Poesia Morena Flor de Morais
DIGA QUE ME AMA
Meu amor...
Mesmo que seja mentira
ou.. Sei lá, desvio, curto pavio,
quem sabe, ato mesquinho...
Diga que me ama...
A razão... A razão não importa!
Seja para varrer, abaixo do tapete
ou para se esconder atrás da porta
mesmo que não seja de você essa trama
... Se você não se importa em dizer,
então diga... Diga que me ama.
Primeiro de abril, ou não...
Eu não me importo a razão
essa frase... Eu te amo
invoca-me, me toca como cartas de tarô
e eu fico assim... Como cores de primavera
feliz, como despertar de um pesadelo,
desabrochar de uma flor,
ou, sonhar com o mundo inteiro,
diga que me ama
... Esse dizer de amor...
É bacana, e espairece a minha dor.
Antonio montes
SAUDADES SECAS (soneto)
Saudades secas, no cerrado, banham
De lágrimas as lembranças já findas
E assim choram, tristonhas, e choram
Enxugando o soluço em sujas nerindas
Quando entardece as noites revindas
É hora de preces que os céus imploram
Oram de mãos postas, e ali tão pindas
Que tristuras secas, molhadas choram
Ao juntar estas secas dores na oração
Em vão as rezas murcham na emoção
E as saudades bebem fel na cacimba
São nostalgias que vivem de ilusão
Choram, oram, imploram recordação
Se quando no peito esquecer catimba
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
SEU SUMIÇO
Eu estava inteiro
quando você partiu...
Me partiu a sua ausência!
separando-me ao meio
me dividiu em pedaços
e acabou com meu inteiro.
Hoje...
Eu tento ajuntar meus cacos
Mas depois que você sumiu...
eu me caço, mas não me acho.
As vezes, te encontro no sonho
e n'aquele sonho de encanto
cai as lagrimas do meu pranto
só porque... Te amo tanto.
Antonio Montes
O ÁLBUM
No álbum da minha saudade
você estava lá...
Toda linda em sua foto
troce-me lembranças d'aquele amar.
Do tempo que registrou-se
... Fiel no meu coração
do sorriso que apagou-se
no dia que me disse, não.
Hoje, o álbum me leva
nas recordações do passado
flechando-me como se fosse fera
no amor inconformado.
Antonio Montes
VERDE ESMERALDA
Seus olhos são...
Duas esmeraldas de verde encanto
que com seu fitar me encanta,
és dona desse atirado fado
e desse meu escorrido pranto.
Me perdi no seu olhar
essas minas que me fascina
cintilando o meu amar
estonteando a minha rima.
Antonio Montes
A vida, porém, fria, convém ser parada, as estrelas cintilam, distantes encantavam.
Esperando um abraço na noite estrelada, um beijo escondido, sem saber que se amavam.
O dia vem vindo, adeus, já falava, o sol se abrindo, e eu sem mais nada.
Geraldo Neto
BI-TREM DE POEMAS
Quantos poetas...
Quantos poemas?!
Poetas lendo poetas
poemas que ninguém vê
poesias estão sem tema
hoje, ninguém mais que ler.
E o peso de uma pena!
Ai, que pena, ai... Que pena...
Poema agora sem treinar
navega por alem mar
entre hiatos e novena.
O arco-íres, agora sem cor
o céu esta sem diadema
estrofes estão incolor
nesse bi-trem de poemas.
Antonio Montes
TÃO SILÊNCIO
De repente... Silenciou
mas um silencio, tão silêncio!
Que chegava ser intenso
o bradar d'aquele silêncio.
Um silêncio d'aqueles que...
O ar, deixou de fazer zoada
e nada, nem ninguém
ouvia nada.
Antonio Montes
MENINO MENINO
O menino com fadiga
na hora tardia
foi a cacimba
passos cansado
momentos amarrados
quebrou a moringa.
Cacos despencou
água se foi
o pote secou
não tem mugunzá
tapioca xerem
batata pra assar
não tem, não tem.
A chaleira de ferro
no fogo vermelhou
galho da laranjeira
a fogo - pagou.
Menino, amarelinho
batendo peteca
pula corda cedinho
com pano boneca.
É arvore sem água
é nuvem de sombra
é conto de fada
na festa de arromba.
Cadê o menino
sem tino, sem pino
não busca mas água
mas colhe desatino.
Tem lei que proteja
p'ra não trabalhar
mas o crime anseia
sem lei pra acabar.
E os olhos inocente
te vê na TV
menino pequeno
sabe mais que você.
A TV te mostrou
tudo que há
a escola te ensina
o tal B-A-BA.
É a pata que nada
o coelho da páscoa
a magia da fada
ABC que lasca.
Professor, professor
olhe, preste atenção
não vê que o menino
tem televisão.
Big brother, novela
tudo ensina amar
o dinheiro comanda
o mundo de cá.
Professor, professor
tome tento no ar
cuidado o menino
ele vai te ensinar.
Antonio Montes
O VENDE VENDE
Não cansas-te de fazer divisões no mundo,
dividindo-o em, cercas, muros e muralhas
Quantas vezes com suas desculpas
dividisse o amor...
Quantas vezes, usando o nome do amor, fizeste guerras para galgar a paz...
Até, tentou dividir o redentor....
Agora, depois de tanto... Tanto tempo!
Dividiu o espaços no ar, em linhas e coordenadas
mapearam tudo, só para poder, melhor guerrear.
Já mapeou as estrelas, e também as águas dos
oceanos... Já vendeu torrão no céu, vendeu,
cadeira ao lado de Deus...
Já jogou veneno no mundo
só para aniquilar os irmãos seus.
Atualmente, estão tentando mapear
as terra do paraíso, ate andaram vendendo
pedaços lá do alto!
Não, não... Não encha o céu de divisa,
não coloque muros nas alturas, pois ainda
não fizeram moedas que lá possa comprar.
Eu sei, eu sei... Existe gambelação, e vendem por
ai, entradas na céu, mas isso não passa de:
cega ganância e exploração.
Antonio Montes
PASSOS E GROSA
Passos, passadas
noite escura...
Música de lambada, tons
na sombra frágil figura
atrás da lâmpada de neon.
Medo, medão coração
trema, tema no espaço
compasso marca no aço
DÓ, RÉ, MÍ, SOL, LÁ, SI, FÁ
pelo norte e sul do salão
marca tempo o batucar.
Ginga na mímica a imagem
refletida na bolha, de sabão
ponteio de dedos coragem
pela calçadas a visagem
treme de medo a paixão.
Choro segredo, lagrima
aperto corpo frenesi
couro, morro, labaredas
socorro! socorro! Não...
Não é p'ra ti, nem para mim.
Antonio Montes
FIAR POÉTICO
E então, ó poema?
A inspiração indaga:
qual trilha, que dilema
se a intenção vaga...
Reage a página vazia
siga a tua saga
de vida
tristura e alegria
desprezo e amor
Pois, só assim
verso e reverso
o poema há de compor
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
Aliceando, Alice Ruiz
Exaltação da natureza
Muitos poetas exaltaram
a beleza da natureza,
a exuberância das plantas;
o perfume das flores;
as cores das plumas das aves;
o frescor da brisa do mar;
o calor da areia da praia;
a suavidade do toque dos ventos;
o canto triste dos pássaros;
o estrondo das cachoeiras,
mas tudo isso pode estar contido,
na suavidade do movimento
de uma simples borboleta,
na luz que irradia dos teus olhos,
no timbre da sua voz,
ou apenas no teu cheiro.
Não entendo porque tanta agonia
Por dinheiro por ter tudo e desamor
Cada um só carrega o que plantou
E todos podem curtir a luz do dia.
Só exija o que lhe traga alegria,
Ser feliz é questão de só querer,
Quem é triste certamente vai morrer,
Afogado na própria agonia
Coração adormecido
Dentro de você tem um coração
que não envelhece e,
por mais que tenha sofrido,
ele está apenas adormecido,
pronto para ser desperto
e amar novamente,
com a mesma intensidade
da sua juventude.
Os seus desejos
não desapareceram,
apenas se retraíram
quando reprimidos,
e criaram, dentro de você,
vulcão inativo,
pronto para entrar em erupção.
Você pode não admitir,
mas alguns sinais indicam,
que o seu absoluto
controle das coisas,
já não é tão eficaz e,
em algum momento,
a emoção virá à tona,
os sentimentos aflorarão,
e todo o seu corpo reclamará
por um aconchego,
capaz de arrefecer
a sua fervura.
Até o tom da pele
da tua face se altera,
ilumina;
a sua voz emudece,
silencia.
Somente o som
das batidas do seu coração,
poderão serem ouvidos
à distância.
Na luz dos teus olhos
Nos teus olhos
eu quero encontrar
a luz para
os meus caminhos;
nos teus braços
eu quero achar
aconchego;
nos teus lábios
eu quero saciar
os meus desejos.
Em ti o meu coração
encontrará abrigo,
e a minha alma
terá paz.
Uma mulher mais bela
Sempre haverá uma mulher mais bela;
mais jovem;
com um corpo mais escultural;
que se mostre mais culta,
e até mais inteligente,
mas nunca haverá tudo isso
reunido numa só pessoa,
nunca haverá outra igual a você:
vem, despe dos seus preconceitos
e caminha,
vestida só com teus saltos,
sobre o meu coração.
Um lugar para chamar de lar
Existe um lugar onde a amizade
é maior que a maldade,
e a sinceridade supera a malícia.
É um lugar onde o amor e a confiança
são maiores que o ciúme.
Onde o ciúme existe,
mas apenas demonstra o bem querer
que apimenta a relação humana.
É um abrigo que protege
dos ventos e tempestades,
até mesmo as da alma.
É lá que se divide o pão,
a dor e se multiplica o amor.
Onde se faz o bem
sem exigir nada em troca,
e os adultos ainda tem a sinceridade das crianças.
É um lugar onde se tem boas lembranças,
e se ouve os mais velhos,
com respeito pela sua sabedoria e confiança.
Onde o carinho e a paz
brotam num sorriso sincero,
e um abraço apertado aquece
a alma em desespero.
É um canto do mundo
onde as pessoas próximas ainda conversam,
e antes de ir embora já querem voltar.
Esse lugar ainda existe
e é tão fácil de encontrar,
é onde você volta quando desliga o celular,
é ali mesmo onde você chama de lar.
Admirador de borboletas
Eu sou um eterno admirador de borboletas;
da expressividade das suas cores
e da leveza dos seus movimentos.
Eu me encanto de como elas pousam
e decolam livremente.
Eu reconheço a fragilidade,
mas invejo o destemor das pétalas que voam.
Neste mundo globalizado,
se uma delas bater suas asas com força lá no norte,
eu sou capaz de sentir uma brisa fria aqui no sul.
Eu ainda olho pra uma borboleta específica,
e penso, admirado,
como um trem desses é capaz de voar.
Espelhos inertes
Os homens são apenas espelhos inertes,
superfícies planas, apáticas, estáticas e mortas,
até que neles reflitam uma poesia,
cheia de vida e arte em movimento,
ou apenas o brilho do olhar de uma mulher.
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