estão sobre os lençóis amarrotados de linho
Noite de todos os segredos desvendados
Que o tempo despertou em versos solitários
Onde a felicidade vive agitada, sem tempo de recordações
Da fome das palavras que dizíamos no nosso silêncio
Olho-te, sinto o teu pulsar, és como um vulcão
Num laço apertado de desejo, de amor.
Porque metade de mim é amor e a outra metade és tu.
2015
"AMAR É BOM"
Como é bom
Amar e sentir-me amada
Como é bom
Poder acordar, nos teus braços
Onde me abrigo em ti
Como é bom
Protegeres-me de mim, em ti
Como é bom
Entregar-me a ti, sem reservas
Como é bom
Amar-te incondicionalmente
Como é bom
Poder acordar contigo
Com um beijo ensonado
Numa manhã nublada
Com a confiança na alma
No coração, na mente.
2015
DEUS
Quando nos tornamos felizes
Com a alegria dos outros
Mergulhamos bem fundo
Na procura de Deus
Encontramos as pérolas da sua presença.
Não sou exigente com a vida
Muito menos com nada
Só quero que Deus conserve a beleza
De uma sede de vida
De um vendaval de emoções
Na coisas mais simples e belas
Da minha, da tua, da nossa vida.
2015
"PRISÃO"
Ar contemplativo das feras presas
Passeiam mudos, os bandidos cativos
Em grades de algemas frias
Calcam e recalcam tudo em redor
Olhos frios, calculistas, mesquinhos, vorazes
Coração de ferro deitado ao mar
Alma triste resignada, cérebro mole
Corpo de um inútil deserto
Tatuagens no peito, no braço
Entre guerreiros e poetas
Olhos cansados, riso magoado
Mata-se a dor, a saudade invade o regresso
De novos trilhos, novos caminhos
Pés doridos, roxos de espinhos
Perde-se a imagem da auto estima
Morre-se na hora prometida
Apaga-se a luz na noite da vida
Cessa-se a ressaca das trevas
Chora-se o pesadelo em ruínas
Olhar apagado cansado de ver
Acorda-me depressa que eu não quero beber
O veneno que me dão doidamente
Como um verme doente e frio.
2015
"OBRIGADO"
Obrigado por seres quem és
Obrigado por estares quando preciso
Obrigado por tomares conta de mim
Obrigado por tirares-me o medo
Obrigado por me encontrares
Obrigado por não me perder
Obrigada por me dares a mão
Obrigado por o teu abraço
Obrigada por saberes sossegar-me
Obrigado por me protegeres
Obrigado por me defenderes
Obrigado pelo amor que me tens
Obrigado pela tua dedicação
Obrigado por seres quem és em mim.
2015
"BRINCAR COM AS PALAVRAS"
Brincar com as palavras
Por caminhos sinuosos
Confusos os sonhos
Perdidos e achados
Trevas de luzes
Escondidos e difusos
Nas dores do amor
Os sentidos, os suores
As paixões nascem da esperança
Renascida de uma herança
Outrora perdida, agora encontrada
Palavras que confortam como um beijo
Delicado, contido, desejado
Profano pelos segredos escondidos
Agora despertos e acordados
Beijo que desnuda-se sem excessos
Pela crença mantida
Um corpo dormente, anestesiado.
Na força celestial, que une os astros, os corpos
Ao amor eterno de um poeta que viu a luz
Traduzem-se os sentimentos, que brincam com as palavras
Onde desnudam-se as letras suavemente.
2015
ANOITECE DEVAGAR
Anoitece devagar esta noite já tão longa
Sobre os meus ombros onde não estou
Em redor do teu corpo vejo-te a dormir
A penumbra invade a nossa velha cama
Corroendo tudo que é da própria solidão
Ela vergava-me, com o passar do tempo
Escrevo-te nesta noite, sinto um arrepio
Vertigem que enche o coração de pavor
Povoei-a com sorrisos e muitas saudades
Aderiram à memória com pequenos gestos
Onde vivo e pressinto o coração a arder
Anoitece e estás constantemente presente
Vibras sob a luminosidade imperceptível
O teu corpo vive hoje dentro do espelho
Uma sombra refletida onde se perdeu o meu.
Se morresse agora não deixava nada ser eterno
Bebia toda a minha sede, devoraria as noites amargas.
"QUIS NADA"
Quis ler sem saber
Quis ter a beleza eterna
Quis a trama ser insana
Quis o silêncio cortar a alma
Quis o mosaico ser de cor
Quis as letras serem desconcertadas
Quis a liberdade ficar presa por fios
Quis os olhos serem frios
Quis o coração ser calculista
Quis a boca permanecer calada
Quis os movimentos ficarem ansiosos
Quis desafiar os sorrisos falsos
Quis amar sem dó nem piedade
Quis romper as teias que nos cercam
Quis parir o verso nas asas do vento
Quis sentir o coração no sonho a arder
Quis ter a liberdade de voar como um pássaro
Quis viver uma paixão assolapada
Quis escrever sedentas palavras
Quis tudo e com nada fiquei, mesmo sem nada
"QUERO TUDO"
Meu amor de ti
De ti quero tudo
Quero as nossas horas
De um beijo apressado
Os nossos momentos
De um abraço apertado
Os nossos minutos
De um olhar sentido
Tu e eu não somos fáceis
Somos a tempestade e a calmaria
O sossego e o desassossego
O amor e a paixão
É como se tu e eu fôssemos "só nós"
FIZ DA DOR UM POEMA
Fiz da dor um poema
Do vento fiz um verso
Da tempestade um amor
Do teu corpo a minha casa
Dos teus ramos os meu braços
Das tuas folhas a minha pele
Das minhas lágrimas um rio
Dos meus sonhos a saudade
Da minha liberdade as palavras
Das letras escritas uma poesia
Do meu solto coração o tempo
Do teu amor uma louca paixão
Fiz da tua, da minha vida, uma aventura.
2015
"LÍRIOS E ROSAS"
No peito saltam as pétalas de lírios
Sei que secaram o musgo
As trepadeiras
Onde nutrem as palavras desfolhadas
Das carícias do vento
Dos beijos
Feitas, refeitas dos sentidos esquecidos
Perfume das rosas
Plantadas no deserto
Sede que se mata de palavras
Em cada manhã
Estremeço com o teu cheiro
Respiro a tua alma
Na ponta dos meus dedos
Invento as tuas palavras
Como me fazes falta
Quando a solidão me procura à noite
Simples melodia da tua voz
Que encharcaram os ouvidos
No peito saltam pétalas de lírios
Adormeço meu amor
No aconchego de um colo que conheço, o teu.
2015
"CRISPA A DOR"
Invento ventos, tempestades
Acordo entre os lençóis na escuridão
Ofereço o corpo aos famintos lobos
As rimas, a poesia e aos sonhos
Perdem-se no longínquo horizonte
Na chuva canto e danço à volta do fogo
Transformo as minhas veias em vinho
No amor crispa a dor que se abre em flor
Entre as esperanças e o desengano
Nascem no jardim os espinhos desinteressados
O mundo deu-me um amor de céus irados
Um amor feito de pranto, um riso no cume do paraíso.
2015
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