Poesia Harmonia
TOMA TOMO
Eu tomo...
Enquanto não me toma...
Essa dona, essa goma,
que adorna a minha redoma.
Eu tomo,
enquanto não me toma...
Essa bomba que me estronda
essa onda, esse andar...
Essa paina enfadonha,
que desanda a minha banda.
Antonio Montes
VIDA GANGORRA
Não lave, não corra...
Não beba, não morra.
O tempo é uma vida
a vida é uma gangorra...
A gangorra arrasta os passos
os passos arrasta a zorra.
Antonio Montes
Qual o meu problema?
Dia desses estava me questionando: “qual o meu problema?”. Eu, poucos anos de vida e uma inconstância de uma vida inteira. Julgava essa mudança um caso gravíssimo. Por que semana só leio, outra só escrevo? Por que semana só choro, outra só rio? Por que semana só amo, outra só clamo?
Alguns anos atrás me intitulava “bipolar”; santa ignorância! Bipolaridade, uma doença tão séria sendo confundida e banalizada por uma simples inconstância. E o que há, afinal? Hoje, chamarei, carinhosamente, de 3 M’s: movimento, mudança e momento. Eu, num mundo que não para. Eu, num mundo que se transforma. Eu, num mundo que tudo passa. E serei eu, então, nesse mundo igual para sempre?
Mudo como boa humana que sou. Hoje quero sorvete, amanhã salpicão – não gosto, mas amanhã vai saber. Hoje quero cantar, amanhã dançar. Hoje quero sonhar, amanhã amar. Hoje quero escrever, amanhã quero ler. Hoje quero você, amanhã quero ser. Adapto-me, como camaleão, ao meu momento, ao meu sentimento, tormento e lamento. Quero samba, rock e instrumental.
Por que cantarei, se não sinto vontade? Por que deixarei de sorrir, se não há razão para isso? Nem todos os dias são iguais, as pessoas também não! Como terei para sempre a mesma reação?
Ora, deixem-me sentir, que sentir faz parte do processo de cura. Deixem-me descobrir, que descobrir faz parte da evolução. Deixem-me ser, que ser é preciso para viver.
Qual o meu problema? Não me permitir; limitar-me; tentar me descrever. O meu problema? Achar que tudo é um problema!
Mas o que é isso menino,
acha que sou desinformada,
mulher sozinha em desatino
que vive de ilusão e mais nada ?
Pare com essa sua afirmação,
sou é muito bem resolvida,
faço personagens por convicção
para deixar a vida mais divertida
A ninguém firo ou prejudico,
sou uma simples poeta,
gosto de cantos e gritos,
nos versos que são minha meta
Sei muito bem onde sigo,
para que, porque e muito mais,
não gosto de brincadeira comigo,
levo a vida a sério e em paz !
Quase fui tão feliz...
nesse jardim que é a vida
mas o destino não quis
quando vi a tua partida
Quase fui tão feliz...
sem pranto e sem solidão
quando ouvia o teu canto
chegando ao meu coração
Quase fui tão feliz...
entre nuvens, luas e sóis,
mesmo sem nunca ter
dividido contigo os lençois
Quase fui tão feliz...
navegando em mares seguros
que teu amor indicava,
eras meu porto seguro!
Quase fui tão feliz...
agora nada mais sou,
a vida assim não quis,
e sem dó nos separou !
No dia 5 de julho,
Faltavam 5 dias.
Ela saiu pela porta da escola
O menino a chamou
Ela sorriu, e não via,
Mas na esquina uma flor caiu.
No dia 6 de julho,
Faltavam 4 dias.
Ela saiu pela porta da escola
A amiga a chamou
Ela olhou, e não via,
Mas na esquina, uma senhora passou.
No dia 7 de julho,
Faltam 3 dias.
Ela saiu pela porta da escola
O professor a chamou
Ela parou, e não via,
Mas havia um cachorrinho na esquina.
No dia 8 de julho,
Faltavam 2 dias.
Ela saiu pela porta da escola
O mesmo menino a chamou
Ela chorou, e não via,
Mas havia um casal na esquina.
No dia 9 de julho,
Não faltavam dias.
Ela saiu pela porta da escola
Ninguém a chamou
Ela atravessou a rua, e não via,
Mas um carro em alta velocidade vinha,
E a atingiu.
No dia 10 de julho,
Todos queriam mais dias.
Ninguém saiu pela porta da escola
Ninguém foi para a escola,
Eles estavam na Igreja, vendo uma grande caixa preta.
O menino, a amiga e o professor choravam,
Porque naquele dia não chamaram,
A menina que não via.
CHOÇA OCA
No terreiro da minha oca,
não tem coca...
Não tem coca, não tem choça,
não tem pó que coça...
Mas tem a brisa fina,
que entra pela porta e importa.
Tem o tempo, tem o vento...
Que sopra sonhos que passa,
em vontades que empossa...
As poças e passos e passadas
que surgem na minha roça
e me deixa arfando o ar.
Antonio Montes
A busca do amor
O que é o amor? Essa é uma, pergunta na qual todos nós, seres humanos pensamos diariamente e buscamos, no outro ou dentro de nós mesmos, como diriam alguns poetas ninguém é feliz sozinho, colocamos nas mãos de outra pessoa nossas esperanças confiança e sonhos sem realmente conhecer saber que tipo de amor coexiste, esse que pode ocupar muitos espaços e ter as mais variadas formas, e também estar em todos os lugares, certa vez alguém me disse que eu não tinha o coração aberto, e que teria que aprender a me amar, para então amar o outro.
E eu pergunto o que é se amar? Por onde eu devo começar? Qual a fórmula? Seria simplesmente dar valor ao meu próprio ser, e buscar para mim o melhor da vida e também desejar que meu amigo, vizinho, colega o alcance sem cobiçar ou ter um sentimento de inveja, me doar sem pedir nada em troca.
O amor nas mais variadas formas, de um homem para uma mulher, pai para um filho, um irmão para outro, e de repente tudo na vida se resume a amor, sem ele não se chega a lugar algum.
Sentir-se bem
É de dentro para fora
Pode fazer sol
Mas se você não estiver bem
Haverá sempre tempestade.
Apko
IGNIÇÃO DA ILUSÃO
Passageiro inteiros
com destino a saudade
e o diagnostico da vaidade
prove, do amor,
e se comova com a dor...
Viva as margens do sonho,
essa ignição da ilusão.
Antonio Montes
MUDADO
N'aquela antiga rua,
quase tudo mudou...
Mudou, novos, mudou velhos
os rabiscos nas paredes
mudou cadeira de balanços
e os cabides das velhas redes.
As cores cheias de mistérios
os palavras dos homens sérios
os olhares dos transeuntes
algum mudou para longe
outros para o cemitérios.
N'aquela rua...
As portas e as janelas,
mudou, mudou os passos d'ela...
Os postes das velha calçadas
o jeito das falcatruas
e as velhas saias rodadas.
Os brinquedos das meninas
bonecas e as cordas puladas
o carrossel da vida e da sina
Os brincos da molecada
e as magias de todas as fadas.
Mudou a musica ouvida
o riso da gargalhada
as manobras mais queridas
para o rumo antigo do nada.
Antonio Montes
DOR OBSCENA
Aceno para dor
Que visita sem hora
marcada, chega do nada
Atrevida sem pedir licença
Uma dor obscena
Que flerta comigo
Dor que dança
Que me balança
Como se martelasse
Fazendo tudo pulsar
Hora da entrega
Confesso os temores
Antes de agonizar
É hora da viagem
Não sei onde vou parar
Na estrada desconhecida
Talvez encontre um abrigo
Em algum lugar
E assim descansar
GOLPES DO TEMPO
O tempo, é tal qual uma canoa
com seus remos sob as águas
cutucando, para galgar as margens
que d'outro lado afaga.
O tempo, precisa de golpes para galgar
a lamina do futuro, impulsionando
as águas e as amarras...
Estrebuchando sob suas cordas e travas.
O tempo nos golpeias como remo n'água,
golpes e golpes, sucessivamente...
Esses dias que nos golpeia como reio,
nos demonstrando seus choros,
suas lagrimas, seus risos suas asperezas
suas dores e suas tristezas...
Assim como seus terrores, e seus
eternos, amores.
Antonio Montes
MEIO A MEIO
Eu tenho vivido pelos meios
que creio...
Pelos santos que não creio
a cada passo, um começo...
A cada suspiro, um meio.
Meu meio, meu recheio.
A cada manhã, amanheço seco
e a cada tarde, anoiteço cheio.
Eu tenho vivido... Seco, cheio
... Cheio, meio... Meio cheio.
Antonio Montes
MEU ADEUS
Não me lembro, que disse adeus
p'ra ser levado, com esse olhar...
De olhos chorados.
Nem disse adeus pra ficar,
com esse olhar de arco esticado...
Essa flecha pontiaguda
de caminho enterrado.
Não me lembro, que disse adeus
aos olhos seus
aos olhos meus...
Aos olhos blues do branco Deus...
Adeus meu... Adeus meu...
Adeus meu, meu Deus!
Antonio Montes
MEU DESERTO
Deserto?!
Deserto é o meu certo incerto...
Que as vezes me desacerto,
sem água e sem caneco...
Penso esta no caminho certo
mas nem de perto eu acerto
e quando em meu ímpeto desperto
estou perdido no meu deserto.
Antonio Montes
UMA ONDA
Onda... Onda... onda...
Tantas ondas que ouvi falar!
Ondas curtas que falam
Onda da onda...
Uma onda que desanda,
ondas que salgam, as ondas do mar.
Onda, onda... É uma onda...
Essa onda por ai
que ronda a onda do camarim
e enfada os camaradas...
Deixe de onda!
É uma onda, toda essa fada
é essa onda, não é nada.
Antonio Montes
" Não aceitamos domínio
migalhas por um dia
não queremos desordem
queremos respeito
acordem
com o nosso charme
e nosso jeito
dominaremos o mundo...
sem querer, querendo, segui amando
deixando para trás sonhos e realidade
vivi guerras esfarrapadas
e morri tantas vezes até aprender
que por amor todo mundo sangra
mas ninguém morre...
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