Poesia Harmonia
DANURAS DO MAR
A ilha era de areia...
E o mar... De ondas,
e com sua maré cheia...
Ele vinha se debatendo
com sua bravura...
Parava no cais, fazendo
espumas e danuras
todas... Duras...
Urrando como se fosse lobo
tremendo como se fosse medo
em um taco de sombra
na calçada de noite escura.
Ali havia o mar...
Fazendo paetês e brumas...
Se dissipando sob lua cheia,
bradando o choramingar do lobo
banhando os corpos
das mais belas sereias.
Antonio Montes
Poema da vovó.
O dia é para clarear o universo, que legal!
Eu estou apaixonada e isto não é normal,
Pergunto será excesso de reposição hormonal?
A RESTA
Tudo que me resta
desse amor amigo...
É amar contigo, no castigo
desse amar bandido
que inebria os nossos corpos
no integro do abrigo escondido...
Com volúpia, com castigo,
provocando estampido...
Ao ouvido, em frenesi contigo.
Antigo perigo... Em libido
embebido com, paixão,
sacudidos de chama
disparado, pulsando coração.
Digo o que digo desse amor
feitos bandidos, e o que me resta
... É amor e amar contigo.
As vezes pela fresta, presta
vontade desembesta,
fogo na testa,
n'aquelas vezes escondidos...
Paridos alívios.
Antonio montes
SÚPLICA
Se tudo acaba e tudo passa
A dor chegada tem a partida
A vida sua vitalidade vencida
Se tudo ao vento é fumaça
Se a firmeza tem sua recaída
O fado dia de caçador e caça
Fato alegre, outro sem graça
Se há subida, também descida
Se a alma não leva a carcaça
E a bondade nos é prometida
Na lei de Deus, sem ameaça
Se nem tudo é dor desmedida
Se tudo cai, Senhor, que negaça
Está má sorte na realidade parida?
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
Paráfrase Auta de Souza
COBRANÇA
Eu passo...
Por esse pasto vasto do mundo
vejo o estreito e efeitos profundos
provocados pelos feitos imundos...
Penhasco em pedaços
desmoronamentos de cachos,
unhadas em sufoco, por poucos,
cordas nos pescoços.
Sentimentos estão se tornando
cacos, pouco a pouco...
O mundo cobra o troco.
Antonio Montes
"" Tudo em teu olhar é raro
claro,
como manhã de outono
especial
como ondas de um mar calmo
fascínio,
ousadia de amar
na mais pura harmonia
o desejo
e teu beijo
Ah!!
quanto me vale te sonhar...
"" Pirei
quando percebi, ela estava lá
parecia me esperar
como antigamente
foi mais forte que eu
não pude resistir
encontro marcado
história a ser contada
na folha de papel ainda em branco
coloquei a caneta para funcionar...
SONETO ALEGRO
Amanheci com um pensamento
Pensando nesta vida consoante
Consoante, porque é tão vibrante
Vibrando por cada um momento
Se dela sou mero participante
Participo com afável contento
Contente e não só de lamento
Lamentando se é descontente
Então me vou firme e sedento
Sedento de vida inteiramente
Inteiramente e com sentimento
Sentimento este dependente
Dependente do amor, alento
Alento a alma, ao fado, tente!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
No atual estágio, todo mundo é suspeito. Até eu, em substrato, desconfio de mim.
Nada contra quem conta. Mas a rota é sempre a mesma. Seguir na direção contrária ou bater de frente com o absurdo.
Eu decidi pular antes que a corda aperte o meu pescoço.
Acorda!
As pontas se encontram e se desfazem em nós... talvez ainda dê para escapar antes que o circo se feche!
OURO É TOLO
O ouro, já não reluz...
Como reluzia ah tempos atrás.
Nesses dias de hoje...
Até a luz, vai reluzir, e se desfaz.
Aquela alegria que escancarava
com a verdade de um sorriso
também, já não existe mais.
Tudo que era para ser preciso,
tornou-se indeciso, até para o céu,
para o infinito juízo, e planos,
a certeza da fé...
É uma flecha vagando ao tendeu.
Ouve um tempo...
Em que existia ouro
e o mal agouro, era de tolo
Hoje, todos os tolos, são bobos
e o ouro, é estouro de tolo.
Antonio Montes
ABELHAS
Abelhas e suas aldeias
zoam pernas de centopéia
centenas de milhares cheias
abelhas novas, abelhas velhas.
Lá no sopé do morro
pelo campos e pirilampos
voam, abóiam em estouros
ferroada em couro, retrancos.
Abelha, colméia e mel...
Tanto encanto com flores!
Polens na áurea do anel
juntando assim, os amores.
Quanto cuidado ao quartel!
Sua rainha... Um magistral,
procria no dia de aranzel
ainda faz, geléia real.
Abelhas, canto e encanto
relíquia, milagre e segredo...
Guardados a quatro cantos
um manto vivendo, o sedo.
Antonio Montes
BICICLETA
Qualquer hora d'essas...
Vou concertar, a minha bicicleta!
e sair por ai...
Pela descida, subida e divertir
E vou sonhar pela noite
e sorrir de alegria...
vou colocar em açoite
todos marasmos dos meus dia.
Com vento no rosto...
Descerei o mês de gosto
com gosto, bem disposto.
Farei ciúmes ao boto
peixe rosa... Que mal gosto!
uma cor no lado oposto.
Antonio Montes
ATLETA
Não sou atleta, nem jogo bola!
Mas sou bom de bicicleta...
Com duas rodas;
atiro ao tempo, meu desalento
e vou me lendo, muito atento.
Rodar me roda e me incomoda!
Na descida todo dia
rodas, rola e enrola horas...
Protegendo, minha alegria.
Há quem diga, que fadiga!
Na subida, quem me diga...
Galgando metro em desalentos
sua corrente, é meu tento
e com esses... Ranger de dentes
Vou pelo meio, desse meu tempo.
Voou com asas, dos sentimentos
lá para cima, que nem peteca
pelas correntes, desses meus ventos
se perco o breque, ela não breca.
Antonio Montes
ITINERÁRIO
Ainda deslizam fantasias pelos
meus cansados, tristes dedos,
na saudade vã do passado,
em copioso senso alienado.
Todos os dias ainda presente
no pensamento descontente,
a insistente dor na inspiração,
ó doidivanas e dura sensação.
Não sou mais do que um peregrino
viajante solitário no meu destino,
que a sorte me guia de mão dada,
pelos devaneios da vida, mais nada...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
*ROMÂNTICOS APAIXONADOS
Flores, bombons, taças de vinho
Meu corpo responde ao teu clamor
Colocando meu ser em desatino
Com poemas, poesias, versos de amor
Na vitrola uma música envolvente
Dançamos ao som de um bolero
Rodopiando em compasso fremente
Em seus braços é tudo que mais quero
Na regência de nossas carícias
Segredos e vaidades a desvendar
Balbuciando palavras com malícias
Partilhando o desejo no olhar
Harmonizando as notas da canção
Nossos beijos e abraços apertados
Num ritmo doce e quente de sedução
Somos eternos românticos apaixonados
*Olhar Carmim...
Brilho no olhar marrom carmim
Minhas mãos afagadas em teu cabelo prata
Teu corpo exalando calor junto a mim
Pernas enroscadas de maneira sensata
O pulsar descompassado no peito
Batimentos arrítmicos acelerados
Doces palavras, atitudes sem jeito
Somos dois corações enamorados
Focando um futuro em plena harmonia
Deixando para trás quaisquer dissabores
Almas entrelaçadas tão qual poesia
Vidas, em novas nuances de cores...
*TRISTEZA MÓRBIDA
Atrás da cortina da noite, observo...
- está chovendo!
Chuva de lágrimas cristalizadas pela tristeza
Pingos grossos de sangue no peito
Cultuando a solidão incrustada n’alma
Levando os prazeres ao obsoleto
Dias tingidos de cinza, tétricos
Alma vagando no vazio
Calafrios que percorrem as vértebras
Persistindo ainda nesse mundo de mortais
Em dias e noites de agruras
Nessa dolorosa existência do ser
Lutando comigo mesma para sobreviver
Volto meu olhar opaco na chuva da noite...
-sorrio!
Sorriso sem vida, acuado, desgastado
Sorrio diante do infortúnio que me abraça
Palidez na face, tez fragilizada, envelhecida
Esperanças sinistras que beiram o abismo
Onde vai se perpetuando a tristeza mórbida
<< CATARSE >>
Campo aberto, minado
Olhar absorto, guerra n’alma
Agrura inóspita
Pacto mudo com a vida
Exigindo um exílio de si
Em confidências com o silêncio
Sem encontrar solução
Sequer resolver a questão
Na marcação de passos
Centrando na rebelião interior
Duelo corpo a corpo
Catarse sangrenta
Sombras que vagam
Batalha de morte
Com o fim...enfim
O MARTÍRIO
Sou...
o complexo de teu reflexo
o medo de tua confiança
a carência de tua ausência
a ousadia que você não ousa
o fracasso de tua esperança
Sou...
o desencanto de teus encantos
a tortura que te sufoca
a incerteza de tua certeza
as pedras de teu caminho
as lágrimas de tua tristeza
Sou...
a loucura de tua loucura
o arrependimento de teus atos
o sofrimento de tua dor
o amargor de tua boca
as trevas de tua luz
Sou o tudo e não sou nada...
"Embora meu coração esteja se partindo,
minha maquiagem derretendo...
Meu sorriso continua, pois,
o show tem que continuar!"
Freddie Mercury
*SOU SUA REFÉM...
Em sonhos mesclados de tinta
Joga-me na cama, deixa-me louca
Nas nuances do amor tatuado
Sinto teu gosto em minha boca
Eloquente mensagem do beijo
Põem coração e pele aquecer
Toque-me e seduza-me
Exalando a essência do ser
Juntos percorremos caminhos
Focando na mesma direção
Simetria de movimentos
Vidas em plena mutação
Enrosco de pernas e braços
Sem saber ao certo quem é quem
Num corpo a corpo alucinado
Desnuda-me, sou sua refém...
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